Ele estava ali, bem na minha frente. Me olhando surpreso.
Meu pai. O homem que trocou a única filha por uma mulher fútil que enfeita sua cabeça com chifres.
- Júlio- Falo em um susurro.
Seus olhos se transbordaram.
Pude notar que estava mais magro, com semblante triste e cansado. Tinha grandes olheiras abaixo dos olhos, fora a tristeza no olhar.
- Quem são eles?- Pergunta confuso.
- Minha família- Digo me virando e abrindo a porta do carro.
- Filha, espera- Falou se aproximando e tentando tocar em meu braço.
Matheus o impediu de se aproximar de mim, se colocando na minha frente.
- Fica longe de mim- Digo entrando no automóvel.
Pude ver que lágrimas caíram de seus olhos. Ele e o delegado conversaram algo, o delegado deixou seu cartão com número de contato e entrou no carro.
Paulo deu partida e fomos embora de São Bernardo em silêncio.
[...]
- Você precisava ver Ali, aquele vaca ficou se exibindo e falando o quanto mereceria ter o solo. Desmerecendo todo mundo- Conta clara enquanto comíamos a sobremesa.
Ela contava de uma garota da nossa faculdade, e que encontrou a mesma num role com o pessoal da sala e eles tocaram no assunto da apresentação.
- Fica calma, qualquer hora você dá um piripaque no meio da rua- Digo saboreando meu sorvete.
- É curupira. Você é bem esquentadinha, nervosa, até parece um pinscher- Atiça Paulo.
- Curupira é o seu rabo. E eu não tenho culpa das pessoas me estressarem- Fala fazendo um coque frouxo com o próprio cabelo.
Tá muito quente aqui em São Paulo.
Os dois começaram a discutir xingando um ao outro. Eu só ria da situação e o delegado os encarava como de fossem loucos.
E eram.
Depois de um tempo de briga eles se acalmaram e voltaram a ser pessoas decente.
- Ah, já tinha me esquecido. Vai ter um show do Henrique e Juliano semana que vem, e eu já reservei nosso engressos- Diz calmamente.
- Eu não vou- Falo.
- Você não tem escolha. Tu vai e ponto- Diz ameaçadora.
- Não tô no pique pra show- Falo desanimada.
Ter ido na minha antiga cidade, ter revisto o antigo lugar onde eu morei e o meu pai, mexeu comigo, fora o nervoso com as buscas de testemunhas, provas e a abertura do boletim que vai ser feita segunda.
- Foda-se. Você não tá no pique, porque não se distrai e a mente e fica só pensando besteira. Sair para um lugar novo pode te animar, ainda mais conhecer pessoas novas- Fala maliciosa na última frase.
Coro instantaneamente ao ver o duplo sentido.
Matheus arqueia uma das sobrancelhas e a encara.
- Pessoas novas?- Pergunta sério.
- Sim, Alice tem que curtir a vida. Só tem 18 anos e age como uma velha. Tem que aproveitar as chances de conhecer pessoas novas, até por que, linda desse jeito vai chamar atenção dos homens a 1km de distância- Fala a ruiva dando um sorriso debochado.
Clara sabia que eu e o delegado já tínhamos nos beijado, eu contei a ela. E ela ficou "brava" por nenhum do dois ter tomado atitude para uma conversa ou outro beijo.
Sei o que ela quer. A água de salsicha quer fazer ciúmes no delegado pra ver se ele toma atitude.
Confesso que também quero, mas que eu tenha medo da nossa amizade acabar .
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Meu Delegado
عاطفيةAlice se vê livre ao terminar um relacionamento tóxico de dois anos. Ela consegue seguir sua vida, onde começa a faculdade de dança na cidade de São Paulo. A garota estava feliz com seu recomeço, mas a aparição repentina de seu ex muda tudo. O dele...