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Veio aí a segunda parte da entrevista...

Próxima parte vai ser mó lindinha!

Aproveitem! Comentem!
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Arthur

Estar com a Carla aqui, saber que ela sobreviveu a tudo aquilo não tinha preço, eu a observo de longe enquanto nossa filha dorme em meus braços, chegou a parte mais tensa desse documentário, a parte da entrevista, graças a Deus a Val já chegou e se em qualquer momento for preciso ela pode interromper e conversar coma Cá.

Coloco nossa filha em um colchão que o Vini disponibilizou pra ela aqui e vou fazer meu papel, que é o de entrevistador.

A: Carla, o que você se lembra de antes do ocorrido? (O olhinho já mareja e eu já quero levar ela embora)
Ca: bom, (ela respira fundo) eu estava em casa aquele dia, tive folga e você também, ficamos o dia todo com nossa pequena, a Pocah me ligou, a gente combinou que dessa vez só eu iria até lá, porque eu precisa de uma noite de garotas e você ficaria com a Clarice. Então eu fui até o quarto tomei banho, passei no quarto da Clarice, acordei ela, dei mamar pra ela, a coloquei de volta no bercinho dormindo, dei um beijinho em sua testa, a admirei por alguns minutos e saí, voltei ao nosso quarto e você estava lá, lindo, cheiroso, com água ainda escorrendo pelo corpo (ela vai falando e eu vou ficando arrepiado, te controla Arthú) eu fui até você, te dei um beijo e depois de alguns carinhos, eu saí. (Os olhos dela vez ou outra caem algumas lágrimas silenciosas, estávamos de frente um pro outro em uma mesa, eu estico a mão pra alcançar a dela e a afago)

A: decidimos não falar sobre os pesadelos que ela viveu lá naquele inferno, porque ela já falou demais sobre isso e não são momentos que merecem tanto destaque. Então vamos ao que interessa, como foi o dia que você fugiu?

Ca: obrigada por tanto cuidado lindo! (Ela fala soltando beijos no ar pra mim) esse dia, eu ouvi uma conversa do abusador com os outros homens e eles falavam sobre me tirarem dali, porque já estávamos a muito tempo e alguém poderia começar a desconfiar. Um dia antes eu tinha passado muito mal, então ele me deixou dormir sem as algemas e cordas, quando veio me conferir eu fingi estar dormindo pra ele não me amarrar de novo e então eles saíram, foi a única chance que eu tive e eu me agarrei a ele, sai pela janela e corri até encontrar com uma meninas na rua, uma delas ligou pra polícia e eu fiquei esperando em um arbusto ali perto.

A: e como foi quando você chegou a delegacia? (Nessa altura até eu já estava emocionado)
Ca: eu estava assustada, lembro que o policial que me encontrou nos arbustos me olhava e eu sentia repulsa na hora, mas quando cheguei a delegacia e vi que era uma mulher a delegada, tudo foi ficando mais fácil de lidar, algumas horas depois de me fazerem contar tudo, eles me levaram a uma salinha e eu encontrei minha mãe lá! (Nesse momento ela olha pra dona Mara que estava chorando também e sorri) ela me abraçou e ali eu tive certeza que estava em casa.

A: e como foi voltar pra casa? (Elame olha, respira fundo, entrelaça sua mão na minha e começa)
Ca: não foi tão fácil quanto achei que seria. Eu estava nervosa, ao mesmo tempo que eu queria ver você, eu tinha muito receio da minha reação a você, não foi das melhores, mas também não foi a pior que imaginei. Estar de volta em casa, foi como renascer, mesmo que eu ainda tivesse muitos traumas, vocês estavam ali e tudo parecia estar de volta no lugar, Ah não ser pelo fato de eu não lembrar da nossa menina! (Ela volta a chorar muito) podemos pausar um pouco?
A: mas é claro que sim vida!

Falo já pedindo pra cortarem, dou uma volta na mesa e a abraço forte, levanto ela da cadeira e me sento fazendo ela se sentar em meu colo, a aperto muito, pra que ela saiba que não está só.

A: amor não é melhor continuar um outro dia? (Falo afrouxando nosso abraço e a olhando no olho)
Ca: não vida, a pior parte já foi! Agora só vamos contar sobre a minha volta pra casa e isso é a melhor parte! (Ela sorri e me beija devagar)
C: mamãe! (Minha filha grita sentada no colchão)
Ca: oi amor! (Ela corre até a pequena que estava chorando) o que foi?
C: eu quelo denguim (ela fala se aconchegando no colo da mãe e eu fico feito um bobo admirando de longe) a Clalice tá cum sadadi!
Ca: ooow meu Deus, eu te esmagar de tanto amor, mocinha! (Ela agarra a pequena e a aperta)
C: aiii mamãe a Clalice qué denguim, maisi devagalim! (Todos começamos a rir)
Ca: desculpa meu amor!
C: ti amu mamãe! (Ela fala toda dengosa)
Ca: eu te amo muito mais meu amor!

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora