Seventy-four

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Conteúdo sexual 🔞
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Se não gosta, pule!

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      Não fizemos contato visual depois daquele outro, eu estava nervosa e ele não parecia diferente. Meus olhos procuravam sempre um lugar, longe de seus olhos, onde podiam fixar. Queria me levantar e sair de perto dele, mas acho que soaria estranho demais.

— Obrigada. – Me levanto, assim que ele termina de cuidar dos meus machucados. – Agora senta aí, é a sua vez.

— Não precisa. – Ele, após fechar a maleta, se levanta. – Estou bem.

Passei para frente dele e, finalmente, encarando seus olhos, o empurrei para trás, fazendo-o se sentar no sofá.

— Não perguntei se precisava. – Retruquei, desviando minha atenção para a maleta em seu colo, a qual peguei para mim. – Eu disse que é sua vez!

— Quanta agressividade. – Ouço-o resmungar, mas evitei olhar em seu rosto por um tempo.

Me sentei no banquinho, voltando a abrir a maleta que ele tinha fechado. Com a gaze úmida na mão, me inclino na direção dele, meus dedos vão em seu queixo, erguendo um pouco a cabeça. Pressiono no nariz e ele faz careta, mas não se afasta.

— Quando você e Kakucho ganharam esses ferimentos? – Pergunto, pegando outra gaze e umidecendo no soro fisiológico.

— A gente tentou entrar no meio de sua briga com Karen e acabamos saindo no soco com uns caras. – Respondeu normal, sem jogos.

— Entendi. – Pressionei no canto da boca. Acabei por subir um pouco os olhos, notando a marca de uma perfuração. – Você tinha colocado um piercing na sobrancelha, por que tirou?

— Por nada. – Desci os olhos e companhei o movimento de sua boca falando. – Por que está encarando minha boca?

Me assusto e não consigo evitar de não sentir vergonha, não tinha percebido o quanto isso poderia ser estranho. Tento agir normalmente.

— Estava olhando o machucado. – Falei a primeira coisa que surgiu em minha cabeça, desci os olhos para a maleta.

Eu senti que ele falaria mais alguma coisa, mas, graças ao celular dele tocando, não foi possível. Deixei um tempo para ele atender, depois voltaria com a limpeza.

— Já volto. – Izana diz, se levantando com o celular na mão.

Ele vai diretamente para o quarto, quase correndo. Enquanto não volta, pego minha bolsinha no cantinho do sofá. Falando nela, se Kakucho não tivesse visto e pegado, eu teria perdido os documentos e meu celular.

Peguei meu aparelho e acessei o aplicativo de mensagens, onde tinha algumas recentes. Comecei pela de Soso, que é a mais importante. Em seguida, abri minha conversa com Helena, tinha algumas mensagens dela ainda tentando me convencer a não desistir da missão. Avisei que não voltei para Tokyo.

— [Nome]. – Levei meus olhos para Izana, que me chamou. – Preciso sair agora, mas volto ainda hoje. Se estiver com fome, pode pegar dinheiro em minha mochila.

Ele fala, enquanto anda até a porta, rapidamente.

— Eu ainda não terminei. – Me referi aos cortes em seu rosto, os quais eu estava cuidando.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora