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Eita pessoal, chegamos as respostas hein...

Segura na mão de Deus e vaiiii, peguem os lencinhos que o mar de lágrimas vem aí!

Mas lembrem-se é necessário doer pra curar!

Em breve teremos muitas fofurices pra acalentar esses corações!

Leiam e comentem, volto em breve!

Ps: eu tenho alguns capítulos já escritos, me ajudem aí a postar logo!
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Psi: qual a idade dela?
Ca: 2 anos e meio
Psi: e você foi sequestrada a cerca de 2 anos é isso?
Ca: isso.
Psi: Carla, as vezes passamos por eventos tão traumáticos que a nossa mente apaga algumas coisas para nos proteger da dor. É tipo um mecanismo de defesa sabe? Vou te lançar uma hipótese e você me diz se faz sentido, tudo bem?
Ca: sim
Psi: acredito que ser tirada da sua família, com sua filha ainda tão pequena te causaram uma dor imensa, e acredito que esse período longe, não foi nada confortável, provavelmente você nem achava que poderia escapar, estou certa? (assinto ) logo a chance de ver sua filha de novo, eram remotas, o que fez sua mente apagar a existência dela, pra te proteger da dor que foi perder ela. Repito: é uma hipótese. Faz sentido?
Ca: talvez! Mas só ser tirada dela seria o suficiente pra apagar tudo? Eu não lembro quando descobri a gravidez, não lembro dela no meu ventre, não lembro do seu nascimento... (Começo a chorar e ela me dá um lenço)

Psi: eu entendo que você está confusa e com medo, respire, estamos no caminho pra solucionar ok? (ela fala com a voz doce e eu assinto) a nossa mente é uma coisa misteriosa e poderosa, e o fato de você ter sido tirada dela talvez não fosse o suficiente, mas ser tirada da forma que você foi pode ter sido, contudo, pelas condições em que você estava, algo me diz que esse, ser tirada da sua família, não foi o único evento traumático que você passou, estou errada?
Ca: não, esta certa
Psi: eu sei que é difícil reviver os traumas, não se aflija se você não conseguir me contar tudo, ta bom? Vamos no seu tempo, da forma que você conseguir, mas por mais difícil que seja, é importante que façamos isso, tudo bem?
Ca: sim, eu quero falar, eu preciso falar
Psi: ótimo, você ja deu um passo enorme em decidir vir ate mim e lutar contra tudo isso, é uma luta difícil, mas vai valer a pena (ela sorri pra mim e eu retribuo) vou te pedir pra começar me contando o que você lembra, de antes, e do dia em que sua vida mudou. Assim você me conta o que aconteceu e eu posso tentar identificar o que possa ter causado seu esquecimento.
Ca: tá! A minha história com o Arthur sempre foi bem conturbada, mas eu lembro que antes de ser sequestrada a gente tinha voltado e estávamos super bem, vivendo juntos, felizes, naquele dia eu me despedi dele com um beijo e sai de casa pra encontrar uma amiga, depois disso só lembro de já está em um quarto tão minúsculo que eu mal conseguia dar dez passos dentro.
Psi: e você lembra do que você sentiu? Quando se viu nesse quarto?
Ca: eu me senti perdida, sem saber onde estava, ou que estava fazendo ali, comecei a ficar com medo também, gritei muito mas ninguém me ouvido, então comecei a ficar desesperada.
Psi: por quanto tempo você ficou sozinha la? Você consegue lembrar?
Ca: acho que alguns dias, talvez dois ou três, não sei! Mas não foi um dia apenas, porque eu lembro do amanhar e anoitecer.
Psi: e como foi o primeiro contato que os sequestradores fizeram com você? Foi mais de um não foi? Vi em algum lugar na midia sobre isso
Ca:tinham outros! Acho que os que me sequestraram, mas eles só apareciam pra deixar comida e algumas outras coisas, eu tinha mais contato com um deles apenas.
Psi: e como era esse contato? Como foi ao longo do tempo?
Ca: começou apenas com ele vindo me ver, falando que era apaixonado por mim, que agora eu era dele, mas depois ele... Ele começou... (Paro pra respirar, lembrar de tudo isso dói muito) acho que não tô pronta pra falar sobre isso ainda! (Falo entre soluços) ele abusou de mim, mas não quero falar sobre isso agora, tudo bem?

Psi: tudo bem (ela segura minha mão e aperta) como eu disse, no seu tempo ta? Nós ainda temos alguns minutinhos de sessão, você quer me falar outra coisa? Por exemplo, sobre o que você pensava sobre sua família enquanto estava la? A parte da família que você lembrava.
Ca: eu pensava muito no Arthur, isso era o que me mantinha firme, quando eu pensava em desistir, eu lembrava que ele nunca desistiu de mim, que continuou me amando mesmo depois de toda a história que a gente teve. Então eu sempre lembrava dele, dos nossos momentos juntos, as vezes pensava na minha mãe também, no meu papito, pensava em como eles deveriam estar tristes e aflitos por mim e as vezes dormia chorando pensando nisso.
Psi: você chegou a pensar que alguém ia te encontrar? Ou que você ia conseguir fugir?
Ca: não tinha como! Eles nunca iriam atrás de mim, o Victor fez com que eles nunca mais fossem atrás de mim.
Psi: como ele fez isso?
Ca: ele me fez escrever cartas falando que eu não amava mais o Arthur,  ele me dava um papel escrito com tudo que eu precisava escrever e era horrível, eu o machuquei demais... Mas eu não queria! Ele me obrigou, falou que se eu não fizesse seria pior, ele o mataria. Então eu escrevi, acho que umas três e ele as tomava de mim quando estavam prontas e enviava para o Arthur.
Psi: como isso te fez sentir, Carla? Como te faz sentir hoje? Ter escrito essas cartas e saber que magoou o Arthur?
Ca: me dói muito saber que ele sofreu, sofreu por achar que eu o tinha abandonado, de novo, eu desisti da gente de novo. (Começo a chorar de vc desesperadamente)
Psi: antes de qualquer coisa, quero que você fortaleça o pensamento de que você não tem culpa de nada, certo? Sei que é difícil, mas você é vítima dessa história, nada do que você possa ter feito pode ser contado como culpa sua, você estava em uma situação insuportável. Você não tem culpa de nada! (ela fala firme e eu assinto) e pra finalizar a sessão de hoje, eu vou sugerir que você converse com o Arthur sobre isso, acredito que pode te ajudar a aliviar esse sentimento de culpa, ouvir o que ele acha, dividir com ele as angustias. Sei que não vai ser fácil, por isso usei a palavra “tentar”, é tentativa, e se você não conseguir agora, a gente tenta de novo depois, tudo no seu tempo lembra? (assinto mais uma vez secando as lágrimas) terminamos por hoje?
Ca: acho que sim! Muito obrigada Val!
Psi: de nada! Nos vemos na próximo! Até mais!
Ca: até!

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora