capítulo vinte e oito.

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mais capítulos.

Tenho um enorme curativo na cabeça, bem sobre a têmpora. Incomoda e coça, mas é bem melhor do que a faixa que queriam colocar e não deixei. Eduardo mantém um braço firme ao redor das minhas costas, parecendo ter medo que eu caía enquanto me leva pela gigantesca garagem de seu condomínio. Deixei claro que não queria ir para sua casa, que Lucas e eu não estávamos bem, mas Eduardo insistiu que eu ficasse próxima a ele, mesmo que fosse necessário ir para o seu outro apartamento, alguns andares abaixo de seu.

— Vou pedir algo para você comer. — Eduardo diz quando saímos do elevador, entrando no quarto andar do prédio requintado. O corredor de madeira escura, tanto no chão quanto nas paredes, é elegante, mas um tanto sombrio e antigo. Eduardo se separa de mim para destrancar a porta, mas continua olhando entre mim e as chaves, parecendo sentir medo de tirar os olhos de mim. — Vem, querida, entra.

Ele abre a porta e me deixa passar primeiro, como sempre faz, e eu observo o novo ambiente. O lugar é arejado, espaçoso, mas não absurdamente grande quanto o apartamento de Eduardo. Outra diferença é que aqui, os móveis são claros, cor de areia, misturados ao branco dos tapetes, cortinas e vasos.

— É um lugar lindo. — Comento e limpo a garganta para me livrar da rouquidão. O sofá me encanta; é feito de madeira clara, com o estofado perfeitamente branco. Não é grande, eu provavelmente não conseguiria deitar nele sem por ar pernas para cima, mas é lindo.

— Você pode morar aqui, se quiser. — Eduardo sussurra me abraçando por trás, seus lábios logo tocando minha nuca. — É mais seguro, você não vai precisar gastar com os móveis novos que quer comprar e se for tão difícil aceitar vir para cá sem gastar nada, você pode pagar o aluguel, como faria em qualquer outro local.

— Eduardo... — Seria tão fácil viver ali, naquele apartamento bonito e arejado, com chão branco como a neve, paredes limpas, móveis elegantes e confortáveis... Mas aceitar requer me colocar ainda mais na vida de Eduardo, ter ele mais próximo, envolvido profundamente em tudo. — Eu... Eu quero deitar, tudo bem?

— Claro. — Ele não parece satisfeito com a resposta, mas mantém um dos braços ao redor do meu corpo enquanto me guia pelo apartamento. Tudo é claro, arejado, bem diferente de sua decoração habitual.

— Porque você tem dois apartamentos? — Pergunto quando entramos no quarto. Sinto seu braço ficar tenso em minhas costas.

— Porque eu gosto de ter um lugar só para mim. — Sua resposta é vaga e seus olhos estão em todos os lugares, menos em mim.

Olho para a cama de casal bem arrumada e depois olho para ele, minhas sobrancelhas se franzindo involuntariamente.

— Você... — Uma risada sem humor escapa de meus lábios. — Não vou deitar nessa cama.

Eu me viro e saio antes que ele tenha a chance de responder, seu braço caindo dos meus ombros.

— O que? Helena, volte aqui.

Volto para a sala, em direção ao sofá que agora parece muito confortável, mas ele me segura antes que eu me aproxime do móvel.

— Eu não vou dormir na cama que você usa para transar com outras mulheres, tá bom? — Saio de seu domínio e cruzo meus braços. — Jura? Você quer que eu more num lugar que você faz de motel?

— Primeiro: pare de colocar essas coisas no presente. — Ele pede erguendo um dos dedos. Suas bochechas estão vermelhas, mas parece ser de raiva, não de constrangimento. — Segundo: eu não vou pedir desculpas pelo que eu fazia antes de ter você na minha vida. Eu era solteiro.

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora