"Se eu faço isso, é pro seu bem!"
"Por que você tem que ser esse inferno de filha?"
→O capítulo pode conter gatilhos.
Tw: Assédio.☆☆☆
Meus pulsos e coxas ardem graças aos cortes recém feitos. Minhas costas não estão diferentes, graças a minha mãe.
É sempre assim, já não tem o que fazer. Ela tem seus problemas com meus irmãos mais velhos, não pode fazer nada e acaba sobrando para mim. Sempre para mim.
— [Nome], abra a porta! – A voz abafada do homem martelou em meu ouvido.
Senti um frio na espinha quando ele bateu forte na porta outra vez. Hayato é meu pai. Quando eu era criança, ele era meu herói, o melhor pai do mundo. Do tipo de que nunca se esqueceu de uma reunião minha da escola, ou o dia do meu aniversário. Do tipo que sempre quando eu estava triste, dava a vida para me alegrar. Do tipo que acabaria com qualquer filho da puta que encostasse em mim.
Ele era perfeito.
Mas ele foi mudando... Acho que só percebi isso na pré adolescência. Uma fase de mudanças, tanto de personalidade quanto na aparência. Meu corpo estava passando por transformações. Hayato começou a me olhar "diferente", também passou a agir diferente. Tenho certeza que ele já tinha aquele olhar nojento antes, eu só não queria enxergar. O jeito como me olhava quando eu passava de shorts, as palavras de duplo sentido, os toques discretos pelo meu corpo, os tapas que dava em minha bunda quando estava distraída; tudo isso já entregava. Me pergunto como eu não notei. Ou melhor, como minha mãe não percebeu, afinal ela estava presente na maior parte do tempo.
Lembro que uma vez eu estava saindo do banho e, como de costume, esqueci a porta aberta. Quando cheguei no quarto apenas de toalha, ele estava lá. Na época eu não liguei, até porque ele logo inventou uma desculpa pela qual fazia total sentido em minha cabeça. Eu pedi para ele se retirar, queria me vestir e ir para escola. "Não precisa ter vergonha de mim, eu sou seu pai!" Foram as palavras dele. Pela primeira vez, eu finalmente me toquei de que aquilo não era certo. Pedi pela segunda vez e ele continuou com as desculpas, até que resolvi ir para o banheiro.
Porém, adivinha? Ele não deixou. Segurou em meu braço e falou algo tipo: "Papai não quer fazer nada com você! Não confia em mim?"
Suas mãos foram descendo pelos meus braços, chegando até minha coxa. Céus, só eu sei como me senti desconfortável com aquilo. "Você pode brincar com Papai?"
Hoje essas palavras não tem o mesmo sentido que antigamente.
A pior parte de tudo aquilo é que não consegui me mexer ou pedir ajuda, eu só deixei ele passar as mãos pelo meu corpo. Acho que isso, de alguma forma, fez ele achar que eu tinha gostado, porque se repetiu várias vezes. Nesse primeiro dia, minha mãe arrumou um trabalho e meu irmão saiu com minha irmã caçula. Foi o dia perfeito para me atacar.
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𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa
Fanfiction▀▄▀▄▀▄🄾🄱🅂🄴🅂🅂🄴🄳 🄱🄾🅈▀▄▀▄▀▄ 𝕺𝖓𝖉𝖊 Você, a qual passou por traumas durante anos de sua vida, sendo o maior deles os abusos que sofrera pelo seu próprio pai; vai passar por muitos outros problemas e traumas. Um dos problema...