Forty-nine

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— Como não? – Você fanziu o cenho. – Quando éramos crianças, você me evitava, quando crescemos você começou a me infernizar de todo jeito. Como isso não é ódio?

— Não era ódio. Eu nunca consegui te odiar, por mais que eu quisesse. – Ele se sentou, cruzou as pernas estilo índio, ainda te olhando.

— Então por que você...

— Eu te tratava daquela forma porque achei que conseguiria "desgostar" de você assim. – Ele explicou, fazendo sinal de aspas com os dedos. Você se sentou também.

— Como assim?

— É uma história muito longa. Mas... eu nunca te odiei. – Ele, sorrindo, se levanta e estende a mão para você pegar. – Vamos dançar?

— Vamos. – Você segura a mão dele e se levanta. – Mas, depois, quando estivermos sóbrios, quero saber mais dessa longa história.

— Se eu me lembrar... – Ele apoiou uma mão em sua cintura, e estendeu o outro braço, segurando sua mão.

— Já sei. – Você se afastou dele e correu até onde o celular (que tinha sido esquecido) estava, o pegou e encerrou a gravação, que estava rolando até agora. Você voltou para perto dele, fazendo uma nova gravação. – Você vai falar para essa câmera te lembrar de me contar a história. Quando você estiver sóbrio, vai olhar o vídeo e lembrar.

Nããh. Ele rir, colocando a mão na tela do celular, na intenção de parar a gravação.

— Sim! Vamos, fale o seguinte: – Você tirou a mão dele da frente e virou a câmera frontal para o rosto do rapaz. – "Eu, Izana, prometo que vou contar todo o motivo de eu fingir odiar [Nome] desde criança". Fale isto.

— É muito constrangedor. – Ele tenta esconder o rosto com a mão, mas você a puxa e o olha com ameaça. – Tá, tá. Eu, Izana, prometo que vou contar todo o motivo de eu fingir odiar [Nome] desde criança.

Ele fala tudo, encarando a câmera. Quando acabou, você virou a câmera para você e fez um joinha com o polegar, sorrindo antes de encerrar a gravação.

— Agora vamos dançar. – Você colocou o celular no bolso de Izana, depois pegou a mão dele, e colocou a outra em seu ombro.

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Pov: [Nome]
Dia seguinte.
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— Anda! Me conte tudo. – Pedi, impaciente com a demora da garota para se explicar. Entrego-a o copo com água e um comprimido para dor de cabeça. Helena pega com moleza, soltando um alto suspiro cansado.

Helena chegou aqui em casa pouco tempo depois que eu (cheguei cinco e meia e Helena chegou umas seis e pouca). Os cabelos para o alto, as alças do vestido arrebentadas, a maquiagem completamente borrada, unhas quebradas; além do cheiro horrível de álcool e cigarro.

— Você pode ter a educação de falar baixo? – Ela reclama, após engolir o remédio. Helena está sentada no sofá e eu de pé em sua frente.

— Meu caralho! – Retruquei, sem abaixar a voz. – Você me deixou naquela merda de festa sozinha a noite toda. Acha que não me deve satisfações?

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora