Eighty-two

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  Assim que ele chegou em casa, correu para o quarto, quase como se estivesse desesperado. E, lá no fundo, ele realmente estava. Desesperado para te ver novamente. Desesperado para conversar com você.

Izana quase saltou como uma criança animada assim que Mark liberou ele para voltar ao Japão. Ele obviamente escondeu a felicidade que se acendeu no peito, ate porque se o Kurokawa mais velho percebesse com certeza faria um jeito de impedir a viajem.

Ele tomou banho e depois se arrumou, pegou a mochila pronta em cima da cama e saiu do quarto em passos largos. Enquanto seguia para as escadas, digitava para você, a qual está online.

São exatamente quatro e cinquenta e cinco e vocês dois não dormiram. Izana por motivos de que precisou sair, já você não conseguiu dormir. Ou talvez tinha medo de apagar e ter pesadelos, como das outras vezes. Você acabava tendo sonhos horríveis com sua irmã e com tudo o que aconteceu, acordava chorando, completamente desesperada.

"Oi. Como você está?" Ele apenas pergunta isso, sem tantas outras palavras.

Queria falar que está voltando e que queria vê-la, mas pensa na possibilidade de você arrumar um jeito de fugir dele. Fará uma surpresa.

Ia descendo os últimos degraus, quando Mark — qual está na sala principal — notou a aproximação. O homem de cabelo longo descansa o iPhone no espaço enorme sobrando ao seu lado direito. Ele observa o filho andando rapidamente em direção á saída, distraído na tela grande do celular. Mark ergue uma sobrancelha.

— Pra quê tanta pressa assim? Não vai ao menos descansar?

Izana para — meio que congela pelo susto que tomou, pois não percebeu a presença do velho —, desce a mão que está com o aparelho e vira a cabeça um pouco para trás. Os olhos grandes encaram o mais velho por cima do ombro. A expressão de seu rosto é tranquila, disfarçando perfeitamente a raiva que apareceu em seu coração quando olhou no rosto sorridente do outro

— Tenho coisas importantes para fazer, não posso descansar.

Voltou sua atenção para frente e deu passos, tem a intenção de sair o mais rápido possível.

Finalmente terei paz, mesmo que sejam apenas dois dias.

Mark cruza os braços em frente ao peito, levanta as sobrancelhas e sorrir o mais provocador possível.

— Tem mulher envolvida nessa sua pressa, não é?

— Óbvio que não!

Izana disse alto, quando estava um pouco distante. Saiu da mansão, enquanto chamava um motorista de aplicativo pelo celular. Poderia chamar o motorista de Mark — o mais velho mesmo disse que poderia fazer isso —, mas o jovem é desconfiado demais para aceitar.

Quando o carro chegou, ele entrou. Durante o caminho nada disse, tinha os olhos presos no aplicativo de mensagens, especificamente na conversa de vocês dois. Lá no fundo ele sabia que você não responderia, mas preferia acreditar que uma hora iria aparecer um "digitando" ali em cima, no lugar do "online".

[...]

Por que você fez isso, Izana? P-Por quê?

As palavras saíram de sua boca como sussurros dolorosos. Ao seu lado, na cama, está Keisuke, te encarando desde o momento em que você gritou desesperada enquanto dormia. O moreno estava na sala assistindo, quando se assustou com sua voz chorosa. Ele já sabia que você estava tendo um pesadelo, já que nesses dias sempre que você consegue dormir acorda assim. Só não imaginava que ao chegar no quarto ouviria você chamando pelo nome do Kurokawa.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora