Matheus narrando
Me despeço de todos e saio da delegacia depois de um plantão de mais de 48 horas.
Entro no carro e dou partida para o shopping. Antes de ir para casa eu preciso fazer algo.
[...]
Entro na loja e vou até os celulares expostos.
Meu amigo que eu contratei para concertar o celular da Alice, disse que o aparelho já estava em estado crítico. Parece que não era a primeira vez que ia ao concerto.
Ele me avisou que não compensava mandar concertar, e que era melhor comprar outro.
E aqui estou eu escolhendo um celular para dar a pequena.
Tinha muitas opções. Procurei por um de bom preço e boa qualidade.
No fim escolhi o celular A32 da Samsung, branco. É bonito, bom preço, 128BG e ainda é muito elogiado pela câmera.
Vou até o caixa, pago o mesmo, coloco o seguro e vou finalmente para casa.
[...]
Assim que abro a porta do apartamento, sou recebido pelo meu melhor amigo de quatro patas.
Que Paulo nunca saiba que eu disse isso.
- Eai amigão!- Digo abraçando o mesmo- Também fiquei com saudades- Falo acariciando a cabeça do mesmo.
Depois dessa grande recepção eu vou até a morena que não sai dos meus pensamentos.
- Quanto tempo florzinha- Digo brincalhão.
Estava em dúvida em abraçá-la, afinal, a última vez que nos vimos pessoalmente nos beijamos no meio da madrugada. Mas a mesma logo abriu os braços e eu alegremente foi receber o melhor abraço de todos.
Nunca foi muito carinhoso, de sempre querer toque físico, principalmente com o sexo oposto. Mas com a florzinha era diferente. Abraçá-la me faz ficar em paz ao saber que ela está segura comigo...nos meus braços.
Nunca vou entender o efeito que Alice tem sobre mim, mas confesso que jamais quero que acabe.
Só de pensar que um dia ela terá que viver sua vida, com sua casa...seu marido...
Aperto mais o abraço ao sentir essa pequena dor no peito, ao imaginá-la tendo uma vida em que eu não farei parte... não do jeito que eu gostaria.
- Como foi esses mais de dois dias fora?- Perguntou ela se afastando e me encarando.
- Cansativo, é essa a palavra que define- Digo colocando a sacola com o celular no sofá.
- Vá tomar um banho. Vou servir o almoço- Diz com um sorriso gentil e voz autoritária.
Assinto e vou até meu quarto.
Tiro os sapatos, pego a toalha e sigo até o banheiro. Tiro as roupas e entro na água relaxante do chuveiro.
Jogo a cabeça para traz ao sentir a deliciosa água morna caindo sobre meu corpo.
Depois de alguns minutos do banho, eu saio e coloco uma roupa. Em seguida vou até a cozinha e vejo a mesa arrumada.
O que será que é?
- Lasanha de carne, arroz, feijão, salada e coca cola- Diz Alice como se lesse meus pensamentos.
Vou até a mesa e me sento. Ela serve nos dois e começamos a almoçar em meio a conversas.
- Ontem voltou para a faculdade né?- Perguntei. A mesma balançou a cabeça em sinal positivo- E como foi?- Pergunto querendo saber mais sobre os dias que fiquei fora.
- Corrido. Perdi muita coisa, mas Clara está me ajudando- Diz ela contente.
- Clara?- Pergunto confuso.
Ela nunca falou sobre nenhuma amiga.
- Conheci ela na faculdade ontem, a professora deixou ela encarregada de me passar as coreografias. Acabamos ficando amigas, ela até veio aqui- Fala meio receosa a última frase.
- Que bom, pelo menos arrumou uma amiga- Digo contente com ela.
Alice passa muito tempo só, eu e Paulo trabalhamos, então é bom ela ter uma amiga ou amigo, principalmente da faculdade.
- Não achou ruim ela ter vindo aqui?- Perguntou a morena.
- Claro que não...a casa também é sua- Falo a tranquilizando.
Terminamos a refeição e logo ela nos serviu o mousse.
Simplesmente amo as comidas que Alice faz. Dá uma certa invejinha, pois eu sou péssimo na cozinha. Já perdi as contas de quantas vezes já queimei as coisas e fiz o alarme de incêndio tocar.
- Isso tá delicioso- Exclamo assim que coloco a sobremesa na boca.
- Que bom que gostou...o de maracujá é o melhor- Diz ela convencida, sorrindo.
- Concordo- Falo a observando.
Ela mudou, quanto chegou aqui, parecia uma garotinha assustada. Não olhava muito nos olhos, sorrisos tristes ou forçados. Tinha uma tristeza na voz e na face. Além de que chegou muito magra...acho que ela tinha uma boa condição financeira para se alimentar, mas o psicológico afetava sua alimentação.
Percebo que agora ela sorri verdadeiramente, não sente tanto medo quanto antes, é sempre animada e seu corpo ganhou massa. Mas isso não quer dizer que ela tá bem.
- Já pensou em passar no psicólogo?- Pergunto sem parecer rude.
Ela me encara sem expressão.
- Digo...você parece bem fisicamente, mudou bastante desde que veio morar aqui. Mas tem coisas...traumas, insegurança, medo...que não conseguem ser vistos a olhos nus- Explico meu ponto de vista.
- Até já pensei nisso, mas foi depois que fugi. Agora isso nem passou pela minha cabeça, me preocupo em como vai ser quando abrir o boletim de ocorrência, como conseguir provas e até testemunhas ao meu favor. Tenho medo que ele escape das acusaçõese venha atrás de mim- Fala sincera, com grande medo na voz.
- Ei... vem cá- Digo aproximando a cadeira para ficar ao seu lado - Vai dar tudo certo. Pensa em você um pouquinho, cuidar de si mesma não te faz ser egoísta- A tranquilizo abraçando de lado.
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Meu Delegado
RomanceAlice se vê livre ao terminar um relacionamento tóxico de dois anos. Ela consegue seguir sua vida, onde começa a faculdade de dança na cidade de São Paulo. A garota estava feliz com seu recomeço, mas a aparição repentina de seu ex muda tudo. O dele...