Meio termo

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Eu e Rafael estávamos em uma conversa animada sobre esportes. Sou extremamente fã de futebol, torço para o flamengo...o que causa uma leve discussão com quase todo mundo que eu conheço, menos com o loiro a minha frente, já que o mesmo torce para o mengão.

- Olha, eu adoro futebol e venero muito o meu time, mas nem se eu fosse rica eu iria gastar mais de R$500 em uma blusa- Digo para o mesmo.

- Em minha defesa era edição limitada- Se defende tomando sua cerveja.

Nossa conversa foi interrompida quando um cara bêbado passou por nós tropeçando nos próprios pés cantando alguma música de dor de cotovelo.

Olho para Rafael e o mesmo olha para mim e então caímos na gargalhada.

Paro de rir quando me sinto observada. Olho para os lados e encontro aqueles malditos olhos verdes me encarando.

Paulo

Ele estava fardado, de braços cruzados e uma carranca na cara olhando para mim e Rafael.

Reviro meus olhos com seu olhar sobre mim e me viro para Rafa.

- Vou me sentar um pouco com os meus amigos. Que ir?- Pergunto para o mesmo.

Minhas pernas já estavam doendo de ficar em pé.

- Vou sim- Concorda me seguindo até a mesa.

Me sento com ele e o mesmo logo se em turma com o pessoal.

Mari estava bêbada, chorava segurando um copo de gin na mão entanto tocava Marília Mendonça.

- Ta chorando por quem piranha?- Pergunto para a mesma.

Ela me olha, enxuga as lágrimas na blusa e fala:

- Por ninguém...eu não sei por que eu tô chorando amiga- Diz chorando mais ainda.

Dou risada de sua situação e ajudo Eduarda a levantar a mesma e levá-la para casa.

- É por isso que eu só fico bêbado em casa- Comenta Rafa.

Concordo com o mesmo sorrindo.

Olho para o relógio e vejo que vai dar 02:00 da manhã.

- Acho que eu já vou- Aviso o mesmo.

- Ta de carro?- Me pergunta.

Balanço a cabeça que não.

- Eu te levo então- Encaro o mesmo com a sobrancelha arqueada- Sem maldade- Afirma.

Nos despedimos do pessoal e logo saímos do bar. Quando estávamos nos aproximando de seu carro vermelho alguém me chama.

- Clara- Fala com voz grave.

Olho para trás e vejo Paulo parado atrás de nós.

- Conhece ele?- Pergunta pra mim.

- Infelizmente- Murmuro.

Se distante ele estava gato, agora ele estava um pedaço de mal caminho no uniforme.

Se segura Clara, você ainda está brava com ele.

- O que é?- Pergunto cruzando os braços o encarando.

- Quero conversar com você- Fala se aproximando.

- Não tem o que conversar- Digo indo mais próximo do carro com Rafael.

- Vai mesmo dirigir depois de beber na frente de um policial?- Pergunta sério para Rafael.

O loiro me encara e depois encara o policial a nossa frente.

Suspiro cansada.

- Tudo bem Rafa, a gente se fala depois- Digo me despedindo do mesmo com um beijo na bochecha e partindo pela rua.

Quando estava virando a esquina do bar ele puxa meu braço.

- Espera- Pediu Paulo.

- O que você quer?- Me viro de frente para o mesmo.

- Já falei que quero conversar- Se aproxima.

- Conversar sobre o que? Você deixou bem claro que não queria ficar amarrado em ninguém então por que agora vem encher meu saco?! Vai aproveitar sua vida de solteiro!- Jogo em sua cara as palavras que me disse em nossa última discussão.

- Ruiva eu só queria me desculpar por ter sido um babaca- Me encara com o olhar arrependido.

- Do que adianta me pedir desculpa pelo que disse e ser um babaca acabando com a minha noite?!- Digo o encarando furiosamente.

- Olha...eu gosto muito de você- O corto.

- Você é muito confuso. Uma hora diz que não gosta de mim, que não quer nada sério e quer aproveitar a vida de solteiro, e agora acaba com a minha noite e diz que gosta de mim? Eu não te entendo!- Exclamo para o mesmo.

Paulo suspira passando a mão pelos cabelos, fazendo seus músculos se destacarem na camisa.

Se valoriza Clara, se valoriza!

- Eu tô cansada, de verdade. Já deixei bem claro que eu gosto de você e que arriscaria tentar algo sério, mas uma hora você demonstra interesse e em outra você só que a vida de solteiro. Paulo você tem que decidir o que quer da vida!- Suspiro- Ou você me tem e fica sem sua vida de solteiro ou você fica sem mim mas com suas baladas, bebidas e mulheres. Não tem meio termo! É um ou o outro- Desabafo.

O mesmo me encara sem expressão.

- O que você escolhe Paulo? Vai colocar a porra de aliança no meu dedo e assumir um relacionamento sério ou vai seguir sua vida como solteiro?- Pergunto me aproximando do mesmo.

Encaro suas esferas verdes torcendo para ser a resposta que eu quero.

Como o mesmo não responde nada, eu viro as costas encarando seu silêncio como a segunda opção, e sigo andando.

- Ô ruiva!- Grita por conta da distância.

Paro no mesmo local e me viro para encará-lo.

Fico estática ou vê-lo com uma caixinha de veludo vermelho com duas alianças, me encarando.

- Eu já vim sabendo o que eu queria, mas...- Se aproxima com os olhos no meu- Você só me fez ter mais certeza da minha escolha-

Frente a frente o mesmo sorri intercalando seu olhar sobre meus olhos e minha boca.

- Eu quero você ruivinha- Sussurra.

Sorrio para o mesmo o puxando para um beijo.

- Você é um filha da puta sabia?- Pergunto quanto a falta de ar nos atinge.

O mesmo ri me encarando com olhar divertido

- Eu sei que você me ama- Se gaba e faz um movimento como se jogasse o cabelo longo e imaginário no ar.



Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora