capítulo quarenta e cinco.

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Tentando postar capítulo novo todos os dias! Por favor, comentem muito, meu hobby é ler comentários, sério.
Outra coisa: temos um grupo do whatsapp, onde discutimos o livro e às vezes tem alguns spoilers. Me chamem no privado aqui do wattpad que eu mando link (não consigo postar link nos comentários)



Acho que a ficha caí quando ela me bloqueia em todas as redes sociais, não atende meus telefonemas de outros números e não está em nenhum lugar que eu procure. Todos ao meu redor perguntam o que aconteceu, mas no meu mar de sofrimento, apenas evito falar sobre o assunto. Procuro Helena no seu antigo apartamento, na casa de Lissa e até mesmo onde Lilian mora, mas não a encontro. Poucas roupas restaram na casa que dividimos por alguns dias, todas elas foram lhe dadas por mim.

O desespero me atormenta, me jogando no fundo de um poço sem fim. Tudo que consigo fazer é procurá-la em qualquer canto, em qualquer cheiro, mas não a encontro. Helena simplesmente desapareceu da minha vida e nada doeu tanto quanto isso.

Revivo as memórias do passado, tanto do julgamento, tanto de nosso relacionamento. Lembro de seus olhos de criança cheios de lágrimas e em contrapartida, relembro seus beijos e abraços. Fazem dois dias que ela se foi, e a dor não diminui um milímetro. Continuo preso em casa e só saio quando surge um novo possível local que acho que posso encontra-la, mas agora, as idéias não surgem mais. Não faço ideia de onde ela está, ou até faço, mas não tenho coragem de ir até lá. Sobrevivi à facadas, mas com certeza não vou sobreviver aos tiros de espingarda do seu avô.

Minto para eu mesmo dizendo que não vou até lá porque serei recebido a tiros; não amo a vida o suficiente para temer a morte. Não vou até lá por respeito e vergonha. Não posso desrespeitar a casa de seus avós surgindo lá depois de tudo que eu os fiz passar e tenho vergonha de olhar nos olhos aqueles que machuquei e confessar que me apaixonei por Helena. Que tipo de homem faria algo tão cruel? Também sei que não mereço que ela me perdoe e que todo sofrimento que me foi imposto é merecido. Apesar de querer aquela mulher mais do que tudo, tenho ciência de que esse sofrimento é a punição que eu mereço. Maldito karma e a porra da lei do retorno.

— Eduardo. — Por um segundo acho que é ela, mas então meus olhos caem sobre Eloy, que me encara cheia de preocupação. Ela se movimenta pelo apartamento até sentar no sofá, meus pés quase em seu colo. — O que está acontecendo?

Procuro mentiras para inventar, mas desisto. Eloy é minha irmã e melhor amiga, não tenho motivos para mentir para ela.

— Lembra do primeiro caso? — Pergunto por fim. Não falamos daquele caso, e quando falamos, nos referimos a ele como o primeiro. Não foi o primeiro caso da minha carreira, mas foi o principal, o marco que mudou nossas vidas.

— Lembro. — A preocupação de Eloy dobra quando o menciono. Nós nunca mais falando daquilo depois do dia em que aconteceu; eu me fechei e ela entendeu. Com certeza minha irmã sabe que é um mal presságio relembrar isso depois de dez anos.

— Havia uma garota que foi estuprada e eu defendi o abusador, mesmo tendo certeza que ele era culpado. — Relembro com os olhos no teto, minha voz desligada. Não olho para minha irmã, não tenho coragem de ver seu rosto enquanto confesso. — Dez anos depois, eu me envolvi com essa garota. A princípio, eu não sabia que era ela, mas depois fiz a conexão. No entanto, quando lembrei, já era tarde demais. Estava profundamente envolvido e continuei nosso relacionamento, me aproveitando da perda de memória que ela teve por causa do trauma. Só que agora ela lembrou... E me deixou.

Nunca ouvi silêncio tão alto. Ainda não tenho coragem de olhar para Eloy, mas sinto seus olhos sobre mim.

— Helena... Helena é a garota...? — Ela pergunta, mas é retórico. Apenas balanço a cabeça em concordância.

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora