Capítulo 5

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Prestes a deixarem Bodrun, Clara sultana finalmente realizava os movimentos ensinados por mestre Chen com mais concentração, calma e conhecimento. Começando com a postura Wuji Zhuang e terminando com a do Tai Chi ou dos Três Círculos, juntava os tornozelos, relaxava os braços e a boca, fechava os olhos e, calmamente apoiava o peso do corpo na perna esquerda, levando a direita para o lado.

Depois, apoiando o peso do corpo na perna direita, trazia a esquerda para o lado e, novamente apoiando o peso na perna direita, levava a esquerda mais longe. Flexionando os joelhos, levantava os braços até a altura dos ombros, unia os polegares aos indicadores, formando um pequeno círculo com ambas as mãos, um médio com os braços e outro, com as pernas.

Junto com seu amado sultão, ficavam o máximo de tempo possível até retornarem ao Wuji ou postura do Príncipe Infinito.

A sensação de paz que sentia prolongava-se com um abraço dado e recebido por Metin. Aqueles braços eram para ela, o melhor lugar do mundo depois do de dentro de si.

Mestre Cem os aguardava silencioso, observando o casal com atenção. A harmonia que vira desde que se conheceram, parecia só se expandir. De mãos dadas ambos foram na direção do médico que os cumprimentou com reverência.

- Eu vou me trocar, doutor Cem - disse Clara sultana soltando a mão do marido que lhe jogou um beijo no ar. - Daqui a pouco, por favor, o senhor e Metin podem entrar para o exame.

Apesar de todos os cuidados do sultão e da sultana, Clara não menstruara no último mês. Podia ser apenas um atraso comum, seu ciclo não era muito regular e normalmente se estendia por longos dias, mas queria saber se estava grávida para que ela decidisse se teria a criança ou não.

- Vossa Majestade está feliz com a possibilidade de uma criança? - perguntou indiscreto mestre Cem.

- Eu preferiria ter um filho ou filha em outro momento. - comentou calmamente Metin - Mas, se Clara desejar ter a criança, ficarei feliz também. - A preocupação do sultão era apenas com o fato de que, com um herdeiro ou herdeira, os planos para a associação do trono com o filho do irmão, ficassem mais difíceis. Quando abdicasse do trono, uma gravidez seria mais tranquila para todos.

Doutor Cem nunca deixava de se surpreender com o casal real. Ele e a esposa não tiveram filhos devido a um problema dele, como descobriu mestre Nureddin. Mas, Metin e Clara eram jovens, saudáveis e, como monarcas, todos esperavam uma criança real que não chegava.

Não era segredo que a vida sexual do sultão com sua esposa era muito ativa, então, surgiram boatos de uma possível infertilidade de Clara.

Porém, ambos não fizeram questão de esclarecer tais dúvidas e, agora, frente a possibilidade de acabar de vez com aquelas intrigas palacianas, a possibilidade de interrupção da gestação era levantada.

Não demorou muito para que tia Sumru pedisse para que os homens a acompanhassem. O sultão pediu para que mestre Cem seguisse na frente e o acompanhou no seu gentil silêncio. Ambos entraram no quarto onde a sultana já aguardava em uma mesa, especialmente preparada para o exame, que o doutor lhe faria. Metin posicionou-se ao lado da esposa, beijando-lhe a testa, segurando sua mão com delicadeza.

Mestre Cem, com o auxílio de Sumru, levantou a camisola da sultana até sua barriga. Flexionou seus joelhos e abriu suas pernas o máximo possível. A luz do final da manhã lhe ajudaria no simples exame de toque que pretendia fazer. Com dois dedos das mãos meticulosamente lavados, introduziu-os com cuidado na vagina de Clara, para sentir se o colo de seu útero em vez de firme ao toque, estaria mais mole, parecendo com a textura de um lábio macio.

O SULTÃO E A PRISIONEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora