Fifty-eight

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Tw: "Assassinato"
Crise de ansiedade.
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Amor, é impressão minha ou sua cara está meio roxa e inchada? — Bruce pergunta, me olhando pela tela do celular. Ele estreita os olhos, aproximando o iPhone no rosto.

— Me meti em uma briga ontem. – Contei a mentira, a qual já repeti tanto que meu cérebro está quase me convencendo de que foi real. – Um grupo de garotas chatas...

Achei que esse seu lado barraqueiro tinha morrido. — Ele solta um risinho após falar. — Quem saiu mais machucada, você ou elas?

— Obviamente eu. – Reviro os olhos, me irritando por ele nem, ao menos, perguntar se estou sentindo dor. Tá achando graça.

Você precisa parar com isso, uma hora pode acontecer algo pior. — Aconselhou, ficando sério.

— Aí você me defende. – Brinquei, querendo fugir de mais sermões. Já chega por hoje.

Eu não. Sou todo fraquinho, amor. — Fez bico, como uma criança.

— Se eu estivesse em uma confusão maior, você não me defenderia? – Mudo minha expressão facial rapidamente, ficando estranhamente decepcionada com o que acabei de ouvir; mesmo que ele pareça brincar.

Quê isso, vida? Você precisa de alguém para te defender? Tem que se valorizar, rapaz. — A voz dele soa brincalhona, mas só me deixou mais raivosa. Bruce tirou o sorriso do rosto, creio que percebendo o quão sério estava falando. — Você entrou em uma confusão maior?

— Eu não entrei, mas, e se? – Levanto as sobrancelhas, já esperando ansiosamente pela resposta.

Não existe esse "e se"! Tenho para mim que depois dessa você não vai querer entrar em outra briga. — Não pude evitar de não me decepcionar com a resposta dele, até porque eu espera algo heroico sair de seus lábios.

— Sim, claro. – Mordo o canto de minha boca, desviando meus olhos para outro lugar que não seja aquela imagem de Bruce em meu celular. Levo minha atenção até a porta de meu quarto, que foi aberta por Kei.

Para acessar meu quarto, Kei precisou subir pela janela, porque Hayato não quer ele aqui dentro. Ele trancou a porta e ficou aqui comigo por um bom tempo. Por volta de umas uma da tarde Hayato avisou que estava saindo e não tinha hora para voltar. Assim, o moreno pôde andar livremente pela casa. Kei preparou nosso almoço e comeu comigo no quarto.

Shopia o viu, segundo ele, mas não disse absolutamente nada.

Agora são sete da noite e ele preparou uma sopa para mim (Ele disse que ia fazer sozinho, mas eu ouvi quando ligou para tia Ryoko).

— Tá falando com quem? – Kei interroga, colocando o prato em cima de minhas pernas.

— Bruce. – Virei a tela o celular para o moreno, que tratou logo de mostrar o dedo do meio para meu noivo.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora