Tentando ser feliz

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Alice narrando

Acordo abrindo os olhos aos poucos pela claridade. Me levanto e vou para o banheiro. Tomo um banho e faço minhas higiene.

Saio do banheiro e vou até o guarda roupa. Coloco uma leggieng preta, um blusão branco com detalhes preto e um vans.

Depois de me arrumar eu vou até a cozinha, onde eu pego uma maçã e minha bolsa com minhas coisas.

Saio de casa e vou andando até a faculdade. Faço dança na FMU. Sou completamente apaixonada por essa arte, desde pequena eu dançava na garagem de casa, esse é meu ponto de escape. Pena que ele teve que estragar tudo...

Esqueço esses pensamentos quando entro na faculdade. Cumprimento as recepcionistas e subo de elevador até minha sala. Entro na mesma e recebo muitos olhares dos outros alunos.

Podemos dizer que sou antissocial. Não tenho amizades dentro ou fora da faculdade, o que me deixa excluída dos outros.

— Se aquecendo- Diz a professora entrando na sala.

Logo todos começam a se aquecer e se preparar.

[...]

São 12:00 e a aula já acabou. Saio da sala e vou até uma doçaria que fica em frente a faculdade. Eu trabalho nela como balconista.

Faz três meses que eu consegui minha liberdade do Gabriel.

Eu e ele começamos a namorar quando ele tinha 20 e eu 15. Meu pai sabia, mas ele estava pouco se lixando para o que a filha fazia, sua preocupação era fazer os mimos da minha amada madrasta.

É aquele velha história né? "Você é madura demais para a sua idade". Infelizmente eu cai no papo do desgraçado, achei que ele era um príncipe.

No começo foi as mil maravilhas, eram flores, saídas românticas, surpresas, presentes, etc. Como eu não tinha um bom relacionamento com meu pai, ele me mandou embora de casa depois de uma discussão com a minha madrasta. Gabriel me chamou para morar com ele, e como eu já não aguentava mais as humilhações e desaforos, ingênuamente topei. E foi aí que minha vida virou um inferno completo.

Começamos a discutir todos os dias, por todas as coisas. Mas sempre o ponto das discussões era seu ciúmes excessivo e seu problema com raiva.

Ele surtava quando eu demorava para chegar da escola, quando eu dizia que ia fazer trabalho na casa de alguém ou quando não respondia suas mensagens por estar na aula.
Se incomodava com as minhas roupas e o meu jeito.

Durante uma das nossas brigas ele me deu um tapa no rosto. Adivinha o motivo? CIÚMES.

No outro dia ele chorou pedindo perdão, falando que nunca iria acontecer novamente e as baboseira que todos dizem. Eu burra acreditei. O perdoei todas as vezes que me batia, que me forçava a fazer sexo com o mesmo ou quando descobria suas traições.

Essa tortura levou dois anos e meio. Quando eu fiz 18 tomei coragem depois de um terrível episódio de espancamento e fui embora, fugi do maldito.

Nós morávamos em São Bernardo do Campo, uma cidade do estado de São Paulo. Como eu não tinha muito dinheiro por depender dele e deixa-lo me bancar, só consegui ir a cidade de São Paulo.

Desde então, nunca mais o vi. Sinto muito medo dele aparecer novamente e estragar tudo.

Mas esse é um risco que eu corro por tentar ser feliz.

[...]

Era por volta de 21:00 quando eu saí do serviço. Hoje eu fiquei uma hora a mais para fazer um dinheiro extra.

Fechei a doçaria e segui meu caminho pra casa.

Durante todo o caminho me senti observada, isso tem acontecido a alguns dias, mas eu apenas ignoro, se não fico paranoica.

Depois que dou um passo sinto alguém me puxando pela cintura com uma mão, e com outra tampa minha boca.

Sou levada para um beco. Tento me debater ou gritar, mas não consigo.

O desespero tomou conta de mim quando a pessoa bate minhas costas contra a parede.

— Sentiu saudades amor?- Disse aquela voz que eu tanto temia escutar novamente.

Era ele... Gabriel...ele me encontrou.

Estava escuro, mas eu via seus olhos. Pareciam estar pretos e vermelhos.

Meus olhos rapidamente enchem de água quando ele me joga no chão.

— Vamos nos divertir como nos velhos tempos- Falou tirando o cinto das calças.

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora