Quiosque

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Chegamos na casa de praia faz algumas horas.

Organizamos os alimentos, limpamos e já trocamos de roupa para ir almoçar em algum quiosque na praia.

- Vamos?- Perguntou estendendo a mão.

Balancei a cabeça positivamente e segurei  na mesma.

Fomos andando até a praia pois a casa que alugamos era bem pertinho do local.

Escolhemos um quiosque e em seguida fizemos nossos pedidos. Uma porção de batata, de peixe, uma caipirinha de morango para Matheus e uma Coca-Cola  pra mim.

Ficamos aguardando nossos pedidos em meio á uma conversa agradável.

- Dona Rô está gostando do Rio?- Perguntou bebendo sua bebida.

- Muito. Todo dia manda uma foto- Digo me lembrando das várias fotos que a mesma me envia por dia.

- Amor...como pensa em estar daqui uns 10 anos?- Me questiona.

Nós nunca falamos sobre o futuro, pensamos mais no agora, viver o agora e aproveitar o agora, pois o amanhã só a Deus pertence. Porém, é bom conversarmos sobre isso e colocar nossos sonhos e expectativas em panos limpos.

- Ah... pretendo estar formada, abrindo minha academia de dança, com pelo menos uma cachorrinha e obviamente estar com você- Digo sorrindo para o mesmo que retribui- E você?-

- Quero continuar como delegado, porém uma hora cansa e quando eu me aposentar, vou querer abrir uma academia de luta- Diz pensativo.

- Achei que gostava mais de aulas de tiro- Comento bebendo meu refrigerante.

- Também, mas lutar me ajuda mais com o nervosismo e pressão do trabalho- Falo olhando o mar.

- Cada um tem sua válvula de escape- Comento antes de rapaz trazer nossas porções.

Antes mesmo de eu conseguir beliscar o peixe, seu surpreendida com outra pergunta.

- Pensa em ter filhos?- Me questiona.

O mesmo estava tenso, assim como eu.

Por mais que eu tenha medo do que pode resultar a minha resposta, sou sincera.

- Devido aos meu grandes problemas familiares, eu nunca consegui me ver sendo uma boa mãe, nem sei como é ter uma. Mas quem sabe, futuramente, depois de anos fazendo tratamento psicológico, eu não mudo de ideia- Falo percebendo a tensão do mesmo dar uma pequena relaxada.

- Então não quer ter?- Pergunta querendo uma resposta direta.

- Agora não. Não acho que tenho saúde psicológica para assumir uma responsabilidade tão grande- Digo direta.

Ele assente e por mais que tenha ficado em silêncio eu sinto que o mesmo ainda tem algo a falar.

Seguro a mão do mesmo e faço um leve carinho dando apoio para que ele consiga dizer o que quer.

- Sou estéril- Fala me olhando nos olhos.

Não respondo nada, encaro seu rosto avaliando sua expressão tensa e logo respondo.

- Tudo bem- Digo dando um sorriso para o mesmo.

- Não está triste? Chateada? brava?- Pergunta confuso.

- Não- Falo simples bebendo minha coca.

Instantaneamente ele solta o ar que prendia desde o início da conversa.

- Matheus não se preocupe com isso, não pretendo ser mãe, não agora. E se futuramente eu queira, tem a adoção para isso... A menos que você queria ter um filho agora, aí...- Ele me interrompe antes de finalizar.

- Não! Também não quero filhos agora, nem sei se quero futuramente. Só estava com receio que você quisesse ser mãe daqui um tempinho, ou se quisesse do modo tradicional- Diz explicando.

- Então está tudo certo- Falo me esticando em seu frente e lhe dando um selinho rápido.

Em meio a minha distração olhando o mar, ele puxa minha cadeira para o seu lado, colando os dois móveis.

Em seguida vira o meu rosto iniciando um beijo doce e calmo.

Assim que nos separamos pelo falta de ar eu comento sobre seu beijo.

- Todos seus beijos são calmos-

- Se não forem assim eu acabo tomando um banho bem gelado ou te levando para a cama- Diz brincalhão.

Não preciso nem dizer que minha bochechas ficaram vermelhas.

- Besta- Digo dando um leve tapa em seu peito que estava coberto por uma regata.

- Linda- Diz me abraçando e dando beijinhos na minha bochecha- Fica tão fofinha corada- Fala risonho.

Reviro os olhos com sua provocação.

- Assim eu penso besteira- Fala em meu ouvido com voz ronca.

- Matheus!- Exclamo mais vermelha ainda.

Tento sair de seu aperto mas o mesmo não me solta. Se diverte por me deixar sem graças.

- Que coisa bonitinha, toda envergonhada...Fica tranquila meu amor, daqui uns tempos você irá adorar essas brincadeiras- Diz mordendo minha bochecha.

Safado!

Onde já se viu uma coisa dessa? Falando essas baixarias à essa hora do dia!

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora