Preso

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- Acha que o meu pai vai me deixar lá preso?- Ri o desgraçado- Você conhece ele delegado, sabe da influência dele no meio jurídico- Se gaba.

- A é claro, seu pai. É normal ele limpar sua barra né? Sempre que você faz merda teu pai mexe os pauzinhos dele para livrar tua cara- Atiça Matheus.

Entendi

O delegado queria que o desgraçado  confessasse. Provavelmente estava gravando a conversa.

- É óbvio! Pra que serve um pai policial se não for para nos ajudar?- Pergunta debochado.

- Você é igual a ele ou pior- Diz matheus.

- CALA A BOCA-

Sinto meu corpo fraquejar quando ouço um barulho de tiro.

O barulho de um corpo caindo no chão soa pela casa.

A preocupação me domina e as lágrimas grossas caem pelo meu rosto.

- Você é um merdinha. Não sei o que a Alice viu em você- Diz Gabriel com tom de nojo.

Sinto meu peito doer quando escuto um gemido de dor vindo de Matheus.

Tomo coragem, engulo o choro e saio de quarto em silêncio com a arma engatilhada.

Força Alice...

Você consegue!

Por você

Pelo Matheus

Pelas pessoas que você ama

E por tudo que ele te fez

Quando saio do cômodo vejo Matheus jogado no chão com a mão no ombro que sangrava.

A sua frente estava Gabriel com a arma apontada para o mesmo.

O desgraçado estava de costas para mim e então não viu a minha presença.

Procurei Jack com os olhos mas não o encontrei. Provavelmente Matheus o escondeu.

O delegado sangrando no chão me olha disfarçadamente.

Faço sinal de silêncio para o mesmo que mesmo com carranca faz.

Miro na mão de Gabriel que segurava a arma e atiro.

O mesmo larga a arma quando o tiro pega de raspão em sua mão.

Ele se vira pra mim e me encara com seu olhos demoníacos.

- Eu sabia que você estava aqui sua putinha- Fala em tom ameaçador.

- Se você se aproximar de mim ou dele eu atiro de novo- Digo firme.

Ele ri com a mão na barriga.

- Você não passa de um bichinho assustado, mas não se preocupe. Vou lembrar a você quem é que manda- Diz dando um passo em minha direção.

Atiro no chão fazendo o mesmo se assustar e ir para trás.

- VADIA- Grita indo em direção a sua arma que estava no chão.

Mas o delegado é mais rápido e chuta o objeto em minha direção.

Com a arma ainda apontado para o mesmo eu pego a outra do chão e a levando para ele.

- Você não consegue atira em mim. Alice você sabe disso, sabe que me pertence. Não se engane com esse delegadinho de meia tigela- Fala tentando me manipular.

Sorrio sarcasticamente para o mesmo.

- Sinto em te informar que você não tem mais controle sobre mim. Nem você e nem ninguém!- Brado.

O mesmo me encara com raiva.

- Eu não sou sua. Você é um louco que amaldiçoou a minha vida!- Digo sentido a raiva me tomar.

- E você é inocente o suficiente para achar que com ele vai ser diferente- Diz com ódio.

- O que você me fez passar nunca vai se repetir novamente. Diferente do você o Matheus é um homem! Ele não é um moleque louco, possessivo e inseguro- Jogo em sua cara vendo o ódio em seus olhos.

- Você vai pagar por tudo que me fez. Por todas as agressões, abusos, xingamentos, e lágrimas de dor que me tirou!- Digo sentindo raiva do mesmo.

- Vai Alice atira em mim. Me mata, como sempre quis- Pede- Vamos! Atira putinha- Grita.

- Melhor acabar logo com isso, pois te garanto que se me deixar vivo eu acabo com a sua vida!- Diz raivoso.

Por um momento penso em atirar no mesmo e me livrar de sua presença pelo resto da vida.

Mas então olho Matheus, e seus olhos me mostram que matá-lo não valeria a pena. Não quero sangue em minhas mãos, só quero que tudo acabe e eu possa ser feliz...Feliz com as pessoas que eu amo, feliz com o homem que eu amo.

- Eu não sou você. E te matar não faria você pagar por tudo que me fez- Falo olhando seus olhos gélidos e cheios de ódio.

- PAULO!- Grito dando o sinal.

A porta rapidamente é arrombado e policiais entram na casa prendendo Gabriel que me encarava com os olhos ardilosos.

Largo a arma e corro até Matheus.

- Meu amor- Digo me aproximando do mesmo.

Encaro sua situação e vejo que o tiro pegou no ombro e não era tão ruim. Mas o mesmo estava perdendo muito sangue.

- Vai ficar tudo bem- Falo acariciando seu rosto que estava um pouco pálido.

- Tem ferido. O delegado tá ferido! Chamem os médicos!- Gritou um dos policiais no radinho.

- Estou orgulhoso de você- Fala ele me encarando com seus olhos brilhantes.

Encosto minha testa na sua sentindo a sensação que a muito tempo eu não sentia.

Alívio

Eu sabia que Matheus não morreria por esse tiro, mesmo estando preocupada com seu estado, tinha certeza que ele viveria.

E agora sem Gabriel a solta eu poderia viver, e não sobreviver.

Não precisaria me esconder e temer a tudo.

Eu estava livre.

Livre de todo os medos e de todas as preocupações que me rondavam.

Eu estou livre!

Livre...

Livre!

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora