capítulo vinte e quatro.

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A campainha toca e outra vez estou mais próxima da porta do qualquer outra pessoa. Eduardo está em seu escritório, Lucas em seu quarto com Samuel. Respiro fundo. Por favor, que não seja outra visita indesejada.

Abro a porta e encontro um casal parado frente a mim. O homem tem os cabelos longos que tocam seus ombros, olhos azulados e se veste casualmente, com uma camiseta vinho, cardigã preto, calça e sapatos escuros. A mulher ao seu lado é mais baixa, tem cabelos cortados no queixo, adotando um visual despojado com sua calça larga e blusa social semi transparente. Seu rosto é em formato de coração, os olhos de um castanho profundo.

— Posso ajudar? — Pergunto ao mesmo tempo que o homem se manifesta:

— Eduardo Kaldor mora aqui?

Céus, de novo não.

— Depende de quem pergunta... — Murmuro tentando forçar um sorriso, mas tenho certeza de que parece uma careta.

A mulher ri.

— Não somos da polícia. — Ela ironiza.

Se ela soubesse quem foi a última visita, não se preocuparia com a polícia.

— O que diabos... — Ouço Eduardo exclamar atrás de mim e me viro pronta para entrar no meio de outra discussão, mas ele está sorrindo. Realmente sorrindo. — KLAUS?!

— Eu também estou aqui. — A mulher murmura, mas passa desapercebida porque Eduardo e o dito Klaus colidem num abraço extremamente apertado, que chega a fazer barulho. — Não que isso importe.

Começo a rir. Me sinto aliviada por ser alguém que pareça tão importante, não um novo inimigo.

— Entre, por favor. — Convido-a, dando espaço antes de fechar a porta. — Sou Helena.

— Prazer, Laura. — Ela estende a mão com um sorriso acolhedor. Gosto de Laura instantâneamente. — Não se preocupe, eles vão se soltar. Melhores amigos que não se vêem há anos, você entende.

— Senti tanto sua falta. — Ouço Klaus dizer antes de se afastar de Eduardo. Seus olhos azulados caem sobre mim. — Essa é a sua namorada?

— Cala a boca. — Eduardo exige olhando para trás de si, provavelmente procurando Lucas. — Sim, essa é a Helena.

Namorada? Engulo minha surpresa. Talvez ele só esteja me apresentando assim porque não encontra outra nomenclatura para resumir o que temos. Seus olhos caem sobre mim, cheios de carinho e por um momento aprecio a forma que ele me chama. Namorados. É extremamente bom pensar em nós dois dessa forma.

— Ouvi falar de você. Muito. — Klaus diz com um sorriso sarcástico e estende a mão. Eu aperto com um pouco de constrangimento. Não estou acostumada a entrar na vida íntima de Eduardo, mergulhar em seu círculo mais próximo de amigos.

— Eu também. — Laura confidencia quando Eduardo a abraça. — Você sabe que ele conversa com você no viva voz, não sabe?

— Claro, ele sempre foi um filho da puta fofoqueiro. — Eduardo abraça Laura apertado e se afasta, um sorriso pequeno em minha direção. — O que vocês estão fazendo aqui? Não iam ficar por mais um ano nos Estados Unidos?

— Temos que conversar. — Klaus informa com um sorriso gigante, que não condiz com o peso dessas palavras.

— Porra. — Eduardo também sorri. — Jura?

— Juro.

Olho para Laura, mas ela também está confusa. Eduardo e Klaus se encaram, parecendo conversar sem dizer uma palavra.

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora