Seventy-seven

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    Para ser bem sincera, achei que iria morrer, pois senti até minha alma indo embora pela bunda. Finalmente sai do banheiro, mas tonta para um caralho. Passei a alça da bolsa pelo em ombro e continuei andando, agindo normalmente.

Quando estava passando pela recepção, vi Izana caminhando um pouco à frente, vem em minha direção. Está mexendo no celular, parece bem concentrado.

Fiquei com vergonha, mesmo sabendo que ele não sabe o que eu fui fazer, ou onde eu estava. Também estou com raiva, o que aconteceu pouco tempo atrás me deixou puta. Poderia dar meia volta e fugir dele, mas estragaria tudo. Eu quero meu dinheiro.

Quando estava próxima, ele leva os olhos até mim, logo depois guardando o celular no bolso. Parece um pouco irritado.

— Onde você estava? – Pergunta, parando em minha frente.

Você não precisa saber. – Imitei a fala dele, de um jeito grosseiro.

Passei por ele, batendo meu ombro de leve. Seus dedos se enrolaram em meu pulso, me impedindo de continuar andando.

— Para de palhaçada, [Nome]! Eu procurei você por todo hotel. – Disse, no mesmo nível de ignorância que o meu. – Onde diabos você estava?

— Não é da sua conta! Vá se preocupar com as duas piranhas que estavam te fazendo companhia. – Olhei em seus olhos, enquanto cuspia as palavras. Puxei o meu braço, soltando sua mão de meu pulso. – Me solte!

Izana franziu a testa, seu corpo virou em minha direção.

— Você sumiu por causa de ciúmes? – Parecia incrédulo.

— Não viaja! Eu não estou com ciúmes de você. – Revirei os olhos.

— Então por que está tão irritada? – Confuso, ele pergunta.

— Porque você é um babaca! – Me virei de frente para ele e me aproximei. Não queria experimentar falar na distância que eu estava, alguém podia ouvir. – Imagina as pessoas que nos viram chegando juntos, como um casal, assistindo aquelas vadias se jogando para você enquanto eu não estava por perto. Acha que pensaram o quê?

Joguei minha revolta na cara dele, por entre-dentes. Ele levanta os ombros, logo desfazendo a expressão irritada.

— Não sei.

— Não sabe? – Quis acertar um soco nele, mas me segurei. Respirei fundo antes de continuar. – Lembra do homem que entrou no elevador com a gente?

— O que tem ele? – Perguntou rápido.

— Estava na máquina ao lado da sua, assistindo sua safadeza! Ele, com certeza, acha que sou corna e a culpa é toda sua. – Apontei para ele. – E ele não deve ser o único, Izana. Tudo isso porque você-

— Já entendi. – Cortou minha fala. – Não vai acontecer novamente.

— Ah, mas não vai mesmo. – Rosnei, chegando mais para perto. – Se você ousar deixar piranhas se aproximarem de você com segundas intenções, eu juro que acabo com toda essa palhaçada de missão. E, Kurokawa, não queira pagar para ver!

Na verdade, eu não estragaria a missão, pois não quero ficar sem dinheiro. ameacei Izana com isso para ele achar que sou maluca o suficiente. Tudo para que ele pense duas vezes antes de se envolver com outra garota enquanto estivermos em missão.

— Tá. – Ele soltou.

— Agora pede desculpas. – Falei por falar mesmo, não estava contando com isso.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora