𝐶𝑜𝑚𝑒𝑡𝑎𝑠 - 𝑈𝑚𝑎 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝐾𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙

Cap. 14 - Dias de chuva

Dois dias se passaram, National City está enfrentando uma semana chuvosa, um ar frio toma conta do ambiente, fazendo com que os moradores tirem os casacos dos armários. Uma certa agitação toma conta da cidade, dois corpos foram encontrados com queimaduras de 3° grau, a polícia investiga o que ou quem poderia ter feito aquilo, muitos relatam ter visto um homem forte em ambas as cenas do crime, sem mais informações que sejam relevantes para o caso. A Catco continua uma bagunça, visto que a editora chefe está incomunicável há dois dias. O que terá acontecido?

Pov. Kara

Acordo cedo e posso ver as notícias na tv, dois corpos com queimaduras de terceiro grau, checo meus emails e meu celular está lotado de ligações. Ainda não sei o que fazer com relação a Monel, mas uma coisa é certa, é hora de voltar ao trabalho. Me levanto e tento acordar uma certa ruiva nocauteada ao meu lado rsrsrs.

- Alex, acorda - digo sacudindo ela na cama que logo me bate com um travesseiro - vamos Alex, precisamos ir para o trabalho.
- Bom dia pra você também irmãzinha, e a propósito, eu dormi bem, obrigada - diz ela se fingindo de ofendida.
- Vamos Alex, levanta!
- Tá bom - diz resmungando alguma coisa, Alex é uma ótima irmã, mas não queira vê-la acordando cedo.

Tomamos banho, nos arrumamos, e Alex junta as coisas dela, hoje ela volta para casa. Alex não para de perguntar quando a mãe vai voltar, ela já está há quase 3 dias dormindo aqui comigo.

- Cereais?
- Sim, por favor. Pra você, café preto sem açúcar - Alex assenti.
- Como se sente Kara?
- Me sinto melhor, me senti muito segura com você aqui, aliás, muito obrigado por ter ficado comigo.
- Não tem o que agradecer, não há nada que eu não faria por você.
- Eu sei, eu te amo Alex.
- Eu também te amo maninha - diz Alex me abraçando - e seja o que você fizer com relação ao Monel, seja honesta com você, com os seus sentimentos.
- Pode deixar.

Colocamos as xícaras e tigelas na pia, pegamos nossas coisas e saímos, Alex me deixa na porta da Catco e segue para a DEO. Ao chegar, minha sala está vazia e papéis cobrem minha mesa.

Ao ligar a imensa parede de televisores da minha sala, todas noticiam a mesma coisa, uma nova morte com o mesmo padrão das anteriores. Ao perceber a gravidade da situação, reúno o pessoal na frente da minha sala.

- Bom dia pessoal, eu sei que temos o caderno de moda, esporte entre outros, mas no momento, quero todo mundo trabalhando neste caso. Vão para as ruas, consultem fontes, visitem as cenas do crime, tirem fotos do que puderem, consigam uma exclusiva com a polícia e investiguem se há alguma correspondência entre os casos. Ok? Tic tac, dispensados.

Todos obedecem meu comando e enquanto isso eu recebo uma ligação.

- Alex, esqueceu alguma coisa?
- Kara, preciso de você na DEO, agora.

Desligo o telefone, visto o uniforme e saio voando até a DEO, a chuva que caia me incomodava um pouco, não gosto muito de voar com chuva. Chego na DEO, ainda um pouco perdida com tantos corredores mas logo chego a sala de operações e encontro Monel e Alex. Rapidamente meus olhos e os seus se encontram em silêncio.

- Alex, Monel, o que tá acontecendo?
- Kara, - Alex diz com uma voz um tanto trêmula - acho que estamos com problemas. Monel, explique a situação.
- É o seguinte, eu estava nas ruas fazendo fotos cenas de crime desse maluco e quando a polícia chamou a DEO, os dois primeiros corpos são de aliens e as queimaduras são muito profundas, mas eles compartilham uma característica em comum, as queimaduras em ambas as vítimas carrega marcas de ramificações na pele como se fossem produto de uma descarga elétrica, um raio ou coisa parecida. Estamos falando de algo muito potente, que em poucos segundos seria capaz de fazer um estrago enorme.
- Obrigada pelas informações, fora isso tem mais alguma coisa? Ouvi falar de um encapuzado que esteve nas cenas de crime - pergunto sem obter resposta.
- Sim, quanto ao nosso homem encapuzado, trata-se em alguém de grande porte e que veste um azul, foi que conseguimos até o momento, mas - diz certo tom de preocupação - qualquer coisa que soubermos voltamos a te chamar.

Eu acabo assentindo e quando estou prestes a sair, Monel vem correndo e me alcança, meu peito sente calafrios ao ouvi-lo.

- Kara... - me chama enquanto estou indo para a varanda da DEO.
- Sim?!
- Kara, sei que não é o melhor momento, mas eu queria me desculpar, e ... - acabo o interrompendo.
- Na verdade, eu é que tenho que me desculpar. - digo um pouco envergonhada.
- Não Kara, eu avancei o sinal, eu estava errado, eu não deveria ter despejado tudo aquilo em cima de você, eu ...

Ele ainda falava, e me perdendo em seus lábios rosados e seus lindos olhos, meus lábios se enlaçam aos seus. Em meio a todos os sentimentos conflitantes que se abrigam em meu coração, minha única certeza neste momento é a vontade de beija-lo, de sentir seu coração batendo na mesma frequência que o meu. Ele corresponde e um beijo cheio de carinho, amor e saudade é dado.  Sentimos falta de ar e separando nossos lábios, colamos nossas testas.

- Kara, eu te amo. - eu tento interrompe-lo mas ele coloca delicadamente sua mão em meus lábios - por favor, me desculpe se eu fui muito rápido. Mas eu te amo, eu voltei por você, quero te ter ao meu lado e se você quiser, quero viver ao seu lado para sempre, só quero que você entenda que... - eu abaixo sua mão suavemente, preciso acabar com isso.
- Shiiii, eu também te amo.

Eu o beijo novamente e desta vez ele corresponde em um beijo apaixonado, uma explosão de sentimentos invade nossos corpos que se arrepiam em uma mesma frequência, como se uma corrente elétrica passasse por nós. Somos interrompidos por alguém tossindo.

- Bem, creio que duas pessoas precisam voltar ao trabalho, não? - Alex disse com sua pose de diretora, mas logo me dá uma piscadela.
- Kara, você vai voando? Eu estou de carro, já está quase na hora do almoço, será que podemos almoçar e conversar?
- Monel, eu tenho que resolver algumas coisas, só peço uma coisa, vamos com calma. - Monel me olha ansioso - vamos combinar uma coisa, eu estou tentando processar tudo o que eu sinto, hoje vamos estar no Karaokê, me encontre lá, quero cantar para você, acho que será mais fácil assim. O que acha?
- Estarei lá, só mais uma coisa, estamos bem?
- O que você acha? - depósito um beijo calmo e terno em seus lábios e logo saio voando.

Pela primeira vez, sinto paz, felicidade e borboletas no estômago, sentimentos que até hoje só ele despertou em mim. Hoje no Karaokê, quero cantar meus sentimentos para ele, sou péssima em falar, mas quero cantar tudo aquilo que há muito tempo eu deveria ter dito.

A tarde passa tranquila, sem mais chamados da polícia, preencho os papéis que estavam em minha mesa, da minha sala posso vê-lo, meu coração acelera, aos poucos começamos a encerrar as atividades e o pessoal do turno da noite começa a chegar. Em cinco minutos chego em casa, tomo um banho, troco de roupa, como alguma coisa e finalmente, acho que estou preparada. É hora do show.

E aí galera, desculpem a demora, estava ocupada com a faculdade por isso atrasei a postagem desse capítulo. Finalmente Kara cedeu e se deu uma oportunidade. Mas o que ela vai cantar? O que traduziria seus sentimentos pelo homem que ama? Nao percam o próximo capítulo 👋🏻