O caminho até o palácio de Topkapi foi um deleite aos olhos da encantada Clara. Cada detalhe, das flores às construções, do Céu e o mar à limpeza das ruas, casas e pessoas, tudo era motivo de contentamento à jovem e, por consequência para Metin, que via nos olhos verdes todas as nuances de sentimentos que sua cidade natal despertava naquela que tornara- se seu mundo.
Não foi diferente ao aproximarem-se da mesquita de AyaSofya, que já havia sido uma igreja Bizantina e de Topkapi, residência do sultão e de sua família.
Ao identificarem a pequena comitiva do príncipe, mesmo à distância, os guardas abriram os altos portões que deixavam à vista um imenso bosque, repleto de árvores e circundado pelas várias dependências do lugar.
Clara sentia-se em casa, pela primeira vez em sua vida. Era como se estivesse voltando, sem nunca ter estado lá, para o lugar a que pertencia.
- O que achou de nossas árvores? - perguntou-lhe Metin com um meio sorriso nos lábios, embevecido com aquele contentamento tão presente em cada detalhe do rosto de sua amada.
- Eu amei! Amei esse lugar. É o lugar mais lindo que já vi. Eu não conheço muitos lugares, mas é lindo! - Clara queria expressar-se de uma forma mais eloquente e poética, mas não conseguia. Um ímpeto de expressar o que havia no seu coração, sempre tornava difícil para ela poetizar.
- Você ficará comigo em meu pavilhão. - disse Metin. - Vou deixá-la sob os cuidados de tia Sumru que a ajudará em tudo que precisar.
- E você? - Clara não queria ficar com ninguém que não fosse ele. Mas sabia que no palácio a intimidade com que se relacionavam e ele cuidava dela, seria alterada.
- Vou falar com o sultão e meu tio. - tenho explicações para dar. - Ele estava sério, mas com o olhar sempre amoroso quando os olhos de ambos se encontraram.
- Eu não queria ficar longe de você. - Soltou Clara em um suspiro e corou por ter deixado a frase sair.
- Meu desejo é me fundir a você. - O príncipe disse e encostou sua testa na dela. - Preciso resolver isso, para que possamos passar mais tempo juntos e, em segurança. Por favor, confie em mim.
Os empregados da ala do príncipe aguardavam seu senhor enfileirados ao pé da escada que conduzia a seus inúmeros aposentos. Viram-no descer da égua e retirar uma jovem vestida ao modo turco, mas com aparência estrangeira. Foi Sumru quem primeiro se aproximou do casal.
- Bem vindo meu senhor! - disse-lhe a responsável pelo bem estar de Vossa Alteza, curvando-se levemente. - Bem vinda senhorita! - falou também a mulher dirigindo-se a Clara, com um olhar discretamente indagador.
Clara não compreendeu e Metin traduziu o cumprimento e a ensinou a agradecer.
- Teşekkürler.
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O SULTÃO E A PRISIONEIRA
ChickLitO sultão e a prisioneira é uma história romântica, porque narra o relacionamento ideal e, por isso, fictício, entre um homem e uma mulher. O protagonista é o avesso do homem que encontramos no presente e, a história, como uma ficção, apenas utiliza...