Após a conversa com o mestre Nureddin, Metin queria ir para seu pavilhão e ficar com Clara, mas não tinha coragem de deixar Ayasofya. Ele sabia que o sultão, mestre Nureddin e muitas outras pessoas, inclusive o poderoso exército otomano, o apoiavam e esperavam sua ascensão ao trono.
Ainda sentado na entrada da mesquita, lembrava do dia em que jurara lealdade ao irmão mais velho, mas fora ele que criara um plano para sequestrar Clara. Não havia mais motivo para manter uma fidelidade unilateral...
Mas, assassinar os irmãos por um trono!!! Não conseguia ver-se fazendo isso com ninguém.
Quando há alguns meses, seu tio Hakam lhe pedira para investigar as viagens do próprio filho, homem de confiança do herdeiro natural do trono, Metin previra que tal ação poderia lhe causar um certo mal estar com o irmão.
Por isso, no caminho para a Itália, fizera aquele juramento de fidelidade, explicando ao filho mais velho do sultão, os motivos de cumprir a ordem do tio. Ir falar com ele pessoalmente, jurando submissão quando ascendesse ao trono, avisando que na corte, estavam descontentes com seu homem de confiança, talvez criasse uma trégua entre os irmãos.
Há muito, Metin queria voltar para a vida mais tranquila nas províncias da Capadócia. Gostava do trabalho administrativo, da organização das contas do palácio e império, das missões de defesa com as tropas de elite do exército, de poder auxiliar alguns grupos de artesãos, principalmente as mulheres, a alcançarem alguns benefícios, mas a oportunidade de poder ser livre com a mulher que amava, com uma vida comum, era o que fazia seu coração se alegrar.
E, agora, não era apenas mais uma questão de escolher que vida ele preferia: a segurança de Clara e também a dele, estavam em jogo. Caso um dos irmãos fosse vitorioso, os outros dois seriam mortos e as famílias deles também.
O jovem príncipe saiu de AyaSofya, tocando as paredes externas com amor. Olhou as árvores da entrada principal e, naquele início de uma tarde quente, não ouvia nenhum som de pássaros.
Sua decisão estava tomada quando com seus passos firmes e decididos foi em direção ao Topkapi, sentindo a força do sol sobre seu corpo também forte, acompanhado por seus janízaros, indo em direção a um destino que a muito custo desejava ser o seu.
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O SULTÃO E A PRISIONEIRA
Genç Kız EdebiyatıO sultão e a prisioneira é uma história romântica, porque narra o relacionamento ideal e, por isso, fictício, entre um homem e uma mulher. O protagonista é o avesso do homem que encontramos no presente e, a história, como uma ficção, apenas utiliza...