𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa

Seven

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Angry segurou-me pelo braço impedindo que eu avance, e eu estava prestes a deixar pra lá, fugir de confusão seria o melhor para mim no momento. Entretanto, o olhar debochado de Izana sobre mim me deixava ainda com mais raiva. Ele tem um sorriso contente no rosto, esse que só me deu mais vontade de tirá-lo na base da porrada. Serrei os punhos avançando novamente, ele tá procurando então é bom que ache.

O grupinho dele apenas riem de tudo, sem comentar nada. Diferente dos outros alunos que fizeram um pequeno círculo ao nosso redor e começaram a gritar. Kurokawa ficou de pé em minha frente, sua postura um pouco quanto intimidadora fez crescer um certo nervosismo dentro de mim, mas nada tão grande ao ponto de me deixar morrendo de medo. Seu queixo se ergueu e vi suas mãos entrarem calmamente para dentro dos bolsos da calça do uniforme escolar. Suas orbes encontraram as minhas e, por alguns segundos, tive a sensação de sair faíscas. Eu lutava contra a vontade de entrar em uma confusão ainda maior, ainda mais depois que percebi a aproximação de um dos professores. Arrumar briga com Izana é a mesma coisa de se fuder, porque não importa se ele errou ou não, quem acaba se lascando sou eu.

Ele provoca, sabe muito bem que não me seguro e por isso continua. Kurokawa ama me ver na pior.

- Você vai pegar outro lanche pra mim! - Arrisquei mandar, apontando para o lado da cantina onde pega as merendas. Meu tom de voz é autoritário, meus olhos não se desviaram nenhum momento dos seus. Ele riu. Apenas riu com deboche. Após um revirar de olhos de minha parte, uma leve ardência tomou a palma de minha mão direita quando acertei um tapa na bochecha dele. Todos gritaram mais alto. - Você vai pegar o caralho de meu lanche, seu filho da puta! - Gritei alterada, pude sentir uma veia saltar de minha testa.

Izana mudou sua expressão, o sorriso cínico de segundos atrás não existe mais. Meu corpo travou por míseros segundos quando seus olhos encontraram os meu outra vez, agora com fúria. - Quem você pensa que é pra bater em meu rosto? - Sua voz grave deixou todos em silêncio, um gole seco desceu em minha garganta.

Eu lembro que a última vez em que bati em seu rosto, Izana apontou uma arma em minha cabeça. Isso foi ano passado, até hoje lembro como se fosse ontem. É algo meio medonho? Sim, um pouco, mas nem tanto quando eu sei que ele não tem coragem de fazer nada. É um idiota que se paga de machão, por isso não abaixo a cabeça pra ele. Se ele fosse mais de fazer do que falar, talvez, me deixasse com mais medo.

Talvez.

- Eu bato de novo, seu infeliz. - Levantei a mesma mão direita, insinuando acertar outro tapa em seu rosto. Eu estava com raiva, tanta raiva que podia explodir à qualquer momento. - Eu passei meia hora parada naquela fila do caralho pra conseguir o lanche, agora você coloca a porra do seu pé na frente pra eu cair. Seu puto!

Já estou cansada da palhaçada de Izana, esse garoto tá sempre enchendo o meu saco e eu tô sempre tentando não perder a paciência porque sei que o diretor vai acabar comigo chamando minha mãe. Mas eu cansei. Simplesmente cansei de toda vez fingir que não vi o que ele faz comigo, ou então apenas reclamar. Izana já estava merecendo umas palmadas e não é de hoje.