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𝕺𝖓𝖉𝖊 Você, a qual passou por traumas durante anos de sua vida, sendo o maior deles os abusos que sofrera pelo seu próprio pai; vai passar por muitos outros problemas e traumas. Um dos problema...
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- Não corra não! - Gritei, tirando o sapato do pé direito. Fraconas! Assim que comecei a andar, correram tudo.
- É mulher pra mostrar o dedo, mas na hora do "vamo' vê" corre assustadinha! - Kei gritou, correndo um pouco atrás de mim.
Elas estão longe, não tenho forças para correr tanto assim, a tontura logo bateu forte. Peguei o sapato e joguei na direção, comemorando quando acertou em cheio nas costas de uma. Tô com a mira boa mesmo sendo sega!
- Vou falar com minha mãe!! - Uma berrou chorosa, tirando-me altas gargalhadas.
- Eu quebro as duas!!! - Gritei de volta. Meu pulso direito (do braço que estava o sapato) tá doendo para um caralho, usei muita força para jogar o meu precioso sapato.
- Tá doida, [Nome]? - Kei parou ao meu lado, descendo as mãos para os joelhos e olhando para baixo. Gargalhei outra vez, imitando seu movimento, estamos ofegantes, nunca mais corro assim - Como vai pegar o sapato?
- Depois eu pego, é caminho mesmo. - Retomei a postura, tudo ao redor girando - Deixamos Bruce sozinho, vamo' voltar.
- Poderíamos ir para casa e deixar aquele idiota sozinho lá, né? - Sugeriu, me seguindo quando comecei a andar.
- Não. - Em uma resposta rápida, iniciei uma carrerinha para chegar logo.
- Iiih, tá boiolando nele. - Revirei os olhos com o comentário do garoto, não respondendo-o.
Chegando, Bruce levantou do balanço e esperou nossa aproximação, seus olhos pararam rapidamente em meus pés.
- Perdeu o sapato? - Questionou debochado, coloquei as mãos em seus peitos, empurrando o corpo para trás.
- Ficou no meio do caminho, ele estava cansado e não queria vir. - Brinquei, descendo uma mão para a sua e pegando-a, puxando-o para andar.
- Se saí, carrapato. - O garoto segurou minha outra mão, o olhei e vi seus olhos faiscarem ao encarar o outro moreno.
Virei a cabeça para Bruce, ele também tá encarando o outro, neguei com a cabeça antes de puxar os dois para continuarmos andando. No caminho, peguei meu sapato e calcei, íamos em um silêncio perturbador, o cheiro de ciúmes no ar.
Chegando em casa, me despedi de Bruce e corri para me arrumar, o garoto vai passar aqui para irmos juntos ao trabalho. Passei pela sala, minha mãe está no sofá com Soso, a pequena correu para me abraçar. Subi a escada sem nem falar um "a", estamos assim deste aquele dia, falamos só o necessário. Tia Ryoko estava no andar de cima, limpando o corredor, falei com ela antes de entrar no quarto. O fedor invadiu minhas narinas, esse quarto precisa de uma limpeza urgentemente, não é como se alguém conseguisse sobreviver em um lugar como este. Como eu não senti antes?
