🐺|Capítulo 46.

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         Boris Pavlikovsky|Point of view.
                      Hawkins, Indiana.

Abri os olhos devagar e me mexi lentamente no colchão.

Eu estava sentindo há alguns minutos Theo se mexer demais no colchão, então resolvi finalmente olhar.

Ele estava completamente encolhido, seus olhos estavam fechados e suas bochechas molhadas por lágrimas.

Franzi o cenho confuso e me sentei no colchão.

─ Theo? -O chamei baixinho, ele não respondeu. ─ Theo? -Chamei mais uma vez, sem resposta.

Concluí que ele estivesse dormindo e tendo algum pesadelo.

─ Ei, meu amor... -Toquei seu rosto com cuidado e acariciei suavemente sua bochecha, notando que ele estava um pouco quente. ─ Acorda... -Tirei uns fios de cabelo que estavam grudados em sua testa.

Ele não respondeu, não havia acordado.

Me deitei de novo no colchão e o abracei, puxando-o com cuidado para perto de mim.

Deixei um beijinho em sua testa, outro em sua bochecha e depois um selinho em seus lábios.

─ Theo. -O chamei mais uma vez, um pouquinho mais alto dessa vez.

Ele pareceu despertar, já que aos poucos foi abrindo os olhos.

─ Hum..? -Murmurou confuso enquanto se mexia um pouco.

─ Você teve pesadelo de novo? -Perguntei.

Ele assentiu e seus olhos marejaram, logo em seguida ele me abraçou.

Respirei fundo e o abracei de volta, acariciando seu cabelo.

─ Tá tudo bem... -Sussurrei para ele.

─ Foi horrível... -Ele disse baixinho, sua voz parecia trêmula.

─ Foi com sua mãe de novo? -Perguntei.

─ Dessa vez não. -Fungou. ─ Foi com você, Boris... -Me abraçou mais apertado.

Levantei as sobrancelhas, estava um pouco surpreso.

─ Comigo? -Indaguei confuso e ele assentiu. ─ Quer dividir? -Ele negou com a cabeça. ─ Tudo bem. -Respirei fundo e me afastei um pouquinho do abraço apenas para conseguir olhar em seu rosto. ─ Seja lá o que for, está tudo bem agora. -Eu disse e acariciei sua bochecha.

─ Uhum... -Fungou outra vez e enxugou as lágrimas de seu rosto.

─ Quer voltar a dormir? -Perguntei.

Ele rapidamente se apressou em negar freneticamente com a cabeça.

─ Não, não quero. -Se aproximou de novo e me abraçou.

─ Tudo bem, eu fico acordado com você. -Eu disse e voltei a abraçá-lo também.

Suspirei e apoiei meu queixo na sua cabeça sem pesar e voltei a fazer carinho em seu cabelo.

Theo escondeu seu rosto em meu pescoço e eu apenas deixei, era bom.

─ Boris... -Ele me chamou depois de um tempinho.

─ Sim? -Indaguei.

─ Não, nada... deixa pra lá. -Ele disse e suspirou.

─ Você pode falar, o que foi? -Perguntei.

─ É que... -Ele ficou em silêncio por mais um tempo, parecia estar pensando em como falar algo. ─ Você... -Ele respirou fundo.

Afastou seu rosto do meu pescoço e voltou a me olhar.

Era pra ser só umas férias de verão! Onde histórias criam vida. Descubra agora