Fifty-one

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NÃO ESTOU INCENTIVANDO NINGUÉM!!!

Não roubem, crianças.

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— Helena, você tem merda na cabeça? – Pergunto baixo, fechando a porta do meu quarto.

— Eu tenho é muita inteligência. – Ela disse, se sentando na cama com os celulares nas mãos. A garota colocou um sobre a cama e ficou com o outro na mão, o examinando. Tirou a capinha lilás, a jogando no chão.

— Como pôde fazer uma merda dessas? Já pensou se eles gravaram a placa da minha moto? – Me aproximo, tremendo de nervoso.

— Você acha mesmo que eles estavam com cabeça para olhar a placa de sua moto? Ah, [Nome], menos né? – Ela revira os olhos, enquanto puxa algo tipo uma "gavetinha" da lateral do celular, de lá tirou um chip.

— E você me disse que eram conhecidos! Sua vadia do caralho! – Ela rir, me causando uma raiva inexplicável.

— Claro. Se eu falasse que iria roubar os dois, você não aceitaria.

— Óbvio! Isso é errado!

— Errado é a gente nessa pobreza miserável! – Retrucou, levantando a cabeça para me olhar. – E para com essa pose de menina boazinha, porra. Que chato!

— Não é ser "menina boazinha", é sobre ser uma pessoa direita! Saiba que eu prefiro continuar nessa pobreza do que sair por aí roubando os outros.

— Acabou com o sermão? – Levantou uma sobrancelha, me olhando nos olhos. Fiquei em silêncio, então ela levantou o celular que estava na mão, me mostrando. – Isso aqui vai nos dar uma boa grana.

— Vai dar a você! – Retruquei, mostrando o dedo do meio para ela. – Vai se fuder, Helena. Acha que vou aceitar o dinheiro dessa porra?

— Ah, não? – Helena se levantou, e caminhou em minha direção. Ela parou tão perto de mim que até me assustei, mas não me deixei intimidar, nem abaixei o olhar. – Então não se importa em pagar o dinheiro da viagem de sua irmã, não é?

— Q-que? – Ela me deixou pensativa. Isso é golpe baixo.

— É dinheiro fácil, [Nome]. A gente nem precisou suar para conseguir. – Ela deu um sorriso de canto, levando a mão desocupada até a lateral de meu rosto, onde ela a repousou. – E outra, eles não vão sentir falta do celular. Sabe o por quê? Porque são riquinhos, amiga. Olha só esse celular, acha que eles não têm condições de comprar outro? – Ela continuou sorrindo, e suas palavras estavam sendo tentadoras aos meus ouvidos. – Não sinta pena dos ricos. Sinta pena de nós pobres!

Engoli seco, me julgando mentalmente pelo que está prestes a sair pela minha boca.

— E como dois celulares nos daria dinheiro? – Pergunto, interessada.

— A gente vai vender. – Ela se afastou, sorrindo animada e soltando pulinhos até a cama.

— Se tiver rastreador? – Indago, indo atrás dela.

— Vamos vender para um morador de Yokohama, ainda hoje se possível. Mesmo se tiver rastreador, a polícia, nem qualquer outra pessoa esperta, ousaria ir atrás desse aparelho. Não em Yokohama. – Se sentou, pegando o celular da capinha verde. – Iremos disfarçadas. Entregamos o celular, pegamos o dinheiro e vazamos.

— Você é uma diaba. – Revirei os olhos, soltando uma risada fraca. – Vamos fazer isso só hoje, tá bom?

Só hoje. – Ela soltou um beijo para mim, voltando a atenção para o celular logo em seguida. – Agora só precisamos formatar. Estão novos, podemos vender por um bom preço.

𝙊𝘽𝙎𝙀𝙎𝙎𝙀𝘿 𝘽𝙊𝙔; Izana Kurokawa  Onde histórias criam vida. Descubra agora