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Oooooo gente eles são muito fofos, que família mais perfeita cara!

Me digam aí o que acharam da surpresa do Arthur no capítulo passado!

E vamos de mais sessão? A última? Não sei! Mas vamos pra mais uma!

Até já! Aproveitem!
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Carla

Acordar com meu amor me enchendo de beijos e com uma pequena que ainda cheira a bebê fazendo o mesmo me faz ter certeza que a vida, mesmo acontecendo coisa ruins, é incrível, as várias sessões que fiz até aqui me ajudaram bastante, tenho me aberto muito mais, agora já não tenho mais repulsa pelo Arthur, ainda tem alguns sentimentos que não entendo e espero que na sessão de hoje a Val consiga me ajudar a vencer isso, eu preciso de um momentinho só com o Arthur, mas tenho muito medo ainda do que acontecerá se estivermos só.

Levantamos da cama perto das 11h, tomamos banho, eu tomo junto com a Clarice e faço um penteado nela que faz o papai quase ter um troço.

A: as duas de Yorkshire, assim o papai não aguenta! (Ele vem ao nosso encontro e nos abraça)
Ca: bobo!
C: tamu linda papai?
A: estão perfeitas meu amor! Agora vai lá com a vovó, ela vai te levar na casa da dinda de novo, porque o papai e mamãe vão na médica de novo.
C: na doutola que tá tilando o medo da mamãe?
Ca: sim meu amor! A mamãe logo logo não vai mais ter medo nenhum.
C: obaaaa! Fala pla doutola que a Clalice dixe obidada puquê ela tá tilando o medo da mamãe!
Ca: tá bom amor, a mamãe fala! Agora vai lá, te amo viu? (Beijo seu rosto e ela enrosca as mãos em meu pescoço)
C: ti amu mamãe, ti amu papai! Bexinho! (Ela se despede da gente e sai)

Alguns minutos depois já estou em frente a Val, esperando para começarmos.

Ca: antes de começar só queria te dar um recadinho.
V: hum, pode falar!
Ca: minha filha pediu pra agradecer porque você tá tirando o medo da mamãe dela.
V: ai meu Deus, diga a ela que a tia Val que agradece a confiança que vocês tem no meu trabalho. E é gratificante poder te ajudar a vencer tudo isso Carla, independente do profissional, sempre fui sua fã, e quero ver você bem e feliz com sua família.
Ca: obrigada minha linda! Podemos começar?
V: a vontade, o que você tem pra me contar hoje?
Ca: bom, eu não sei muito bem como falar isso (fico com vergonha, mas foda-se) eu quero ter o meu homem por completo! (Eu fico vermelha, eu acho, porque meu rosto começa a queimar) mas eu não consigo pensar nisso, que me dá um nervoso, um medo de não saber como vou reagir. Mas eu quero ele e quero logo. (Sorrio)
V: muito bem então (ela sorri) O que você sentiu na primeira vez que o Arthur se aproximou depois disso tudo?
Ca: hum... Assim que eu voltei?
V: isso, assim que você voltou, o primeiro dia, as primeiras semanas.
Ca: então Val, a primeira vez que eu o vi, meu coração se alegrou muito, senti uma felicidade enorme, depois de dois anos ele continuava lindo, e eu continuava o amando, mas toda vez que eu pensava em me aproximar me dava uma aflição, um medo, não sei explicar direito. Na primeira vez que ele me tocou eu corri, porque eu senti um arrepio, um frio na barriga que me fez lembrar de tudo que eu vivi dentro daquele inferno.
V: e hoje? O que o toque dele te causa?
Ca: vontade de ter mais dele! O arrepio se transformou em arrepio bom, um gelado gostoso que sobe da minha barriga e acelera meu coração e me gera uma expectativa por mais dele.
V: Carla, tudo que você passou fez com que o ato sexual ganhasse um significado negativo pra você, repulsivo. Foram dois anos tendo que lidar com um ato que te causava nojo e que você não queria, um ato que te machucava. Qualquer menção a esse ato era sinonimo de dor e sofrimento, foram dois anos sentindo isso, em um contexto atípico, por esse motivo a menção ao ato, mesmo com o homem que você ama te causava repulsa. Não era mais sobre a pessoa, mas sobre o ato em si. Você está me entendendo?
Ca: estou, estou entendendo
V: Faz sentido?
Ca: faz sim, muito
V: então, continuando, depois que seu contexto mudou, ou seja, você voltou pra sua casa, cercada de amor, os sentimentos estão mudando, você está se readaptando a uma realidade que ja era sua, não é algo novo, apesar de fazer cerca de 3 meses, é tempo suficiente para que os sentimentos bons prevaleçam, acredito que o ato sexual entre você e o Arthur é com amor, carinho e cuidado, certo? (assinto sorrindo) algo que você tinha perdido, talvez até esquecido como era, porque você não tinha mais isso no seu contexto, agora você tem, e a menção ao ato sexual com ele, evoca em você as lembranças do que sempre foi o ato sexual com ele, e não mais com quem te fez mal.
Ca: então quer dizer, bom, você acha que eu to pronta?
V: só você pode dizer se está pronta, mas pelo que vejo da sua evolução, a antecipação que você faz pela ação pode ser pior do que a ação em si, entende?
Ca: entendo, como se eu tivesse sofrendo muito por algo que talvez nem aconteça, é isso?
V: isso, e é natural essa antecipação, o que não é interessante que aconteça é que você deixe esse medo te dominar.
Ca: entendi. (Fico pensativa)
V: Carla, você confia no Arthur?
Ca: muito!
V: E faz sentido pra você se entregar novamente para ele?
Ca: faz muito, eu to morrendo de saudade dele (falo sem titubear)
V: então você ja sabe o que fazer, meu bem (ela sorri) e lembre, o desconforto pode surgir sim, e isso não quer dizer que você está regredindo, faz parte, tudo é um processo, com altos e baixos, caso aconteça de você optar por ficar com o Arthur e querer parar em algum momento, sinalize, respeite seu momento e nós continuaremos trabalhando isso, certo?
Ca: certo! Vou tentar, eu quero tentar! Eu tô com saudade, ele também tá! Ele é sempre muito respeitoso e carinhoso, tenho certeza que se precisar parar em algum momento, ele vai me respeitar. Nos vemos na próxima sessão então?
V: nos vemos sim, e, Carla, estou muito orgulhosa de você. Sua dedicação a terapia é o motivo de tanta evolução.
Ca: obrigada Val! Você é muito boa no que faz! (Me despeço dela e saio do consultório)

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora