Cap. 33 - Dois corações

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Pov. Monel

O terceiro mês chegou com força, os hormônios de Kara estão nos enlouquecendo, ontem tivemos uma discussão antes de dormir e pela primeira vez desde que começamos a namorar dormimos sem trocar uma palavra e de costas um para o outro. Me levantei e Kara já não está na cama, provavelmente está no banheiro visto que os enjoos matinais têm piorado.

- Kara? Está tudo bem? - digo batendo na porta do banheiro.
- Sim. Só acordei enjoada de novo e... - Kara volta a vomitar, eu entro no banheiro e seguro seus cabelos - vá se arrumar, você tem que ir para o trabalho.
- Vocês são minha prioridade, sempre.
- Sério?! - diz em tom de deboche, não faço caso, ela está magoada - estou bem, vá se arrumar.
- Kara... Sobre ontem, eu não quis... - tento conversar mas sem sucesso, Kara levanta do chão, dá descarga e prende os cabelos - te pressionar, nem dizer aquilo, eu ...
- Olha, acho que voce já disse ontem o que pensa, não ? Não quero ter essa conversa.
- Mas Kara...
- Monel, não!
- Tudo bem.

Me arrumo depressa, tenho uma entrevista importante com um banqueiro recém chegado em National City.  Tomo café e deixo café na jarra caso Kara queira tomar, me levanto e vou até ela.

- Estou indo, se precisar de alguma coisas é só me ligar, - Kara apenas assenti sentada no sofá assistindo algo na tv - te amo!

Kara não diz nada, isso me doeu, abro a porta e saio, chegando na porta do prédio Alex vem em minha direção com uma caixa na mão.

- Bom dia cunhado!
- Bom dia, Alex. - digo com um sorriso fraco.
- Nossa, não precisa ficar assim tão feliz em me ver. - Alex brinca comigo - Tá tudo bem? Kara está bem?
- Sim, Kara está bem. Nós tivemos uma discussão ontem e Kara quase nem olha para mim.
- Ah, entendi, trouxe rosquinhas, vou conversar com ela.
- Obrigada, Alex.

Pov. Alex

O elevador para no andar de Kara, caminho até o seu apartamento e abro a porta que estava destrancada. Kara está deitada no sofá, enrolada em uma manta.

 Kara está deitada no sofá, enrolada em uma manta

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- Kara, oi.
- Alex, o que tá fazendo aqui? - Kara pergunta secando algumas lágrimas.
- Hey, o que aconteceu? Porque tá chorando? - pergunto passando o dedo em sua bochecha.
- Não é nada Alex.
- Como não é nada, encontrei Monel lá embaixo com uma cara triste igual a sua. Não confia mais em mim? Me conta o que tá acontecendo, por favor.
- Claro que confio em você Alex, é só que nós discutimos ontem e eu fiquei magoada com ele.
- Porque vocês discutiram? - me sento ao lado dela e a abraço.
- Bem, acontece que ... - Kara começa a explicar o que houve.

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Flashback

- Mas Kara...
- Não Monel, eu já disse que não quero.
- Mas meu amor, vai ser melhor, a gente já conversou sobre isso na virada do ano e várias outras vezes.
- E tanto na virada do ano, quanto nas outras vezes eu disse que não.
- Mas Kara, criar uma criança em um apartamento pequeno não é a melhor coisa a se fazer. A casa que eu te falei está sendo construída, é perto do trabalho, é grande, tem um quintal grande pra uma criança brincar, e...
- Não Monel, aqui é seguro, a vizinhança é tranquila, qual é o problema de continuarmos aqui?
- Porque agora nós vamos ter um bebê Kara, um bebê, não dá pra continuar fazendo sempre o que você quer!
- Como é que é?
- Eu tô cansado Kara, eu sei que seus hormônios tão uma bagunça e eu tenho tentado, mas você tem sido dura comigo cada vez que eu toco nesse assunto.
- Oh, me desculpa se eu tenho tentado trabalhar, aprender como ser mãe e aguentar você me pressionando com algo que eu não quero.
- Kara, eu só tô tentando fazer o melhor pra nossa família, mas parece que é próprio da casa de El decidir o futuro dos filhos.
- Oh, não, eu não acredito que você disse isso... Não, não ...
- Kara... Eu não... Eu não quis dizer isso, me perdoa.
- Não fala comigo.

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- Oh, entendi, ele não devia ter dito isso.
- Ele me magoou, Alex. Minha mãe tomou aquela decisão pra me salvar, e mesmo questionando isso por muito tempo, se não fosse pela decisão dela eu não estaria aqui.
- Ok, ele agiu errado, mas você também anda estranha, eu sei que são os hormônios - digo acariciando sua barriga que já tem um certo volume - mas eu vi você um pouco alterada nos últimos dias.
- Eu ando louca com todos esse hormônios, mas Monel tem me pressionado quanto a essa maldita casa e Rao, ele não desiste.
- Mas Kara, o problema não é a insistência dele, sei que há algo te incomodando, porque você não gosta da ideia de mudar?
- Alex, você sabe, mudanças são difíceis pra mim. Eu perdia a minha casa, perdi Krypton, por anos minha casa foi uma nave na escuridão do espaço, depois vivi com você e a mamãe em Midvale, lembra como foi difícil me mudar pra National City pra fazer faculdade?
- E como, quase tivemos que te expulsar de casa. - ambas rimos lembrando da situação.
- E agora isso Alex, o lugar que eu tenho chamado de lar nos últimos anos, não quero perder mais isso. - seu rosto está manchado por lágrimas grossas que caem como uma cascata.
- Kara, lembra da porta da cozinha na casa da mamãe? - Kara assenti - Mamãe fez marcas na porta conforme eu crescia e lembra da dahressa que Alura te deu? - Kara assenti novamente - ambas são pra acompanhar o nosso crescimento. Não estou dizendo que Monel está certo, mas já pensou na porta da cozinha marcada com a altura  do seu filho ou filha? Ou em uma criança correndo no quintal, tomando banho de chuva? Já pensou em criar novas memórias? Não é sobre perder, é sobre evoluir irmãzinha.
- Eu não tinha pensado sobre isso.
- E eu sei que Monel te magoou, mas ele tá com uma cara tão triste, vocês estão péssimos.
- Eu sei, vou tentar conversar com ele depois do ultrassom de hoje.

A manhã passa rápido e Kara e eu vamos para a DEO, temos o ultrassom para fazer e outros exames. Lena já está ajustando os aparelhos e Monel chega bebendo café.

- Boa tarde. - Monel beija a testa de Kara, Lena e eu apenas retribuímos o cumprimento.

Lena retira sangue e leva para a análise, na volta ela ativa os aparelhos, Kara deita na maca e começamos o exame. Passo o gel na barriga de Kara, minha irmã está tão linda com essa barriguinha, ela geme com o contato do gel frio com sua pele quente, e mesmo brigados, Monel segura sua mão o tempo todo.

- Ok, vamos ver o superbaby.

Ao olhar o monitor, tenho uma surpresa...

- Oh, meu Deus! - Lena e eu nos olhamos surpresas.
- O que foi Alex, Lena, tem alguma coisa errada com o bebê - Kara pergunta aflita e Monel assiste na mesma condição.
- Não , está tudo bem, mas olhem para o monitor.- Lena diz virando a tela.

- Conheçam o superbaby 1 e o superbaby 2 papais

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- Conheçam o superbaby 1 e o superbaby 2 papais. - digo e Monel quase se afoga com o café que bebia.
- Eu ouvia uma batida forte, quase duplicada, mas como se no primeiro ultrassom só apareceu 1?-Kara tenta raciocinar.
- Olha, é bem comum que um deles fique escondido e além disso o aparelho que usamos da outra vez era experimental.
- Oh Rao, eu preciso respirar, eu preciso respirar...
- Ok, Kara, eu já vou te liberar, - limpo o gel de sua barriga, Kara me parece em choque e não é pra menos - pronto, pronto.

Sem dizer uma só palavra, Kara levanta da maca usa sua super velocidade para ir até a varanda da DEO, toma impulso e sai voando.

- Eu vou atrás dela. - Monel diz assustado.
- Não, você não vai. Ela precisa de espaço e você não é a melhor companhia no momento.

Envio uma mensagem para Kara, só preciso saber como ela está.

A: Kara, onde você tá? Você tá bem?
K: Eu tô em casa, tô bem, só preciso fica sozinha.

Kara está bem, meus sobrinhos estão bem, Kara precisa de tempo para processar tudo o que está acontecendo, vai ficar tudo bem, pelo menos eu espero que fique.

Olá pessoal, espero que estejam gostando, eu amo esses dois, e amo as irmãs Danvers, Monel pisou na bola, agora vamos ver como ele vai consertar isso. Espero que estejam gostando, até o próximo capítulo 👋🏻

𝐶𝑜𝑚𝑒𝑡𝑎𝑠 - 𝑈𝑚𝑎 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝐾𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙Onde histórias criam vida. Descubra agora