parte 24

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ponto de vista: vivi

Gabriela me levou até um canto do apartamento e me apresentou aos seus amigos. Alguns deles eu já tinha visto pela internet, e todos foram super gentis e receptivos.

— Dona Gabriela nem pra nos atualizar sobre sua nova vida, né? — Guaxinim brincou, e a garota revirou os olhos.

— Me deixa, eu sou discreta.

— Discreta, no caso envergonhada? — perguntei, atraindo a atenção do grupo.

— Ih, conta isso melhor. — Maethe cruzou os braços e nos lançou um olhar curioso.

— Vivi, não começa. — Gabriela franziu a testa pra mim.

— Que foi? Eu só tô fazendo amizade. — eu disse inocentemente.

— Ah, jura? Parece que quer queimar meu filme. — ela imitou meu tom de voz.

— Só um pouco... — murmurei, e todos olharam pra garota de olhos azuis.

— Pelo jeito vocês são que nem cão e gato. — Maethe gargalhou.

— Imagina. — eu acompanhei.

Samira e Triz apareceram alegres.

— E aí, já conheceram minha nova amiga? A propósito, essa é a Samira. — Triz apontou pra menina ao seu lado.

— Prazer, gente. Eu passei à acompanhar vocês, depois que conheci a Triz. — Samira se acercou.

— Eu agradeço. — Guaxinim falou e em seguida todos falaram coisas parecidas.

— Cadê o Calango? — Felps se inclinou pra olhar.

— Foi receber mais gente. — Triz respondeu.

— Quem? — Samira perguntou de olhos arregalados, e eu segurei o riso.

— O Rafael e a Lorena. Vocês querem beber alguma coisa? Eu pedi pizza, também.

— De novo? — Gabriela questionou.

— Sim, de novo. É meu aniversário, Gabriela, eu posso. — Triz rebateu.

— Toma essa. — eu comentei, fazendo um gesto de tapa. Todos riram.

Em pouco tempo, Calango retornou e ao seu lado estavam Cellbit e sua namorada. Eles falaram com o pessoal e os homens foram pra cozinha. Ficamos só as meninas na sala.

— Lore, essas são Vivi e Samira. Elas moram com a Gabi e já viraram minhas amigas, também. — Triz nos apresentou.

É estranho ser apresentada tantas vezes em uma noite só. Mas já tô me acostumando.

— Oi, gente. Parabéns, Triz. — Lorena deu um beijo na bochecha da aniversariante. — Vocês são muito bonitas, meu Deus...Gabi não tinha comentado comigo sobre.

— Estranho seria se comentasse. — eu falei sério, mas elas acharam engraçado.

Menos a Gabriela.

— Você conhece ela bem, então. — Lorena me olhou.

— Digamos que sim. — sorri.

— Elas já se conhecem há bastante tempo. — Samira disse, e eu pude sentir que Gabriela bufou.

— Sério?

— Sim, elas eram amigas no fundamental. Conta, Gabi. — Triz se apoiou na parede.

— É...Pois é. — a garota suspirou, fazendo a gente perceber seu desconforto.

— Lorena, eu vi aquela live do Cellbit. Você maquiando ele, sabe? Gostei muito, eu ri demais. — Samira mudou de assunto, e elas começaram à conversar sobre aquilo.

Gabriela se afastou e eu à observei uns segundos, até que cheguei perto.

— Tudo bem?

— Tudo. — ela virou o rosto e caminhou na direção do corredor.

— Ué... — pensei alto.

— Vivi, vem cá. — Triz me chamou de volta pra rodinha de papo entre garotas. — Que foi?

— Sei lá, a Gabri...A Gabi tá estranha.

— Estranha? — ela juntou as sobrancelhas, mas logo seu semblante mudou, como se ela tivesse entendido do que se tratava. — Talvez por causa daquele assunto...

— Que assunto? — Lorena perguntou.

— Deixa pra lá.

— ...Será que ela vai ficar bem? — eu disse, deixando transparecer o tamanho da minha preocupação com aquela garota.

— Acho que sim. É, vai sim. — Triz respondeu.

— Vivi, você e a Gabi são bem próximas, pelo jeito... — Lorena deu um sorriso meigo.

— E como... — Samira comenta e Triz ri.

— O quê? — Lorena e eu falamos ao mesmo tempo.

— Lore, o que acontece é o seguinte: a queridíssima Viviane aqui-

— Vê lá o que você vai falar. — eu interrompo essa dissimulada da Triz.

— Você gosta dela, confessa. — ela me provocou.

— Quem disse? — dou de ombros.

— É meio óbvio, sabe?

— Ah, então é isso. — Lorena emitiu um som de malícia.

— É. — Samira entrou na onda, e eu à olhei com uma interrogação. — Que foi? Confessa logo.

— Eu vou confessar, sim. Confesso que vocês são um bando de loucas.

— Ah, fala sério! Se ficou tão puta, então é verdade.

— Eu vou beber alguma coisa, porque pelo amor de Deus, quanta asneira... — saí de perto delas e procurei pela cozinha.

Elas tem razão, mas que porra!

borboletas [gabi cattuzzo]Onde histórias criam vida. Descubra agora