Alice narrando
Chegando na delegacia nós fomos abrir um boletim de ocorrência contra o Gabriel. Em seguida eu tive que contar o que aconteceu e essa com certeza é uma das partes mais torturante.
Eu estava em uma sala com a delegada Karina, um escrivão e o advogada que Matheus chamou.
Karina era uma linda mulher. Era negra, com cabelos crespos, pele de porcelana, olhos de jabuticaba e com um corpo belíssimo. Muito bonita, mas o que realça vá a sua beleza era a confiança que a mesma transmitia, fora o poder que emanava da mesma.
- Então Alice, você poderia contar como era o seu relacionamento com o Gabriel Vasconcelos?- Pergunta a delegada me encarando.
- Sim- Fiz uma pausa me preparando- Nós começamos a nos relacionar quando eu tinha 15 e ele 23. No começo o relacionamento era perfeito, pois ele me acolhia quando eu brigava com o meu pai, me trava bem e demonstrava se importar comigo. Até eu fui morar com ele, então tudo mudou-
Digo secando as lágrimas que caiam ao lembrar dos momentos que passei ao seu lado. O começo do nosso relacionamento que era um verdadeiro conto de fadas.
- Ele começou a ser muito ciumento com os meus colegas de classe, minhas roupas e até mesmo a escola. Começou a ser um ditador, obsessivo que começou a me xingar, dizer que eu não era nada e que sem ele eu não viveria. O Gabriel me fez acreditar que ele era a única pessoa no mundo que gostava de mim e que queria o meu bem, e que tudo que ele fazia era para não me perder e eu não me machucar com os outros- Finalizo.
- E por que você foi morar com ele tão nova? Seus pais sabiam desse relacionamento?- Perguntou a delegada me estendendo um copo com água.
- Eu morava com o meu pai e minha madrasta. Nós três não tínhamos um bom relacionamento porque meu pai era perdidamente apaixonado pela mulher dele e deixava ela fazer de tudo, ela me humilhava, me batia, me xingava e ele não fazia nada, apenas a defendia. Mesmo todos sabendo que ela o traía ele não acreditava, até mesmo com fotos. Então ele não prestava atenção em mim. Eu contei a ele sobre meu romance na época, com o Gabriel, mas ele não se importou, não perguntou a idade, onde morava, não pediu para conhecer e nada que eu um pai preocupado com a filha faria - Falo.
Bebo um pouco do líquido do copo e prossigo.
- Depois de uma briga com ele e minha madrasta, ele me deu um tapa no rosto por desrespeita-lo. Eu fiquei furiosa, pois eu só estava tentando abrir os olhos dele sobre a mulher que ele colocou dentro de casa. Gabriel me chamou para morar com ele, já que eu não suportava a ideia de voltar para a casa do meu pai depois de tudo.
O meu pai nem reclamou, inclusive agredeceu e pediu para que eu não voltasse mais lá-- Quando vocês moraram juntos ele te agrediu fisicamente ou tentou te estuprar?- Perguntou a delegada.
- S..sim- Falo suspirando.
- Por conta do seu ciúme excessivo e tóxico ele começou com alguns tapa, empurrões e beliscões. Mas depois foi se agravando, tanto que os vizinhos chamavam a polícia e quando chegavam eu estava desacordada ou muito ferida.
Começamos a namorar quando era era bem nova, e por isso eu não tinha confiança em ter relações sexuais, mas quando fomos morar junto ele tentava algo, e quando via que eu não iria fazer nada ele começava a dizer que eu não o amava, que não gostava dele, e coisas do tipo. Até que eu fiquei farta e cedi, e foi assim todos as vezes que tivemos relações sexuais...até uns meses atrás-- Eu já tinha planejado uma fuga, já tinha arrumado uma casa e dinheiro para me manter por algum tempo. Quando a noite ele chegou bêbado, e violento, me bateu e me humilhou. Mas depois que eu disse que iria embora ele simplesmente virou um mostro, me jogou na cama e me...me estuprou- Digo em lágrimas.
- Depois disso ele dormiu, então eu aproveitei e quebrei um prato em sua cabeça para ele não não acordar e me dar tempo para fugir. Peguei minhas coisas correndo joguei na mala e fui para rodoviária, onde esperei um ônibus para São Paulo e vim pra cá-
- Achei que estava livre dele mais ele me achou, não sei como mas ele conseguiu descobrir onde eu trabalhava, pois depois que eu saí do serviço ele me encurralou num beco e me agrediu e me estuprou de novo.
O delegado Matheus me achou e chamou a ambulância, fiquei toda quebrada, destruída. Fique internada no hospital por alguns dias, quando ganhei alta o policial Paulo e o delegado me ajudaram.
Quando eu fui pra minha casa eles me ligavam, perguntavam se eu estava bem, etc. Mas o meu ex descobriu onde eu morava e invadiu a minha casa, eu liguei para os meninos e novamente eles me ajudaram. Eu tive que ir para a casa do delegado pois a minha casa estava destruída, e eu não tinha ninguém.
Então estou lá até hoje-- A senhorita não denunciou?- Perguntou ela.
- Não, não dessa vez. Enquanto eu morava com o Gabriel eu fiz várias denúncias, prestei muitas queixas e fiz diversos boletins de ocorrência, mas o meu ex sogro, pai do Gabriel, era policial, ele conseguia tirar o filho dessas situações e ainda me fazia passar por louca-
- É uma acusação muita grave que a senhorita faz contra seu ex namorado e seu ex sogro- Comenta ela olhando para o escrivão.
- Temos provas senhora delegada- Diz o advogado mostrando fotos dos hematomas, dos boletins de ocorrência e um pen-drive.
Aonde ele arrumou os boletins? E o que tem no pen-drive?
- O que tem no pen-drive?- Perguntou a delegada fazendo a pergunta que eu tanto queria fazer.
- Uma série de vídeos da câmera de segurança da delegacia onde o ex sogro da minha cliente trabalha. Mostrando o que ele dizia para livrar o filho das acusações- Disse a advogada me pegando de surpresa.
Como ela conseguiu isso??!
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Capítulo não revisado!!!
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Meu Delegado
RomansaAlice se vê livre ao terminar um relacionamento tóxico de dois anos. Ela consegue seguir sua vida, onde começa a faculdade de dança na cidade de São Paulo. A garota estava feliz com seu recomeço, mas a aparição repentina de seu ex muda tudo. O dele...