capítulo quarenta.

2.7K 272 31
                                    

Quanto mais comentários,
Mais capítulos.

Eduardo tem um imenso closet com milhares de cabides onde seus ternos estão pendurados, assim como camisas sociais e peças de alfaiataria. Também há uma bancada cheia de gavetas, grandes e pequenas, que abrigam sua coleção de relógios caros, gravatas de todos os tipos e cores, roupas informais que não precisam ser penduradas e mais abaixo, seus sapatos. Mesmo parecendo ter um milhão de coisas, houve muito espaço para que eu pudesse desempacotar minhas roupas e guarda-las junto com as dele. Observo meus vestidos ao lado de seus ternos, irritada com o quanto minhas roupas parecem inferiores diante das dele.

— Ainda quer fazer isso sozinha? — Eduardo pergunta entrando no closet. Amo vê-lo como está agora; de bermuda, sem camisa e descalço. Eu disse a ele que preferia arrumar minhas coisas sozinha, mas agora, duas horas depois, já não tenho tanta certeza.

— Só faltam os sapatos. — Respondo com um sorriso. Eduardo me abraça por trás e vejo nosso reflexo no espelho que cobre toda a parede de frente para a porta. Meus olhos caem sobre a imensa coleção de perfumes sobre a bancada, alguns com nomes que sequer consigo pronunciar. — Porque tantos perfumes?

— Uma coisa sobre mim que é óbvia, mas talvez você não tenha percebido ainda... — Ele comenta com uma risada baixa e parecendo constrangido. — Sou viciado em compras. Não tenho outro motivo para ter mais de cem vidros de perfume ou uma imensa coleção de relógios.

— Viciado em compras do tipo... Realmente viciado? — Pergunto. Algumas pessoas se dizem viciadas em comprar porque simplesmente gastam demais, mas não entendem que vícios são destrutivos. Se você não compra até falir ou não precisa comprar para ser feliz, às vezes você só precisa de controle financeiro.

— Viciado do tipo que faz terapia. — Ele ri, dessa vez mais divertido. — Uma vez participei de um grupo de apoio online, mas acabou quando os membros começaram a mandar links de promoções em sites.

Eu também rio. Olhando para ele através do espelho, posso notar que mesmo falando de um problema, ele está em paz.

— Sempre notei que você é muito despreocupado com relação a dinheiro, não se importa de gastar, mas achei que era uma característica de gente rica.

— Não. — Ele discorda com outra risada. Amo ouvi-lo rir, amo que ele já tenha rido três vezes desde que entrou. — Gente rica guarda dinheiro, assim continua rica. Eu vou falir e você vai ter que me sustentar.

— Eu sempre tive uma curiosidade estranha a respeito do seu dinheiro, mas tenho vergonha de perguntar. — Ele arqueia as sobrancelhas. — Tipo, eu não quero que você me ache interesseira, sabe?

— Não acho. Você é a pessoa menos interesseira que eu já conheci. Que tipo de pessoa reclama de receber dinheiro e mimos?

— Que bom que você sabe. — Zombo. — Quão rico você é? Quanto você estima que tem?

— Bom... É difícil somar de cabeça... — Arqueio as sobrancelhas na expectativa, ele sorri como se soubesse que estou curiosa. — Algo na casa dos nove dígitos.

— Mais de cem milhões? — Questiono de boca aberta. Me viro escapando dos seus braços, ficando de frente pra ele. — Como?

— Investi em muitos imóveis, vendi muita propriedade por altos valores para empresas dispostas a pagar o triplo pelo espaço, investi muito dinheiro e tive mais retorno do que perdas. — Ele dá de ombros. — Também recebi muitos presentes, recompensa de clientes extremamente ricos. O grande ponto da minha riqueza não sou eu. Sou um grão de areia perto das pessoas que estou acostumado a lidar. Não me envolvo com pessoas como eu; que não tinham nada quando começaram, os chamados novos ricos. Me envolvo com a classe old money, pessoas que são ricas há gerações. Quando uma dessas famílias, uma dessas dinastias, te acolhem, o restante te recebe de braços abertos.

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora