Ao subir, pela primeira vez, os degraus da ala do príncipe no Topkapi, Clara teve novamente a sensação de pertencer àquele lugar. Ao lado de Metin, de mãos dadas com ele, os olhos admiravam toda a decoração do local: azul como o céu, como o mar que banhava aquela terra estrangeira.
Sumru os acompanhava, reverente, curiosa por mais detalhes sobre a jovem que, com certeza, conquistara o até então indisponível coração de seu senhor. Clara parecia bonita, estava trajada à moda turca, era delicada em seus gestos, com uma postura altiva e digna, mas a criada do filho do sultão notou as mãos machucadas por trabalhos duros.
- Sumru irá cuidar de você minha querida - disse suavemente Metin - Ela precisa de um banho, roupas mais adequadas e muitos vegetais frescos, preparados com os temperos selecionados que lhe abrirão o apetite - agora o príncipe dirigia-se à criada por quem tinha uma grande afeição e confiança, caso contrário, não deixaria Clara aos seus cuidados.
- Ela terá tudo o que precisar e desejar alteza. - tranquilizou-o Sumru.
Clara estava visivelmente triste e contrariada por ter que ficar ali sem Metin. Mas tentou sorrir e ser gentil, tanto por não preocupar o jovem, como para não deixar a criada chateada. Ela apenas queria que ele estivesse com ela.
Antes da audiência com o sultão, o jovem mostrou-lhe os principais aposentos que ela veria naquele dia, enquanto Sumru fazia os preparativos para seu banho.
- Não vou demorar - esse era o plano de Metin - e logo volto para ceiarmos juntos. - Deu-lhe beijos na cabeça, testa e, pela primeira vez, um longo em seus lábios.
Clara sentiu todo o corpo responder àquele toque. Desde que começara a ter mais consciência de tudo à sua volta, voltando a comer e a falar, progressivamente, seu corpo respondia mais e mais aos toques do príncipe. Era uma sensação que começava nos lugares mais íntimos e ia irradiando por toda a sua pele e dentro dela. Gostava de que ele a tocasse e também de tocar naquele corpo forte, mas sentia um certo embaraço em fazê-lo.
Ficou parada alguns minutos, observando-o descer os degraus e se afastar.
- Senhorita, a água está na temperatura adequada para seu banho. Vamos - interrompeu-a Sumru, mas ao ver a indagação no olhar verde, lembrou-se que a jovem não falava seu idioma e apenas fez o sinal para que a acompanhasse.
Ambas dirigiram-se para o quarto do filho do sultão onde uma banheira fora instalada há pouco a pedido do príncipe. O aposento era amplo, iluminado, com pouca mobília, uma enorme cama, um belíssimo tapete, puffs e almofadas lindamente bordadas, fazendo do local um jardim de cores.
Sumru auxiliou Clara a despir-se e percebeu certo constrangimento, além das várias marcas arroxeadas e arranhões em todo seu corpo. A jovem, nua, escondia os seios brancos e redondos com um dos braços, enquanto o outro protegia muito precariamente a visão dos pêlos de sua pelve. Entrou na banheira, com muito cuidado, e mesmo após sentar-se na água tépida parecia tensa.
- Fique tranquila senhorita, vou esfregar seu corpo com cuidado. - informou-a Sumru que começava o banho esfregando-lhe as costas.
Clara sorriu apenas. Não compreendia aquela língua. Pelo contexto da situação, era algo relacionado ao banho. No contato do corpo cansado com aquela água morna e acolhedora, sentiu o peso da viagem e fechou os olhos.
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O SULTÃO E A PRISIONEIRA
ChickLitO sultão e a prisioneira é uma história romântica, porque narra o relacionamento ideal e, por isso, fictício, entre um homem e uma mulher. O protagonista é o avesso do homem que encontramos no presente e, a história, como uma ficção, apenas utiliza...