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Uma das conversas mais importantes veio aí...

Nessa vocês vão entender algumas coisas e será importante pro relacionamento deles também!

Me valorizem porque esse capítulo tá enorme e eu nem dividi ele.

Comentem e aproveitem!
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Depois fazemos toda a rotina de sono da Clarice e depois  de algumas histórias de princesa, muito chamego e carinho, ela adormeceu em meus braços, envolta também meu braço de Arthur que envolvía nós duas em seu colo. Levantamos com cuidado, passamos pela sala e nos despedimos de minha mãe e Alberto, depois vamos ao nosso quarto.

A: huuum! Essa terapia tá surtindo efeito, hein? (Ele fala ainda ofegante pelo beijo que acabamos de nos dar, tá cada dia mais difícil não esquecer meus traumas)
Ca: eu acho mesmo que está fazendo efeito, mas ainda há muito pra vencer! (Falo meio receosa, não queria me afastar dele, mais ainda não sei bem como reagiria se ele tentasse algo a mais)
A: eu sei amor! Mas vamos vencer cada coisinha, lembra que eu tô sempre aqui! (Eu assinto e ele me beija com calma)
Ca: a gente pode conversar agora? (Falo indo sentar na nossa cama) por favor!
A: sim! O que foi que a psicóloga pediu pra você me contar?
Ca: eu nem sei por onde começar, mas queria que me respondesse algo primeiro.
A: o que linda?
Ca: por que você não me procurou? (Vejo o semblante dele mudar e seus olhos encherem de lágrimas)
A: e quem disse que eu não te procurei Carla? (Ele se levanta e dá as costas pra mim, isso é realmente doloroso demais, não apenas pra mim)
Ca: eu... Eu não sei, o Victor! (Aí que raiva desse idiota)
A: e você acreditou? (Ele está próximo de mim novamente e vejo a frustração pulsando através de seus olhos)
Ca: eu não queria acreditar, eu confiava demais em nosso amor, mas com o passar dos dias, eu não sei... Eu duvidei que você ainda estivesse me procurando. (Abaixo minha cabeça e algumas lágrimas começam a escapar de meus olhos)
A: mas eu procurei, procurei tanto! Eu fiquei desesperado quando não te vi voltar, quando a Pocah me ligou e perguntou se você ja tinha saído de casa e já havia se passado mais de 1 hora e você ainda não tinha chegado lá, eu senti meu coração quebrar aos poucos, eu vivi uma sensação de estar morrendo e não poder sequer gritar (ele choro demasiadamente, se senta novamente tentando respirar) eu tive crises de ansiedade, uma pior que a outra, eu tive que levantar todos os dias e tentar seguir a vida, sem saber o que aconteceu contigo porque eu tinha um bebê de apenas 4 meses que precisava de mim, eu precisei de todo apoio possível, por isso sua mãe mora aqui, mas você quer saber porque eu não te procurei mais? Porque eu "desisti"? (Ele parece estar com raiva, magoado, não sei)
Ca: sim! (Minha resposta sai quase inaudível)
A: por causa disso aqui (ele caminha até a mesinha de canto e depois volta com papais na mão e os joga em cima da cama) eu queria ser cego pra não ter que ler tudo que tá escrito aí, mas eu li e tudo isso me magoou de uma forma profunda e sem retorno, então eu decidi só parar! Eu ainda tinha esperança que tudo fosse um surto da minha cabeça, que eu acordaria algum dia e você estaria aqui, era difícil demais pra mim acreditar que você tinha escrito todas essas coisas, mas a cada dia que passava só parecia piorar... (Ele não consegue continuar, o choro dele se torna algo muito mais profundo e eu choro igual, não dá nem pra imaginar o quanto ele sofreu e ver ele assim me mata um pouquinho por dentro)
Ca: e não fui eu mesmo que escrevi! Eu fui obrigada a escrever tudo isso, mas as palavras não são minhas... (Ele se surpreende e me olha com carinho, ali eu pude ver que apesar da dor, ele ainda mantinha a esperança que não tinha sido eu) o Victor me dava as cartas já escritas, eu precisava apenas transcrever elas, porque ele disse que você não acreditaria se não fosse a minha letra, que se eu não o fizesse, seria muito pior, ele te mataria e assim o pouparia de te fazer me esquecer, ele disse que na verdade você já tinha me esquecido, que as cartas eram só pra que ninguém me procurasse, nunca, porque eu era dele, mas ele dizia que você já estava em outra, que a sua vida tinha seguido, que em poucos meses você já estava feliz e nem lembrava mais quem eu era... (Ele me abraça e me puxa para o seu colo)
A: mas você sabe que tudo isso é mentira né? Aquele nojento nem sabe o que é amar tanto alguém, eu nunca iria conseguir te esquecer, eu desisti sim de te procurar, porque eu não aguentava mais, eu precisava tentar ficar bem, a Clarice precisava de um pai, mas meu coração esteve o tempo todo alerta, esperando que houvesse uma luz no final do túnel que mostrasse qualquer indicio de que você estava bem e queria a gente de novo, eu te amo tanto! Eu nunca conseguiria te deixar pra trás...
Ca: eu também te amo! E você também sabe que tudo isso aqui é mentira né? (Ele balança a cabeça, eu pego seu rosto e o seguro entre minhas mãos o fazendo me olhar) você é o amor da minha vida! É o homem, o único homem pra quem eu sempre quero correr, é meu lugar favorito no mundo, é tudo que eu sempre sonhei e nunca soube pedir a Deus, mas ele me deu mesmo assim, é o melhor amigo, amante, namorado e pai que eu conheço, a cada segundo que eu te vejo eu me apaixono ainda mais e sabe por que? Porque seu coração é tão lindo, tão lindo que faz qualquer coisa em você ficar perfeito. Eu te amo e nem as pessoas que fizeram tudo aquilo comigo, nem qualquer outra pessoa nesse mundo, serão capazes de apagar as marcas desse amor em mim!

Ele sorri e seus olhos brilham tanto, ele aproxima sua testa da minha, depois devagar ele passa seu nariz no meu, encosta seus lábios nos meus e me beija carinhosamente, devagar, sem malícia, com devoção, a mágoa da espaço ao carinho e o medo da lugar ao amor, eu me sinto segura novamente, ainda não consigo imaginar a gente junto totalmente, mas só de o ter aqui tão perto, com a boca colada na minha, e não me sentir com nojo de nada, já me faz entender que estamos no caminho para a cura e eu não vejo a hora de poder me perder de novo nele.

Ele para o beijo aos poucos, com alguns selinhos.

A: eu te amo tanto! Tanto (me dá mais um selinho) a gente não vai deixar aquele cara tirar mais nada da gente, não importa o que ele fez, o que ele obrigou você a fazer, você não tem culpa de nada, só ele tem, e ele vai pagar quando for a hora, mas isso aqui (ele pega as cartas e começa a rasgar cada uma) isso não nos pertence, não irá nos dominar, nunca mais, por que eu te amo e você é a mulher da minha vida, é a escolha mais certa da minha vida, é a mãe dos meus filhos, é tudo de melhor nessa vida e nenhum babaca vai diminuir isso. Eu te amo!
Ca: lindo! (Falo em sussurro e lhe dou alguns selinhos, resolvo não aprofundar aquilo, ainda) agora a gente pode dormir?
A: claro que pode, você que manda vida!
Ca: então vem aqui! (Eu o puxo pra mim)
A: eu posso ser a conchinha de dentro hoje?
Ca: aíiii meu Deus! É sério isso?
A: muito sério dona Carla!
Ca: pode, hoje você pode tudo! Vira!

Ele me dá mais um beijinho e se vira de costas pra mim, eu me encosto nele e coloco uma de minhas pernas por cima da cintura dele, eu sou muito pequena, mas nosso encaixe é tão perfeito, sempre foi, apesar dele ser enorme e está ainda mais enorme, os músculos parece que triplicaram, dormimos, eu pude enfim descansar, na certeza que não há nada que nosso amor não seja capaz de vencer, a gente só tem que lutar por isso.

ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora