Bar

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Clara narrando

Estava me arrumando para ir à um barzinho aqui perto de casa.

Coloquei um vestido preto colado no corpo, um tênis vans e uma jaqueta jeans já que em São Paulo o clima é louco.

Finalizo os cachos que fiz com a chapinha e pego a bolsa.

[...]

O local estava cheio de pessoas, por sorte meu colegas pegaram uma mesa mais cedo.

Vou em direção aos mesmos e os cumprimento.

- Oi gente- Digo me sentando em uma cadeira.

- Eai mulher- Me cumprimenta Mari - Peguei uma caipirinha pra você- Me estende o drink de sabor morango.

Agradeço a mesma.

Como Lice estava na praia com o delegado eu tinha que arrumar com quem saí, e como o pessoal da faculdade adora beber eu aproveitei.

Mari é a mais próxima deles, conversamos bastante sobre tudo, especialmente à vida alheia.

Não me julguem

Todo mundo adora uma fofoca

Minha amiga é uma linda preta de corpo escultural, cabelo afro e olhos verdes.

A beleza dessa mulher não está escrito, juro!

- Como vai o policial gato?- Pergunta minha amiga me encarando.

Reviro os olhos ao saber de quem ela fala.

- Não sei, a gente não se fala á umas duas semanas- Digo relembrando da nossa última briga.

Bebo um goleiro da minha bebida observando o movimento de pessoas.

- Não consigo entender o motivo de tanta briga. Os dois são desapegados que adoram curtir a vida...pensei que se envolver com um igual a você daria menos trabalho- Comenta confusa.

- Não me daria trabalho se aquele otário decidisse o que quer da vida- Exclamo  nervosa- Mari ele quer viver uma vida de solteiro! Quer ir para a farra com os amigos, pegar todo mundo sem dar satisfação de nada, mas se eu faço isso ele se incomoda- Bebo o resto da bebida em um gole.

- Ah, agora eu entendi- Fala revirando os olhos- Mas ele gosta de você?- Pergunta me encarando.

- Eu não sei...ele não fala o que sente pra mim saber se é sentimeato ou fogo no cu- Suspiro cansada- Por isso abandonei o barco-

- É por isso e outras, que eu penso seriamente em virar lésbica- Revira os olhos bebendo sua cerveja- Dá menos dor de cabeça-

Concordo com a mesma.

Ficamos conversando até começarem de música ao vivo.

- Bora dançar- Puxo Mari que me segue com sua lata na mão.

Os músicos tocavam e cantavam músicas sertanejas.

Eu amo sertanejo, lembro que no show que fui, cantei e dancei horrores, tanto que fiquei rouca no outro dia.

Eles tocavam a música "Os anjos cantam"

- No primeiro instante
Vi que era amor
No momento em que a gente se encontrou
No segundo instante, vi que era você
Já te amo tanto sem te conhecer

É que nos meu sonhos você era linda
Pessoalmente é mais linda ainda
Nosso amor veio de outras vidas
Eu vou te amar nas outras vidas que virão

Canto com Mari que me acompanha animadamente.

Boa parte das pessoas que estavam sentados nas mesas se levantaram para se aproximarem dos músicos.

Todos em pé para aproveitar a obra de arte que era essa música.

- É que você nasceu pra ser minha
Vamos dividir uma casinha
Uma cama, dormir de conchinha
Deus abençoou a nossa união

E os anjos cantam nosso amor, ohh, ohh, ohh
E os anjos cantam nosso amor, ohh, ohh, ohh
E os anjos cantam nosso amor

A cada palavra que soava mais eu cantava em plenos pulmões.

Quando finalizou a canção, Mari me cutucou no braço.

Olho para ela sem entender até ela aponta para um canto com os olhos.

Sigo seu olhar até ver que um homem um pouco mais alto que eu, me encarava descaradamente.

Ele era branco, com cabelos loiros, olhos castanhos claros e porte atlético.

O mesmo sorri pra mim quando nota que eu percebi suas encaradas.

Educadamente sorrio de volta e volto a focar nos músicos.

Eu sabia que não iria demorar muito para ele vir até o meu encontro. Padrão de muitos homens. Encarar e se a mulher notar e corresponder, ele logo chega nela, ou os mais atrevidos tentam a sorte sem mesmo a mulher notar a existência deles.

Se inicia uma nova música, confesso que a mesma me pegou desprevenida.

"Sonha comigo"

Essa dói, esse é de foder legal.

Comecei a cantar com Mari quando senti alguém tocar no meu braço.

Olho para trás e vejo o loiro que me encarava.

- Está sozinha?- Pergunta próximo do meu ouvido pelo barulho.

- Sim- Sorrio para o mesmo.

- Prazer Rafael- Estende a mão.

- Clara- Falo cumprimentando o mesmo.

Dou uma pequena olhada para o lado e vejo Mari apontar para o cara disfarçadamente e faz gestos como se estivesse com calor.

Dou risada da mesma e volta a encará-lo.

Meu DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora