🐺|Capítulo 6.

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   Boris Pavlikovsky|Point of view.
                  Hawkins, Indiana.

Olhei para o lado, vendo Theo de cenho franzido enquanto suava.

Respirei fundo, observando.

Hoje eu estava no quarto com o pessoal, havíamos dado um jeito e eu acabei ficando por aqui também.

Theodore estava dormindo do meu lado, e provavelmente estava tendo um pesadelo.

Eu estava sem sono, então apenas fiquei ali, parado.

Ele se virou de um lado para o outro, logo se acordou assustado, com a respiração agitada e ofegante.

─ Shh... -Falei e o puxei para perto, o abraçando. ─ Tá tudo bem. -Falei baixinho, agarrando seu ombros.

Sua mão agarrou meu braço com força, sua respiração que antes estava agitada, estava se acalmando aos poucos.

O olhei, verificando se estava tudo bem.

Ele abriu os olhos devagar, ainda um pouco agitado.

O encarei, vendo-o me olhar de volta.

─ Tá tudo bem? -Perguntei baixinho.

─ Pesadelo. -Ele falou respirou fundo, enterrou o rosto em meu pescoço. ─ Com o acidente... de novo. -Notei sua voz um pouco trêmula.

Respirei fundo e levei a mão até seu cabelo, fazendo um carinho.

─ Vamos descer lá embaixo? Você bebe um pouco de água. -Perguntei para ele.

Ele afastou o rosto do meu pescoço, me olhou e assentiu.

Respirou fundo e se sentou, logo em seguida levantou do colchão, fiz o mesmo.

Saímos do quarto em silêncio, para não acordarmos os outros que estavam dormindo tranquilamente.

Descemos até a cozinha, acendi a luz da mesma.

─ Senta ai, eu pego a água. -Falei e fui até a geladeira.

Busquei uma garrafa de água, depois peguei um copo e o enchi.

Guardei a garrafa e fui até a mesa, onde Theo estava sentado.

─ Pega. -Falei e entreguei o copo.

─ Obrigado. -Ele disse e pegou o copo, logo dando um gole na água.

Me sentei do seu lado e o encarei.

─ Potter. -Ele me olhou. ─ Quer conversar sobre o pesadelo? -Perguntei.

─ Acho que não... -Ele respirou fundo. ─ Quer dizer, foi o mesmo de sempre, você já sabe. -Mordeu o lábio inferior e colocou o copo em cima da mesa.

─ Hum... -Respirei fundo, sem saber o que dizer. ─ Sinto muito. -Coloquei minha mão sob seu ombro.

─ Vai ficar tudo bem. -Ele disse e sorriu mínimo, desviando o olhar.

Ficamos em silêncio por longos minutos, sem saber o que falar.

Eu via que Theodore estava tentando ser forte, mas na verdade aquilo o machucava muito.

Ele havia perdido sua mãe e seu pai, não deveria estar sendo fácil.

Eu queria saber como ajudar, de verdade, mas eu não sabia.

─ Boris. -Ele me chamou, me afastando dos meus pensamentos e eu o olhei. ─ Quer encher a cara? -Ele perguntou, me fazendo levantar as sobrancelhas.

─ Não era para ser eu te fazendo essa pergunta? -Ele soltou uma risada nasal. ─ Isso vai te ajudar em algo? -Levantei as sobrancelhas.

Era pra ser só umas férias de verão! Onde histórias criam vida. Descubra agora