parte 22

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ponto de vista: vivi

Assim que cheguei em casa, Gabriela e Samira vieram correndo até mim, desesperadas e me segurando pelos braços.

— Que foi? Alguém morreu? — perguntei de olhos arregalados.

— Já comprou o presente da Triz? — Gabriela fala.

— Não, vou comprar depois. Agora tô cansada. — tentei andar pra colocar minha bolsa no sofá, mas elas me seguiram.

— Mas o aniversário dela é amanhã, e se você não achar algo que agrade à tempo?

— Então daqui a pouco eu vou no shopping e procuro algo. Satisfeita? Enquanto isso, eu quero comer e deitar um tempo.

— Vivi, a gente pode dar juntas o presente pra ela? — Samira me olhou. — Tô sem dinheiro.

— Claro. Você vai comigo, então? — questionei e ela balançou a cabeça em afirmativo. — Ótimo.

— Até mais tarde, eu vou pro quarto terminar um negócio da faculdade. — Samira deu um abraço rápido em nós e subiu as escadas.

— E você? — fitei a garota de olhos azuis.

Ela estava com um moletom azul claro, que aparentava ser bem confortável.

— Eu o quê? — ela pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Parecia tímida. Meu Deus, como assim, tímida?

— ...Nada. — mudei de ideia, resolvendo deixar ela um pouco em paz.

Vou até a cozinha e abro a geladeira. Ao perceber a falta de algumas coisas, acabo por pegar dois ovos e margarina. Depois de fritar meu jantar e comê-lo com pão, encho mais um copo com o suco que preparei mais cedo.

De volta na sala, pego minha bolsa e subo.

— Eu vou com vocês. — Gabriela disse, sentada em frente à escrivaninha do quarto.

— Você me adora mesmo, né? Não saiu do meu pé o dia todo. — brinquei.

— Nada a ver. E a senhorita se acha demais, pro meu gosto. — ela revirou os olhos.

— Eu? Claro que não. — nego fazendo uma careta, o que causou risadas vindas da garota. — E as flores?

— Coloquei na água, em um lugar fresquinho da casa.

— Cuidado pros filhos da Laura não estragarem. Aqueles dois são tudo menos delicados... — tirei meu tênis e fui até minha cama.

— Já avisei todo mundo pra não pegarem. Você vai dormir, agora?

— Só cochilar um pouco. — apoiei a cabeça no travesseiro, podendo ver Gabriela mais de perto.

— Sem tomar banho? — ela me encarou, com uma sobrancelha levantada.

— Eu vou tomar banho quando formos sair. — resmunguei.

— Que nojo, Viviane...! — ela exclamou.

— Me deixa, Gabriela. Você não é minha mãe. — virei pro outro lado.

— Ok, não tá mais aqui quem falou. — ela suspirou e tornou à se concentrar no que estava fazendo.

Fui acordada com alguém balançando meu ombro constantemente.

— Vivi. Vivi... — a pessoa me chamou e eu emiti um som de aborrecimento. — Viviane!

Com o grito eu levantei assustada. Era só a Samira.

— Mas o que... — tento raciocinar. — Quer ir agora?

— Sim.

— Não tá muito cedo? Vamo daqui à pouco. — tentei voltar à minha posição confortável de antes, mas ela me puxou pelo braço.

— Sem essa, porque quando você diz "daqui à pouco", quer dizer nunca. Vem.

— Tá bom. E a Gabriela? — fiquei de pé e andei até o armário.

— Tá lá embaixo. Aproveita que o banheiro tá vazio. — Samira gesticulou pra eu me apressar, e nós nos olhamos paralisadas. — Vai! — até ela gritar novamente, e eu correr.

Depois de tomar banho e me arrumar, nós três fomos ao shopping. Passamos por umas lojas de roupa primeiro, mas eu nem tinha pensado em dar roupa pra Triz. Eu à conheço pouco, não faço ideia do estilo dela.

— Melhor um acessório, mesmo. — falei, colocando uma blusa de volta no cabide.

Eu adoro brincos, pulseiras, colares e bijuterias no geral. Acredito que a aniversariante também, então vai ser uma dessas opções. A loja era bem espaçosa e tinha de tudo. Samira e eu escolhemos um colar juntas, já que daremos o presente juntas.

Ele é prateado brilhante e contém um pingente de coração vermelho. Parece um rubi, é perfeito. Quase peguei pra mim, inclusive.

borboletas [gabi cattuzzo]Onde histórias criam vida. Descubra agora