Sem paciência

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Eu e Paulo estávamos ansiosos no hospital, esperando notícias de Matheus.

Fora do local que nos encontrávamos, estava cheio de reportes, esperando alguém sair para explicar sobre o ocorrido.

A notícia sobre Gabriel está em todos os canais possíveis da televisão brasileira.

Foi um choque, algo tão grandioso e perigoso acontecer, principalmente envolvendo um Vasconcelos, sobrenome respeitado no meio jurídico.

Eu iria dar entrevista e contar tudo, queria que todos soubessem quem era aquela família de verdade.

Estava apreensiva, com medo de dar algo errado e perdê-lo. Mas fui tirada dos meu pensamentos por uma voz escandalosa.

- MATHEUS! Cadê aquele desgraçado?!- Grita a loira histérica.

Jenifer.

Ô senhor

Logo agora essa bruaca tinha que aparecer?

Me levanto rapidamente com Paulo e a mesma corre em nossa direção.

- E então? Cadê ele? Já morreu?!- Perguntou debochada.

- O que faz aqui? Sabe que tem uma medida protetiva contra você né?! Vassoura ambulante- Diz Paulo nervoso.

- Do que adianta essa medida se ele já está morto?- Fala provocativa.

Não seguro minha raiva e voo em cima da mesma.

Minha vontade era de arrancar aquele cabelo de palha fio a fio, mas fui impedida pelo policial.

- Me solta, que agora eu mato essa puta!- Brando furiosa.

- Acredite baixinha, a ideia te ver você dando uma surra nela é tentadora, mas não vale a pena...não agora- Diz a última parte em meu ouvido.

- Deixa ela me bate, assim eu a levo para ficar com o ex dela na prisão. Aliás você sabe que a culpa é sua né?!- Se aproxima de mim- Se não fosse por você, o Matheus não estaria dentro de uma sala de cirurgia, mas ele...- Jenifer é interrompida quando é atingida por uma maca.

- Ops, desculpe- Diz Denise sendo educada a pulso-A senhora poderia se retirar por favor? Está causando tumulto em um lugar inapropriado- Perguntou a enfermeira, encarando a mesma.

- Esse é um hospital público, posso ficar aqui a vontade- Debocha a loira ressecada.

- Olha aqui oxigenada. Ou você saí desse hospital agora ou você fica, mas como alejada, banguela e careca- Fala Clara chamando a atenção da mesma.

- Qual vai ser?! Tenho certeza que o gostosão ali não se importa de me deixar arrancar esse aplique mal colocado- Diz se aproximando ameaçadora.

- A vontade ruivinha- Diz Paulo cruzando os braços de forma intimidadora.

A loira engole a seco.

Joga o cabelo, vulgo vassoura de palha, para trás e saí rebolando.

Eu juro que não tenho problemas com loiras, mas essa coisa não hidrata o cabelo, não corta as pontas, deixa parecer uma vassoura velha e ainda vem encher o saco de quem tá quieto?!

Aaaa para né?!

Vai caçar o que fazer

Uma hidratação de vez em quando é bom...

Bom e necessário.

- Problema resolvido- Diz Julia se sentando na cadê de espera.

- Matheus Almeida- Anunciou uma médica.

Por incrível que pareça, era a mesma que cuidou de mim quando fui encontrada no beco, toda machucada.

Era uma das testemunhas ao meu favor.

Alyne Oliveira

A mulher a minha frente era médica cirurgiã, porém fazia outros atendimentos, afinal, estamos no Brasil. Você se forma em uma área mas não prática só ela, exerce outras 3.

- Aqui, somos parentes- Digo me levantando com Paulo e agora Julia.

- É um prazer revê-la Alice, principalmente vendo que está melhor- Fala a médica.

Alyne era uma mulher preta incrivelmente linda. Tinha a pele lisa e bem brilhosa, cabelos pretos e cacheados e era baixinha assim como eu.

Ela passava um energia muito boa, revigorante. Sua presença era incompreensível. Me sentia muito bem perto da mesma, sentia uma paz absurda que emanava dela.

A médica me lembrava o mar, lindo, calmo, adorável e curioso. Porém, assim como o mar também tem seu outro lado, frio, forte e perigoso.

- Podem me acompanhar por favor- Diz nos guiando até sua sala.

- O senhor Matheus fez uma cirurgia para tirar a bala, a qual foi concluída com sucesso. Ele também perdeu bastante sangue e esta recebendo uma transfusão nesse momento.
O delegado ficará em observação por três dias, se tudo ocorrer bem ele terá alta depois desses dias- Nos informa.

Um alívio toma meu peito e o resquício de medo que havia, tinha ido embora.

Agradecemos a mesma e fomos para o quarto aonde o mesmo estava.

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora