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𝕺𝖓𝖉𝖊 Você, a qual passou por traumas durante anos de sua vida, sendo o maior deles os abusos que sofrera pelo seu próprio pai; vai passar por muitos outros problemas e traumas. Um dos problema...
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— Pare de encher a porra do meu saco, seu infeliz! – Continuou falando em voz alta, parecia não se importar nem um pouco com se as outras pessoas estão dormindo aqui perto.
Ele não tá nada normal, acho que posso dizer que está sob efeito de alguma merda, pois é muito estranho esse comportamento. O conheço tem um bom e já o vi com raiva, mas nada se compara ao que estou vendo agora. Não me parece o Izana...
— Quem está aí? – É a voz do professor de educação física, ele tá irritado.
Kurokawa se calou e saiu do lugar quase correndo, diretamente para o lado mais escuro. Para não levar a culpa de tamanho escândalo, saí de mansinho e consegui me livrar. Não quero levar bronca no primeiro dia de acampamento.
Voltei para as barracas e entrei. As dúvidas sobre aquela conversa do garoto com o provável pai, ainda rondam a minha cabeça. Estou curiosa. Muito curiosa. Apenas Hinata e Emma estão acordadas, estavam brincando de jogo da velha.
— Demorou, viu? – Emma me olhou, após marcar um "x" no caderno.
— Eu sei. – Fechei a barraca e fui até meu colchonete, me sentando em seguida. – As três estão mesmo dormindo? – Apontei com os olhos para as garotas deitadas uma ao lado da outra.
— Tenho certeza. – Emma voltou sua atenção para o jogo. – Por quê?
— Tenho uma coisa para falar, mas não sei se seria bom elas ouvirem. – Digo, pegando minha mochila e a abrindo. – Na verdade, acho que quero conversar com você sozinha.
— Fala, ué. A Hina é de boa.
— Eu vi seu irmão. – Tirei um cobertor de dentro da grande mochila e a fechei, jogando no lugar que tava.
— E?? – As duas me olharam, esperando uma continuação.
— Ele estava brigando com o pai de vocês pelo celular. – Contei. A loira riu, me fazendo erguer uma sobrancelha em confusão. – Do quê tá rindo?
— Tá falando do qual irmão? – Ainda estava rindo, como se eu tivesse acabado de contar uma boa piada.
— Izana. – Ainda estou confusa sobre essa risada toda, até Hinata deixou escapar risos.
— Izana aprendeu a conversar com mortos, foi? – E começou a gargalhar, fechando os olhos e se entregando a crise de risos. Continuei em silêncio esperando ela se acalmar para me explicar, já que não entendi porcaria nenhuma. Tempo depois soltou um suspiro, se recompondo. – Primeiro que nossos pais não são os mesmos. – A confusão só aumentava. – E não tem como Izana tá brigando com o pai, já que esse está morto. Você viu errado.
— Você deve ter confundido. – Hinata resolveu falar, me olhando. – Ele tava falando com o Shinichiro ou uma outra pessoa.
— Não, eu tenho certeza do quê ouvi. – Insisti, relembrando do momento. – Ele estava mesmo brigando com o pai.
