capítulo vinte e cinco.

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Bato na porta e espero trocando o peso do corpo de um pé para o outro. Após a visita de Klaus e Laura, decidi ir para casa, mas não tive tempo de sair do prédio antes que Eloy me ligasse e pedisse para eu passar em seu apartamento. Não faço ideia do que ela quer comigo, mas estou tão nervosa quanto se soubesse. Um segundo se passa e ela abre a porta, não parecendo em nada com a mulher elegante do escritório. Eloy está vestida com uma calça jeans e camiseta branca amarrotada, seus pés estão descalços e as olheiras ao redor de seus olhos são assustadoras. Ela coloca uma mecha que escapa do cabelo, preso em um coque bagunçado, atrás da orelha e suspira.

— Entre, por favor.

Entro quando ela me dá espaço, sem ter certeza do que fazer.

— O que ela faz aqui? — Ouço Lilian perguntar ao mesmo tempo que a avisto do outro lado da sala arrumada. O apartamento de Eloy tem a mesma arquitetura do apartamento de Eduardo, mas aqui tudo é mais colorido e feminino. Lilian está próxima as cortinas cor de rosa, os braços cruzados sobre o vestido elegante que a cobre até depois dos joelhos, de mangas longas. Seus saltos a deixam mais alta e imponente. Ela deve estar na casa dos trinta e poucos, se tem a idade próxima a de Eduardo, mas não aparenta.

— Se você quer ter a mínima chance de falar com Lucas, é melhor que Helena esteja aqui para apaziguar Eduardo. — Eloy diz secamente, seus olhos azuis cheios de raiva ao encarar a antiga cunhada.

— Se você acha que eu tenho o poder de apaziguar a raiva que ele está sentindo, você está enganada. — Minha voz é muito mais ríspida do que desejo, tanto que Eloy arregala os olhos. — O que? Você acha mesmo que eu vou ficar aqui e entrar nesse jogo ridículo? Não vou ajudar você a manipular seu próprio irmão, Eloy.

— Cuidado com a forma que você fala comigo! — Eloy exclama, seu rosto pálido ficando vermelho. Ela não parece com raiva, é mais como se ela estivesse machucada. — Não estou manipulando meu irmão, eu estou pedindo sua ajuda para evitar que ele faça algo ruim.

— Pare de pintar ele como um monstro! Ele não é um potencial assassino, ele só está machucado. Machucado por causa dessa mulher que você está colocando dentro da sua casa! — Quando termino de falar, minha garganta está arranhada pelos gritos, meu corpo está tremendo. Eloy me olha fixamente, mas Lilian está rindo. Tenho vontade de segurar seu pescoço e apertar.

— Helena! — Eloy grita por fim. — Eduardo está vindo para cá, você pode ficar ou não, mas eu tenho certeza de que ele gostaria de você aqui. A decisão é sua.

Prova disso é quando alguém bate na porta. Fico em silêncio total, assim com as duas mulheres. Lilian pode parecer fria, mas vejo o receio em seus olhos. A voz de Lucas soa, chamando por sua tia, e Lilian se encolhe, numa mínima demonstração de que se importa com o filho.

— Eles sabem que ela está aqui? — Pergunto baixinho.

Eloy balança a cabeça em negativa e caminha até a porta, suspirando antes de abrir.

— Você não sabe quem foi lá em casa! — Lucas exclama alegre. Pelo que percebi, ele adora Klaus. — Klaus! Você lembra dele?

Os olhos do meu melhor amigo caem sobre Lilian, mas o choque não vem. Lucas continua sorrindo, completamente alheio. Eduardo entra no apartamento, tão distraído em seu celular que só me nota depois de um tempo e então, seus olhos caem sobre Lilian.

É como se o céu se fechasse nesse momento.

— Ei! — Lucas se apressa para cumprimentar Lilian, estendendo a mão. — Eu...

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora