ponto de vista: vivi
Assim que cheguei em casa, Gabriela e Samira vieram correndo até mim, desesperadas e me segurando pelos braços.
— Que foi? Alguém morreu? — perguntei de olhos arregalados.
— Já comprou o presente da Triz? — Gabriela fala.
— Não, vou comprar depois. Agora tô cansada. — tentei andar pra colocar minha bolsa no sofá, mas elas me seguiram.
— Mas o aniversário dela é amanhã, e se você não achar algo que agrade à tempo?
— Então daqui a pouco eu vou no shopping e procuro algo. Satisfeita? Enquanto isso, eu quero comer e deitar um tempo.
— Vivi, a gente pode dar juntas o presente pra ela? — Samira me olhou. — Tô sem dinheiro.
— Claro. Você vai comigo, então? — questionei e ela balançou a cabeça em afirmativo. — Ótimo.
— Até mais tarde, eu vou pro quarto terminar um negócio da faculdade. — Samira deu um abraço rápido em nós e subiu as escadas.
— E você? — fitei a garota de olhos azuis.
Ela estava com um moletom azul claro, que aparentava ser bem confortável.
— Eu o quê? — ela pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Parecia tímida. Meu Deus, como assim, tímida?
— ...Nada. — mudei de ideia, resolvendo deixar ela um pouco em paz.
Vou até a cozinha e abro a geladeira. Ao perceber a falta de algumas coisas, acabo por pegar dois ovos e margarina. Depois de fritar meu jantar e comê-lo com pão, encho mais um copo com o suco que preparei mais cedo.
De volta na sala, pego minha bolsa e subo.
— Eu vou com vocês. — Gabriela disse, sentada em frente à escrivaninha do quarto.
— Você me adora mesmo, né? Não saiu do meu pé o dia todo. — brinquei.
— Nada a ver. E a senhorita se acha demais, pro meu gosto. — ela revirou os olhos.
— Eu? Claro que não. — nego fazendo uma careta, o que causou risadas vindas da garota. — E as flores?
— Coloquei na água, em um lugar fresquinho da casa.
— Cuidado pros filhos da Laura não estragarem. Aqueles dois são tudo menos delicados... — tirei meu tênis e fui até minha cama.
— Já avisei todo mundo pra não pegarem. Você vai dormir, agora?
— Só cochilar um pouco. — apoiei a cabeça no travesseiro, podendo ver Gabriela mais de perto.
— Sem tomar banho? — ela me encarou, com uma sobrancelha levantada.
— Eu vou tomar banho quando formos sair. — resmunguei.
— Que nojo, Viviane...! — ela exclamou.
— Me deixa, Gabriela. Você não é minha mãe. — virei pro outro lado.
— Ok, não tá mais aqui quem falou. — ela suspirou e tornou à se concentrar no que estava fazendo.
Fui acordada com alguém balançando meu ombro constantemente.
— Vivi. Vivi... — a pessoa me chamou e eu emiti um som de aborrecimento. — Viviane!
Com o grito eu levantei assustada. Era só a Samira.
— Mas o que... — tento raciocinar. — Quer ir agora?
— Sim.
— Não tá muito cedo? Vamo daqui à pouco. — tentei voltar à minha posição confortável de antes, mas ela me puxou pelo braço.
— Sem essa, porque quando você diz "daqui à pouco", quer dizer nunca. Vem.
— Tá bom. E a Gabriela? — fiquei de pé e andei até o armário.
— Tá lá embaixo. Aproveita que o banheiro tá vazio. — Samira gesticulou pra eu me apressar, e nós nos olhamos paralisadas. — Vai! — até ela gritar novamente, e eu correr.
Depois de tomar banho e me arrumar, nós três fomos ao shopping. Passamos por umas lojas de roupa primeiro, mas eu nem tinha pensado em dar roupa pra Triz. Eu à conheço pouco, não faço ideia do estilo dela.
— Melhor um acessório, mesmo. — falei, colocando uma blusa de volta no cabide.
Eu adoro brincos, pulseiras, colares e bijuterias no geral. Acredito que a aniversariante também, então vai ser uma dessas opções. A loja era bem espaçosa e tinha de tudo. Samira e eu escolhemos um colar juntas, já que daremos o presente juntas.
Ele é prateado brilhante e contém um pingente de coração vermelho. Parece um rubi, é perfeito. Quase peguei pra mim, inclusive.
VOCÊ ESTÁ LENDO
borboletas [gabi cattuzzo]
Fanfictiononde viviane mora em uma pensão e a nova moradora é sua ex amiga, gabriela.