Fifty-two

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CONTEÚDO SEXUAL!!!

Se você não gosta, pule.

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   Às sete e meia eu já estava pronta, esperando por Bruce na frente de minha casa. A noite tá bem fria hoje, tanto que nem mesmo a jaqueta de couro que usei está conseguindo aliviar. E olhe que meu vestido — O qual comprei hoje à tarde — tem mangas longas.

Eu iria usar o de alcinha que comprei mais cedo também, mas, como está fazendo frio desde o fim da tarde, optei por está. Ele não é tão curto como o outro, consegue cobrir metade de minha coxa, e isso é confortável. Nos pés coloquei um sapato preto, mesmo Helena quase me obrigando a usar saltos. Para completar, meti uns acessórios, e pronto. Para mim está ótimo.

Sorri aliviada quando percebi o carro dele se aproximando. Eu já estava congelando.

É incrível como o dia foi absurdamente quente e a noite um gelo.

Bruce parou o carro, abriu a porta e veio ao meu encontro. Ele tem um sorriso de canto em seu rosto, seus olhos passeando pelo meu corpo enquanto se aproxima. Eu sorri, abrindo os braços para um abraço.

— Você de vestido? – Ele pergunta, estranhando. A gente se abraça por pouco tempo, e se afasta.

— Você gostou? – Pergunto, já ansiosa pela resposta. Bruce segura em minha mão, levanta meu braço e faz um gesto, com a outra mão, para eu girar. Eu fiz, sentindo meu rosto queimar por tanta vergonha.

— Tá uma gostosa. – O moreno elogia, me tirando um sorriso satisfeito. – E eu? Como estou?

Bruce está usando camisa de gola alta e mangas cumpridas, e calça social preta, da mesma cor que a camisa. Um sobretudo, também, preto por cima; sapatos da mesma cor. É algo que foge do que ele costuma vestir, mas achei legal.

— Tá perfeito, como sempre.

Bruce, após beijar minha testa, deu meia volta e abriu a porta do carro para eu entrar. Estranhei, confesso, até porque não é comum algo assim acontecer. Eu entrei no veículo, logo em seguida ele fechou a porta.

O moreno passou para o outro lado e entrou no carro. Ele o ligou, enquanto coloca uma música para tocar. Minutos depois partimos, ouvindo Starboy de The Weekend.

Durante o caminho todo não trocamos uma palavra, às vezes cantarolavamos uma parte ou outra das músicas que tocavam. Mas nunca dirigiamos a palavra um ao outro. E foi um pouquinho desconfortável.

É como se, sei lá... fôssemos estranhos.

Eu tentei desligar minha mente desse assunto, cantando ou apenas olhando a paisagem pela janela. Mas eu sempre acabava pensando em como estamos frios.

É estranho. Diferente.

Principalmente porque há uns dias atrás eu não me sentia assim.

Quando a gente finalmente chegou, eu soltei um ar tão longo e pesado, o qual eu não fazia ideia de que estava segurando. Enquanto eu tirava o cinto de segurança, Bruce foi rápido e correu para abrir a porta.

— Vamos? – Ele sorri, estendendo a mão para eu pegar. Eu me pego pensando se devo ou não fazer isso. Se devo ou não fazer companhia ao meu próprio namorado essa noite. Se devo ou não ficar.

Eu não faço ideia do que seja essa sensação. Talvez ansiedade?

Eu conversei com Helena mais um pouco antes de me arrumar. Tinha prometido que essa noite essa temporada fria do nosso relacionamento iria acabar. Mas, só de me imaginar fazendo algo além de beijo com Bruce já me dar enjoou.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora