Sixty-four

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— Nem brinca com isso, garota. – Eu ri de nervoso.

Ela ficou seria e meu sorriso sumiu.

— Eu não estou brincando! – Seu cenho se franziu.

— Tem que tá! Cara, você é uma criança! – Disse, indignada.

— Não sou, faço dezoito anos semana que vem. – Ela conta.

— Continua sendo muito nova. – Retruquei. – Você sabe a idade de Hayato?

— Sei e não vejo problema. – Agora um sorriso surge em seu rosto. – Eu gosto de homens mais velhos.

— Cara, Hayato é quarenta anos mais velho que você, sua maluca! Ele tem idade para ser seu pai, ou, quem sabe até, seu avô.

Eu quero convencê-la de que não é normal esse namoro, mas, julgando pelo rosto da garota, não estou conseguindo.

— Mas ele não é meu pai, muito menos meu avô. É meu namorado! – Rebateu, cheia de ignorância. – Vamos nos casar e ter filhos, queira você ou não. Só aceite!

De tão nervosa, acabo soltando uma risada alta de puro desespero.

— Você é maluca, só pode. – Me afasto dela, andando de costas até uma distância segura antes que eu sente a mão na cara dela.

Fiquei revoltada com a situação, a minha vontade é bater naquele velho desgraçado, mas também nessa idiota só por ela não admitir que é problemático.

— Sou maluca só por querer uma família com seu pai?

— Óbvio! – Respondi com firmeza. – Se você soubesse o filho da puta que esse homem é, com certeza, não iria querer construir uma família com ele.

— Como pode falar assim do seu próprio pai? – Franze o cenho e avança um passo em minha direção, percebi seus punhos cerrados.

Ela iria me bater?

— Hayato não é meu pai! – Respondi no mesmo tom de grosseria que ela. – E eu falo dele do jeito que eu quiser, aquele monstro não merece respeito.

Monstro? – E eu travei, meu coração disparou e senti um frio percorrer por todo meu corpo, quando ouvi a voz do homem logo atrás de mim.

Não me virei, mas sabia que ele estava bem perto e se aproximando ainda mais, segundo seus passos. Quando ele chegou? Eu nem percebi.

— Hayato, não foi nada. – A menina disse, abanando as mãos em frente ao peito, seu rosto e voz em desespero. – Não faça isso com ela.

Meus olhos se arregalaram e eu automaticamente olhei para trás. Meus olhos pararam no homem com um cinto de couro na mão, parado um pouco — uns passos — longe de mim. Sua cara não é das melhores, ele está com raiva.

— Vou ensinar essa ingrata a me respeitar! – Respondeu à garota, voltando a caminhar em minha direção, rápido. – Vá para o meu quarto.

— Não, Hayato! – Quando vi ela já estava em minha frente, em minha defesa. – Não precisa fazer isso!

Eu não consegui me mexer, nem falar nada. Tenho medo dele.

— Saía da minha frente, Iuku! – Mandou, raivoso, parando em frente à jovem.

Não sai, Iuku.

Me pego implorando mentalmente.

— Ela só estava de cabeça quente, querido. – Suas mãos pararam nos ombros do homem. – Olha, vamos fazer assim então. A [Nome] vai pedir desculpas, ok?

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora