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Carla

Hoje é um dia especial, é o primeiro dia da Clarice na escola e também meu primeiro dia de trabalho depois de tudo. Estamos no carro e Arthur está me levando ao estúdio do Vini, vou fazer umas fotos pra uma campanha de inverno de uma marca de uma amiga, que começou ano passado e já é um sucesso.

A: o que você tá pensando? (Ele coloca a mão sobre minha coxa e me tira no meu transe)
Ca: em como eu tô feliz! A vida não poderia estar melhor! (Sorrio pra ele e ele sorri de volta pra mim me mandando um beijo no ar)
A: chegamos meu amor! (Ele se inclina e me dá um selinho, eu aprofundo e torno aquilo em um beijo sensual e provocativo) Carla, Carla!
Ca: o que é? (Minha voz sai quase em sussurro)
A: não me provoca que eu te roubo e não te devolvo tão cedo! (Eu o beijo novamente e ele morde meu lábio, para de me beijar e distribui beijos pelo meu pescoço)
Ca: parou! Eu tenho que trabalhar! (Falo voltando a alça do meu vestido pro lugar)
A: você é tão maldosa!
Ca: mais tarde eu te mostro como eu posso ser ainda mais maldosa! (Dou um selinho nele e me arrumo pra sair do carro)
A: aaah! Agora vou ficar ansioso pra voltar pra casa!
Ca: que bom (selinho) te amo! (Mais um selinho)
A: bom primeiro dia de volta meu amor! Te amo! (Me despeço dele e saio do carro e o vejo ir embora)

Entro no estúdio do meu amigo que já me espera lá.

Ca: oiê! (Corro e me jogo nos braços dele, ele me ergue e eu cruzo minhas pernas em suas costas)
V: quanta saudade Carlotinha! (Ele gira comigo nos braços)
Ca: muita saudade Vinícius! (Ele me desce do colo dele) vamos começar por onde?
V: me contando todas as fofocas minha senhora! (Eu não aguento não)
Ca: aí Vini! Aconteceu tanta coisa, mas vamos lá...

Ele começa a me maquiar e fofocamos sobre exatamente tudo, ele fico todo abobado quando conto tudo sobre a Clarice, mas também quem não ficaria apaixonado pela minha pequena? Ela é perfeita. Fizemos todas as fotos e vídeos da campanha e resolvi pedir pra ele fazer umas fotos mais sensuais, algumas de biquíni, lingerie, essas últimas obviamente pra dar de presente pra um certo alguém, ainda não consigo me colocar sensualmente no meu feed, por enquanto só uma pessoa terá acesso a tais fotos.

Termino com o Vini, posto as fotos com as legendas e já mando mensagem pro Arthur, ele não me responde, acho que ainda está gravando, então falo que vou pedir um Uber e ir pra casa, estou ansiosa pra ver nossa pequena.

Quando entro no Uber, o motorista fica me encarando, fico constrangida, mas não falo nada, ele começa a dirigir, mas pegamos um trânsito absurdo eu fico cada vez mais constrangida com os olhares,a forma como ele me seca, que nojo, resolvi ligar pro Arthur, ligo uma, duas, três vezes e ele não me atende, então mando mensagem pelo WhatsApp mesmo.

"Amor, eu sei que você ainda deve tá gravando, mas eu resolvi vim de Uber como te contei na outra mensagem e agora eu tô com medo, então me atende por favor"

Ligação on

A: onde cê tá Carla?
Ca: na avenida das Américas! (Respondo em seguida)
A: por que você falou que tá com medo. (Não respondo) ele tentou alguma coisa? (Ele parece com raiva)
Ca: não! Só encara só (sussurro)
A: por que você não me esperou? (Fala seco)
Ca: eu só queria ir encontrar nossa filha amor!
A: me manda a localização, já sai aqui, vou acompanhar vocês!
Ca: tá bom, vou mandar! Beijo, te amo! (Ele desliga)

Mando a localização, continuo apreensiva, mas corre tudo bem, chego em casa, Arthur ainda não chegou, nem a nossa filha, então vou tomar banho para esperar os dois, estou com tanta saudades.

Ouço quando o Arthur entra no quarto, grito, mas ele não responde, termino meu banho e vou procurá-lo, o encontro na sala com nossa pequena, já limpinha e de pijama, toda serelepe.

C: Oi mamãe! Eu tavo contano plo papai, como foi o dia da Clalice hoxe! (Ela fala toda empolgada, me sento com eles no sofá e dou um selinho no Arthur que parece nem se importar, tem algo estranho)
A: o que mais você aprendeu princesa?
C: a plofesoula dixe que eu sou uma menina espelta, ensino os numelos, mas a Clalice já xabia tudim. (Ela se deita em nosso meio, coçando os olhinhos)
Ca: tá com sono amor?
C: xim mamãe! (Ela me abraça e puxa o braço do pai pra abraçar nós duas)

Ficamos um tempo no sofá, até que vejo Arthur se levantar e ir até o nosso quarto, vejo ele pegar algumas coisa e ir pro quarto ao lado, continuo no sofá sem entender nada, ele não volta, coloco a pequena em sua cama e vou para o meu quarto, me deito em nossa cama e posso sentir seu cheiro por todos os lados, quando penso em levantar pra ir ver o que porra tá acontecendo, pego meu celular e vejo tudo que aconteceu.

Isso só pode ser um pesadelo...


ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora