O jovem sultão dirigiu-se para o pavilhão de audiências antes de ir para o Hammam ou mesmo comer algo: ao entrar no local, tanto o vizir Engin, quanto os nobres que o aguardavam, levantaram-se em respeito à sua presença, sentando-se apenas após Metin ocupar o lugar que durante anos fora de seu pai.
Em seu tom educado e habitual de sempre, fez os comunicados oficiais de sua incursão militar no Leste, a prisão de seus irmãos e exílio para regiões mais remotas.
Ainda falava quando seu pai e tio entraram no recinto e todos, inclusive Metin, levantaram-se em reverência ao antigo monarca.
- Sentem-se, não se incomodem conosco - disse o pai do sultão, acomodando-se no local destinado à ele ao lado do filho.
Hakan acomodou-se ao lado de Engin, mal-humorado desde que fora destituído de sua função e poder, sem tempo de ter esboçado qualquer reação e agora, precisava recomeçar em uma posição mais difícil.
- Vim agradecer à Vossa Majestade a decisão de exílio de meus filhos e suas famílias!
Metin, sempre controlado na presença do pai, sentiu o coração balançar ao ouvir essas palavras. Na verdade, desde que partira com o intuito de acabar com o conflito pelo trono, estava em processo de mudança de como sempre vira as atitudes do pai como sultão.
Sentiu vontade de abraçar o antigo monarca e lhe dizer que jamais poderia assassinar seus irmãos. Não se houvesse outra possibilidade de mantê-los sob controle.
No pavilhão do príncipe, Clara despertara quando no horizonte o Sol já se punha. Olhando em direção ao divã, viu o capacete de Metin e, imediatamente pulou da cama e apressadamente colocou o primeiro vestido que encontrou. Saiu do quarto, dirigindo-se para a descer os degraus do pavilhão, quando tia Bahar atenta aos movimentos da sultana, a interrompeu.
- Ele voltou! - disse-lhe alegremente Clara.
- Majestade - iniciou calmamente tia Bahar - o sultão já esteve aqui e a deixou descansar com a ordem de que, quando acordasse, o esperasse.
Clara ouviu a esposa do mestre Nureddin, mas estava decidida a ir encontrá-lo aonde quer que ele estivesse.
- Ele está no pavilhão de audiências? - perguntou-lhe Clara.
- Sim, majestade!
Deixando a senhora Bahar na sala, Clara desceu correndo a escada e, continuando a correr, ia deixando para trás o pavilhão que ocupara desde sua chegada ao Topkapi, rumo ao de audiências. Sentia o coração bater apressado, as pernas fraquejarem, os pés descalços gelarem ainda mais em contato com a grama úmida de início de noite de inverno.
Ela o viu saindo do pavilhão de audiências e, quebrando qualquer protocolo, correr também em sua direção.
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O SULTÃO E A PRISIONEIRA
ChickLitO sultão e a prisioneira é uma história romântica, porque narra o relacionamento ideal e, por isso, fictício, entre um homem e uma mulher. O protagonista é o avesso do homem que encontramos no presente e, a história, como uma ficção, apenas utiliza...