parte 23

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ponto de vista: gabi

— Vem logo, Gabi! — as meninas gritaram do corredor, e eu me apressei em terminar de passar o rímel.

— Calma! — abri a porta e fiz uma pose. — Como eu tô?

— Tá linda, eu amei essa roupa. — Samira pôs as mãos no rosto, encantada.

— É, mais uma vez valeu à pena esperar. — Vivi comentou, batendo palmas e me fazendo rir. — Você tá muito bonita.

— Brigada. Vocês também tão ótimas. Vamos? — segurei à maçaneta, pronta pra fechar a porta.

— Bora.

Descemos as escadas e eu fui direto pra saída. Quando me virei pra confirmar que elas estavam me acompanhando, vi as duas me olhando paralisadas.

— Que foi?

— Não tá esquecendo nada? — Vivi cruzou os braços, me fitando com um sorriso provocador.

— Acho que não...Tô? — fiquei confusa, daí minha colega de quarto apontou pra Samira, que balançou a sacolinha com o presente delas. — Claro, as flores!

— "Claro, as flores!" — elas me imitaram e começaram à rir. — Vai pegar.

— Tô indo, valeu por me lembrarem. — corri pra pegar o buquê e ele estava intacto, ouso dizer que até mais bonito do que quando eu o comprei.

Enfim saímos da pensão. No caminho todo, fiquei refletindo sobre umas coisas. E essas coisas, resumidamente, formam uma palavra só: Viviane. É difícil admitir isso, mas ela não lê meus pensamentos, então acho que posso. Eu me sinto diferente perto dela.

Agora, no caso. Quando nos reencontramos, eu à via como uma possível melhor amiga, de novo. Com o tempo cheguei à pensar que à odiava, e no momento...eu tenho uma quedinha por ela. Não contei pra Triz ainda, mas sei que se contar, ela vai substituir a palavra "quedinha" por "penhasco".

Dei risada sozinha quando saímos do carro e o motorista do Uber foi embora.

— Que prédio bonito. — Samira disse olhando pra cima.

— É aqui que eu faço minhas lives.

— Agora fiquei mais animada ainda. — ela deu pulinhos de alegria.

Subimos de elevador e alguém abriu a porta antes mesmo de nós batermos.

— Oi, meninas! — Triz sorriu e nos abraçou forte.

— Feliz aniversário! — eu exclamei, estendendo o buquê pra ela.

— Rosas brancas, eu adorei. Brigada, Bagizinha. — ela cheirou as flores e abriu um sorriso enorme.

— Parabéns, Triz. — Vivi disse. — Eu e a Sami compramos isso aqui pra você.

— Espero que goste! — Samira entregou a sacola.

Triz colocou o buquê de lado e abriu a embalagem, tirando dela o colar. Ela ficou extasiada.

— Que lindo, gente. Meu Deus! Calango, vem cá! — ela chamou nosso amigo e aí eu me dei conta de sua presença. Ele se aproximou. — Se liga nos presentes incríveis que eu ganhei.

— Eita, porra. Capricharam, hein? Nem o meu foi tão daora assim. — ele fez um bico engraçado.

— Para, eu gostei. — Triz deu um tapinha de leve nele. — Fica à vontade, gente. Podem entrar.

Calango se apresentou para as meninas, e elas fizeram o mesmo. Depois que entramos, eu já me sentia em casa, pois conhecia todo mundo.

— Meu Deus, tô reconhecendo quase todo mundo. — Samira falou.

— Isso porque ela mal via live na Twitch. — Vivi murmurou no meu ouvido e eu cheguei à arrepiar.

Dei risada e ela acompanhou.

— Samira, vem cá. — Triz segurou a mão de Samira e à puxou pra longe.

— Quer conhecer o pessoal? — perguntei pra Vivi, e um segundos depois, seus olhos bateram em mim.

— Quero. — ela sorriu sem mostrar os dentes, e eu segurei sua mão.

borboletas [gabi cattuzzo]Onde histórias criam vida. Descubra agora