Só tem uma cama

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Matheus narrando

Depois de uma hora chorando sem parar, Alice finalmente dormiu.

Ela ficou muito preocupada, e com razão. Além de se culpar por aquele infeliz saber sobre as pessoas mais próxima da mesma.

Me sentia um inútil por vê-la daquele jeito, tão fragilizada, com medo, pedindo desculpas em meio ao choro incontrolável e não poder fazer nada, não poder tirar aquela dor e agonia de seu peito.

Me levanto, deposito um beijo em sua cabeça e saio do quarto.

Quando chego na sala vejo Paulo, que chegará recentemente, abraçado com Clara que tinha os olhos vermelhos pelo choro.

- Como ela está?- Perguntou ele preocupado.

- Mal, se sentindo culpada- Suspiro frustrado- Depois de uma hora chorando ela dormiu- Conto.

- Deve estar sendo muito difícil pra ela, afinal, ela pensa que tem culpa por ele saber sobre seus amigos e pessoas próximas a ela- Diz Paulo com a expressão de preocupado.

- E agora? O que vai acontecer?- Perguntou Clara.

Penso e logo a respondo.

- No momento nós quatro vamos ficar aqui em casa. Principalmente você Clara. Vocês duas não sabem lutar caso precisem, eu e Paulo somos treinados e ainda conseguimos nos defender caso ele venha atrás de nós- Falo para os dois.

- Mas ele não vai vir atrás de mim ou do Matheus. Vasconcelos sabe que não pode contra nós dois, por isso ele vai tentar ir atrás de você e da Alice- Diz Paulo entendo o meu raciocínio.

- Vou ligar para a delegada Karina e explicar tudo. Vou pedir polícias para fazerem a segurança do prédio, mas disfarçados. Aquele arrombado não pode saber que sabemos que a Alice identificou ele hoje, assim podemos pegá-lo mais rápido pois o mesmo não vai estar tão desconfiado- Falo já pronto para pegar o celular.

- Relaxa cara, eu já falei com a delegada. Os policiais disfarçados chegaram à uns 20 minutos- Diz Paulo.

Agradeço o mesmo com um manejar de cabeça.

- Vou avisar dona Rô- Digo pegando meu celular e ligando para a dona da doceria.

Ligação on

- Alô?- Diz a mulher do outro lado da linha.

- Dona Rô- Cumprimento a mesma- É o Matheus-

- Oi querido. Aconteceu alguma coisa? Alice está bem?- Perguntou aflita.

- Aconteceu sim dona Rô. O ex dela se disfarçou para vigia-lá. Ele também sabe sobre as pessoas que andam com ela, inclusive a senhora. Por isso eu peço que a senhora fique atenta, não saia de casa desacompanhada , não confie em desconhecido pois o malandro anda se disfarçando- A alerto.

- Maldito, filho de uma puta- Xinga a senhora do outro lado da linha- Tudo bem querido. Eu ia esse fim de semana para a casa de uma amiga, mas vou amanhã mesmo, não quero dar problema a Alice. Vou manter contato com vocês... Por favor, deem notícias- Diz a senhora com a voz preocupada.

- Outra coisa... delegado, por favor, cuida da minha pequena. Sei que aquela garota vai se culpar por tudo, não a deixe sozinha. Ela precisa de apoio- Suplica ela.

- Não se preocupe com a Alice dona Rô. Ela está sobre os meus cuidados, se precisar dou a minha vida por ela. Apenas se preocupe em se proteger daquele maluco- A tranquilizo.

- Obrigada filho- Desliga.

Ligação off

Assim que desligo o celular, encaro os dois.

- Falei com dona Rô. Ela vai para casa de uma amiga, acredito que seja em outra cidade- Aviso aos dois.

- Que bom. Assim ela fica em segurança e Alice fica um pouco mais tranquila- Comenta Clara.

Eu e Paulo fizemos a janta. Nós três jantamos e depois os ajudei a se acomodarem no quarto da Alice, já que eu não acordaria a mesma.

- Olha, eu não tenho colchão. Vão ter que dividir a cama - Digo aos dois a minha frente.

- Eu durmo na cama e você no sofá- Diz a ruiva para o Paulo.

- Seu nariz. Eu não vou dormir no sofá coisa nenhuma, ou divide a cama ou te boto na cama do cachorro- A ameaça.

Jack pareceu não gostar de jogarem sua cama na conversa, pois latiu para os dois.

- Aí ó, nem o cachorro quer dormir contigo- Fala Paulo implicante.

- Não me interessa quem vai dormir aonde, vocês que se resolvam. Só não quero escutar nada a noite- Brinco com os dois e sigo para o meu quarto.

Trouxe um pijama caso Alice acorde.

Pego a minha roupa de dormir, vou até o banheiro e me troco. Depois volto para a cama e me deito.

Alice se mexe e logo abre os olhos me encarando.

- Seu pijama está no banheiro- A aviso.

Ela se levanta, vai ao banheiro, se troca e volta.

A florzinha se deita novamente e eu a abraço, puxando a mesma para o meu peito.

Sua cabeça fica apoiada no meu peitoral, enquanto minhas mãos acariciam seus cabelos.

Cansados pelo dia de hoje, nos entregamos ao sono e dormimos.





6/7

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora