Seventy-five

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Dias atrás.
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   Estamos longe do prédio, tenho certeza, pois já não tenho mais forças para continuar correndo. Estou muito cansada, meu coração bate tão forte que chega a me incomodar, sinto meu corpo ainda mais quente. Eu preciso de uma pausa, tenho que descansar, mas isso significaria deixar Izana se aproximar e eu não quero.

— [NOME], POR FAVOR! – Ele grita pela "sei lá" quantas vezes, parece cansado também.

Sei que ele já teria me alcançado há um tempo, só não conseguiu porque enganei ele várias vezes no caminho, entrando em uma rua e outra. Agora sinto uma enorme necessidade de parar, meu corpo não aguenta mais.

— PARA DE CORRER, CACETE! – Está irritado, tenho para mim que ele sente vontade de me matar.

Fui inventar de olhar para trás, pois ouvi sua voz muito próxima. Foi quando me assustei e gritei por vê-lo tão perto. Izana chegou dando rasteira em mim, me derrubando. Meus joelhos foram no chão e, se não fosse pela proteção de minhas mãos, meu rosto também sairia machucado.

No entanto, a raiva falou mais alto que toda vontade de chorar — por causa da dor —, me obrigando a ficar de pé e revidar. Quero tirar sangue desse filho da puta.

— Conversa comigo! – Pediu, agora com calma.

— Vou te matar! – Rosnei, avançando para cima dele.

Agora o papel foi trocado, eu quem corro atrás de Izana. O cansaço parecia não existir mais, as forças nas pernas voltaram. Tenho tanta raiva que se eu tocar as mãos nesse merdinha juro que faço uma besteira. O homem corre em minha frente, as vezes olhando para trás e rindo da minha cara.

Foi em uma dessas olhadas que ele teve o azar — para minha felicidade — de pisar em algo. Julgando pelo jeito que parou e começou a pular de um pé só, acredito que cortou o pé descalço. Corri mais rápido, aproveitando sua fragilidade.

— Te peguei! – Ri, imaginando jeitos de como matá-lo.

Izana olha para mim e tenta correr, mas o machucado em seu pé parece doer muito. Cheguei na voadora. Meus dois pés juntos em suas costas, o empurrando de forma violenta e rápida. Acabei caindo também e doeu — deveria usar apenas uma perna — mas a dor não foi maior que o prazer em vê-lo cair igual bosta.

Ainda não estava totalmente satisfeita, sinto-me mergulhada na vontade de quebrar a cara dele. Descontar todo ódio, desde ele aparecer em meu sonho até ele me jogar no chão. Izana está de costas para mim, se levantando, consigo ouvir seus xingamentos baixinhos. Não permito que fique de pé, ao correr em sua direção e acertar o joelho nas costas. Izana usa as mãos para impedir que caia no chão novamente, mas, aproveitando a inclinação de seu corpo para frente, coloco o pé, o forçando para baixo. Rapidinho o garoto estava totalmente no chão.

Estou me sentindo o ser humano mais forte de todos os tempos, por estar pisando no homem que muitos babam os ovos, jurando ser o tal. Talvez ele seja mesmo, mas não é o que parece nesse exato momento.

— Tira o pé de mim, desgraçada! – Rosnou, de cara no chão.

— Na-

E eu não cheguei a terminar minha fala, pois ele deu um jeito de se virar para frente, tirando meu pé de cima. No mesmo minuto segurou em meu pé e puxou forte, me fazendo cair de bunda no chão — aconteceu tudo tão rápido que não consegui me defender. Tão rápido quanto um piscar de olhos, ele se levantou e avançou para cima de mim. Quando percebi a merda que estava acontecendo, Izana já segurava meus pulsos, o pressionando contra o chão. Seus joelhos estão cada um de um lado do meu corpo, ele senta em minhas coxas, me forçando a parar com os movimentos em busca de me soltar.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora