Capítulo 3

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Tia Meryem, chegara ao Topkapi com a escolta que a acompanhara desde os confins da Capadócia. Chefe das tecelãs das mais importantes tribos da região, fora convidada pelo sultão com o intuito de falar sobre as necessidades das trabalhadoras.

Ela era uma mulher de meia idade, alta e bonita, que cavalgava seu alazão com segurança e elegância. Apeou em frente ao pavilhão de audiências onde Metin foi recebê-la com sua delicada seriedade, já conhecida de Meryem.

A tecelã ia curvar-se enquanto beijava e tocava com a testa as mãos do monarca, mas Metin a impediu de continuar. Ele a conhecia desde menino e tinha uma afeição grande por ela. Abraçou-a carinhosamente no que foi correspondido com todo afeto.

- Estou muito feliz que tenha aceito meu convite. - disse-lhe Metin.

- Majestade, Metin, eu é quem agradeço pela oportunidade de expor tudo o que nós tecelãs temos a lhe dizer.

- Você está cansada da viagem. - iniciou Metin - Descanse e, à noite, na ceia, quero que conheça minha esposa. Amanhã, aqui no pavilhão, falaremos sobre a produção dos tecidos, tapetes e as necessidades das artistas.

Meryem concordou olhando amorosamente para o belo homem que Metin se tornara. Recordava dele, ainda menino, no meio das lãs e teares, fazendo perguntas e tentando aprender tudo o que podia.

Assim, após ser conduzida ao pavilhão de hóspedes, ela pode admirar, enquanto descansava, o lindo local, curiosa e ansiosa por conhecer a famosa sultana estrangeira que conquistara o coração de Metin.

Andando pelo quarto Meryem mordiscava algumas frutas frescas colocadas há pouco por uma das criadas. Aproveitou a oportunidade e retirou de seus pertences uma bonita veste festiva, toda bordada de flores que seria seu presente à esposa do sultão e o seu próprio traje para aquela noite tão especial.

Os boatos sobre a sultana que chegaram aos seus ouvidos nos confins da Capadócia eram de que a monarca possuía uma beleza diferente e era completamente avessa a contatos que não fossem com o próprio sultão, mestre Nureddin e tia Bahar. O que de certa maneira, não deixava de ser verdade.

Tocando as lindas flores do presente de Clara, Meryem lembrou dos rostos alegres que bordaram cada uma delas. Das que teceram o algodão tingido de verde, cor dos olhos do amor do sultão. Ela esperava que a esposa de Metin o apreciasse.

De Metin, Meryem aguardava o cumprimento de promessas que há muito, ainda menino, ele fizera a todas as mulheres artesãs da tribo.

O SULTÃO E A PRISIONEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora