🐺|Capítulo 36.

620 83 481
                                    

               Stanley Uris|Point of view.
                      Hawkins, Indiana.

Neguei com a cabeça, observando Theo quase cair do palco enquanto dançava junto com Boris.

─ Meu deus. -Me segurei para não rir e desviei o olhar, parando de prestar atenção neles.

Olhei para o Bill, que não sabia para onde olhar e muito menos o que fazer.

─ Vamo descer? Depois a gente volta. -Falei mais alto para que ele ouvisse e ele me olhou.

Não me respondeu, apenas assentiu e nós descemos daquele palco.

Ficamos em silêncio enquanto íamos para algum lugar ali nos sentar, ficando mais distante da multidão que dançava como se não houvesse amanhã.

Assim que me sentei em uma calçada qualquer, suspirei.

─ Ainda tem muita festa pela frente. -Falei enquanto olhava ao redor, vendo que ninguém ali parecia ter a menor vontade de ir embora.

─ Sim. -Ele disse e se sentou também. ─ Eu acho q-que nem deve ter hora p-pr-pra ir embora. -Balançou a cabeça.

─ Eu também acho que não. -Soltei uma risada nasal e desviei o olhar.

Um silêncio novamente ficou entre nós, apenas o barulho da música e das pessoas.

Eu não sabia como puxar assunto, apesar de querer fazer isso.

E esperar pelo Bill era pedir para ficar sem falar pelo resto da noite.

─ Você tá gostando da festa? -Fiz a primeira pergunta que me veio na cabeça.

Bom, não a primeira.

"Você não vai falar nada não, animal? Quero conversar" eu não ia dizer algo assim.

─ Até que sim. -Me olhou. ─ As p-pe-pessoas são animadas. -Me encarou.

─ Sim, elas são. -Dei se ombros e o encarei de volta.

─ Mas ao m-mesmo temp-po eu queria já estar em casa. -Desviou o olhar.

─ Eu acho que entendo. -Respirei fundo e desviei o olhar também. ─ Essa festa tá bem legal, e é muito bom estar pensando em outras coisas... não ter que me preocupar tanto. -Mordi o lábio inferior. ─ Mas ao mesmo tempo sinto como se aqui não fosse o meu lugar. -Franzi o cenho.

─ Você está com saudades de casa? -Ele perguntou e eu olhei para ele, que já me encarava.

─ Um pouco. -Admiti. ─ Mas levando em consideração um monte de coisas... eu não quero voltar. -Franzi o cenho e desviei o olhar.

Um silêncio caiu novamente entre nós, mas dessa vez estava um clima estranho.

─ P-p-por... por causa da c-co-coisa? -Ele perguntou depois de um tempo e eu encolhi um pouco meus ombros.

Limpei a garganta e assenti, mantendo meu olhar em um ponto qualquer do chão.

─ Nós matamos ela. -Colocou sua mão por cima do meu ombro.

Respirei fundo e mordi o lábio inferior.

─ Você acha? -Olhei para ele, que me olhou confuso. ─ Acha mesmo que... a coisa realmente morreu? -O encarei. ─ Porquê se você acha... porquê fizemos um promessa de estarmos juntos caso a coisa não esteja morta e resolva voltar? -Franzi o cenho.

Ele me encarou em silêncio, respirou fundo e tirou a mão do meu ombro.

─ Eu não sei... -Franziu o cenho.

Era pra ser só umas férias de verão! Onde histórias criam vida. Descubra agora