capítulo trinta e oito.

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O vestido azul claro é justo até a cintura e depois se abre em uma saia leve e longa; com suas alças finas e decote comportado, parece feito de nuvens e cobre meu corpo com toda leveza do mundo. Eduardo, ao meu lado, veste um terno cinza claro com a gravata combinando com meu vestido, o que me deixa desconcertada. Ele sempre se veste com roupas escuras, e o terno claro é uma novidade que mina minha atenção. Quero apenas ficar olhando para ele pelo resto da tarde, mas me forço a desviar os olhos antes de arrasta-lo para o banheiro.

— Você está absolutamente linda. — Ele elogia pela terceira vez desde que chegamos e eu sorrio como se fosse a primeira. Eduardo tem o talento de fazer com que eu me sinta linda.

Tudo ao nosso redor é lindo, e mesmo que as flores sejam cheirosas, que o tapete branco seja macio e que o portal de ramos de madeira sobre nós seja incrível, Eduardo é a parte mais bonita de todo casamento. Nunca sonhei com um casamento, mas enquanto espero para desfilar no tapete como madrinha de Klaus e Laura, imagino como será o meu momento, a minha vez de me unir para sempre ao homem que amo.

— Amo você. — Sussurro quando a música toca, indicando que é a nossa vez de atravessar o portal de ramos. Ele sorri amplamente e enlaça seu braço ao meu.

— Também te amo. — Responde quando damos um passo para frente, surgindo no meio dos convidados sentados em bancos de madeira.

Klaus e Laura optaram por um casamento ao ar livre e tudo está tão bonito que me falta o ar. Os bancos de madeira caramelo foram posicionados sobre a imensidão de grama verde, formando um corredor que nos leva diretamente ao altar. O altar conta com outro portal feito de ramos de madeira, adornado pelas mesmas flores que estão nos vasos pendurados as laterais dos bancos. Eu sorrio enquanto caminho pelo tapete, meu braço agarrado ao de Eduardo. Não conheço a maior parte dos convidados e alguns tem olhares curiosos sobre mim. Paramos ao lado esquerdo de Klaus, que sorri para nós. Do lado direito, está outro par de padrinhos, a mulher que se apresentou como Julia, melhor amiga de Laura, e seu marido, Jessé, que também é irmão de Klaus.

— Não desmaia. — Eduardo diz entredentes para não parar de sorrir. Klaus revira os olhos para ele, mas seu nervosismo é visível. — Se agora você está assim, imagine no parto.

— Cala a boca. — Klaus ordena com um sorriso grande demais. É nítido que além do nervosismo, há uma felicidade imensurável que mal cabe em seu peito. Ele encara a entrada, buscando por sua noiva, como se nada mais no mundo importasse, como se tivesse zerado o jogo que é a vida naquele momento.

A música toca, mas dessa vez é um som que eu reconheço imediatamente. Paradise, do Coldplay, ecoa pelo espaço aberto numa versão unicamente instrumental. Eduardo passa o braço ao redor da minha cintura quando todos os presentes se levantam e Laura aparece sob o portal da entrada.

Seu vestido de noiva é lindo, e mesmo sem conhecê-la, sei que combina perfeitamente com sua personalidade. É branco como o de todas as noivas, mas nada pomposo. Ela optou por um modelo fluido, sem armação, que balança no vento ameno. É feito de organza e parece flutuar ao redor do seu corpo enquanto ela caminha, segurando um buquê de flores em sua mão esquerda. Não é um homem que entra ao seu lado, é uma mulher, provavelmente sua mãe. Quando Laura encontra Klaus no altar, seu sorriso é imenso; seus olhos brilham, cheios de amor e reverência.

Me apaixono por cada detalhe daquela união, daquele casal. A coroa de flores em seus cabelos soltos e curtos são idênticas às flores do buquê e às flores no bolso do paletó de Klaus, mas não é só nisso que eles combinam; Klaus e Laura se olham como se o mundo todo se resumisse àquele momento. Pisco algumas vezes para afastar as lágrimas quando a mulher entrega Laura à Klaus e recebe um beijo na bochecha depois de algumas palavras sussurradas.

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora