🐺|Capítulo 24.

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       William Byers|Point of view.
                  Hawkins, Indiana.

Hoje era dia dez, exatamente oito e meia da noite.

Eu estava parado, em frente ao espelho. Eu já estava há uns quinze minutos assim.

Eu deveria ir desse jeito?

Era o que eu estava pensando durante todo esse tempo.

Eu estava com uma blusa preta, ela não tinha estampa nenhuma. Na parte de baixo eu usava uma saia, uma saia xadrez vermelha e preta. Eu mesmo havia feito.

Eu havia aprendido fazer várias coisas, e costurar era uma delas.

O que o tédio não faz, né?

Nos pés eu optei por usar um tipo de coturno preto, porquê eu achei que combinava.

Eu usava alguns cordões no pescoço, três ao todo. Um era mais curtinho, dando um ar de "gargantilha", ele tem um pingente de cadeado. O outro era uma correntinha normal, era média. O último era o cordão maior, ele tinha uma plaquinha com uma estrela de pingente.

Era o que eu mais gostava, me dava sorte.

No cabelo eu havia feito as trancinhas que aprendi, e tinham ficado simplesmente perfeitas em mim.

Eu estava com medo disso, mas eu havia pegado algumas maquiagens que minha mãe tinha também...

Não foi muita coisa, na verdade. Eu havia passado um lápis de olho preto, um pouco de gloss de cereja na boca e rímel.

Eu pensei em fazer um delineado também, mas fiquei com medo e decidi não fazer.

Eu estava me sentindo muito... bonito.

Bonito...

Respirei fundo e balancei a cabeça, afastando pensamentos.

Mordi o lábio inferior e sai da frente do espelho, checando o horário. Eram oito e trinta e três da noite agora.

Todo mundo havia combinado de estar junto na casa do Mike às nove, então estava tudo tranquilo em relação ao horário.

Passei um perfume e desodorante, então logo em seguida sai do quarto.

Chegando na sala, encontrei minha mãe. Ela não me viu de cara, estava de costas para mim.

─ Você está bonita, mãe. -Comentei e ela se virou.

Ela estava usando um vestido verde e longo, mas nem tanto, ele ia até seus joelhos.

Seu cabelo estava preso em um coque alto, com alguns fios rebeldes soltos, mas estava lindo.

─ Will? -Me olhou, mordi o lábio inferior, receoso.

─ Eu deveria me trocar..? -Questionei.

─ Não mesmo. -Ela sorriu e se aproximou. ─ Está lindo assim. -Mordeu o lábio inferior. ─ E obrigada pelo elogio.

─ Não precisa agradecer. -Sorri mínimo.

─ Podemos ir? -Perguntou e levantou as sobrancelhas.

Assenti, confirmando que sim apesar de não estar pronto ainda.

Ela pareceu perceber isso, já que respirou fundo e tocou meu rosto com as duas mãos.

─ Qual o problema? -Perguntou pacientemente.

─ Estou com medo. -Resolvi ser sincero.

─ Medo? -Ela pareceu confusa. ─ Medo do quê, exatamente?

Era pra ser só umas férias de verão! Onde histórias criam vida. Descubra agora