capítulo dezoito.

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— Sabe aquele garoto que senta na última fileira, caladão e na dele? — Lucas pergunta deixando sua caneta de lado. Enquanto nossos colegas tem dificuldade com o trabalho em dupla, Lucas e eu terminamos com quinze minutos e só nos resta o tédio.

— Samuel? — Pergunto para confirmar. Meu amigo faz que sim. — O que tem ele?

— Ele pediu pra seguir no insta, eu aceitei e pedi pra seguir de volta, ele aceitou. — Lucas conta em voz baixa, um sorriso surgindo em seus lábios. Porra, até o sorriso dele é idêntico ao de Kaldor, o que me lembra sua promessa de mais cedo. — Aí­, ele me adicionou no melhores amigos.

— E então?

— Ele postou uma foto sem camisa, no banheiro e eu curti. — Lucas fica vermelho e solta uma risada. Ele está animado, muito animado e isso desperta meu lado fofoqueiro. — Alguns minutos depois, ele me mandou mensagem.

— Ok. — Junto as informações que consigo para chegar a uma conclusão, mas não entendo onde ele quer chegar. — O que isso significa?

— Não sei. Estamos conversando desde então, ele parece interessado, sempre responde na hora e... — Lucas balança a cabeça. — Estou me iludindo atoa, não é?

— Eu sou péssima com isso, Lucas. Não entendo os sinais. Se uma pessoa flertar comigo, ela tem que ser muito direta. — Tipo seu pai quando disse que queria transar comigo dentro do carro, acrescento mentalmente.

Lucas tira o celular do bolso, ignorando minha resposta. Por estar olhando para ele, vejo sua expressão assumir um misto de descrença e felicidade. Ele sorri amplamente ao me mostrar o telefone.

Samuel Accola: Ei, quer tomar um suco comigo mais tarde?

Eu também sorrio porque sei o que uma mensagem dessas desperta. Posso imaginar as borboletas no estômago de Lucas, fazendo uma festa.

Observo sobre o ombro de Lucas o que ele vai responder.

Eu: Porque não saímos para jantar? Estou com fome.

— Boa, garoto! — Sussurro energicamente.

Samuel: Você quer ir jantar comigo porque está com fome ou porque quer minha companhia?

— Nossa! — Exclamo baixinho. Lucas me olha com os olhos arregalados.

— O que eu digo? — Ele parece desesperado.

— Sei lá, porra. Fala que é pelos dois motivos.

Samuel: Oi, Helena.

Lucas e eu arregalamos os olhos um para o outro e eu me viro lentamente, buscando Samuel na sala. Fico vermelha quando o vejo sentado há algumas cadeiras de distância. Ele sorri e eu solto uma risada de desespero.

Eu: Quero sair com você mais do que quero jantar.

— Caralho, você é mesmo o mini Kaldor. — Murmuro arregalando os olhos para a mensagem direta de Lucas.

— Um mês trabalhando com meu pai e você já sabe que ele flerta com todo mundo. — Lucas ri. — Amo que ele sente orgulho de ser galinha.

Tenho vontade de dizer que é mentira, que não vejo Kaldor assim, mas me calo. A verdade é que eu não sei muito sobre Kaldor, só o que ele me mostra, e isso pode não ser real. Talvez ele seja mesmo um galinha e esteja me iludindo por algum motivo, só não consigo encontrar qual motivação ele teria para isso. O fato de eu ser virgem?

Samuel: Helena aprova isso?

Troco um olhar confuso com Lucas. Porque eu não aprovaria?

Eu: porque ela desaprovaria?

MONSTRO. | Professor × Aluna.Onde histórias criam vida. Descubra agora